Tema de Carsiano
| |||||
---|---|---|---|---|---|
Tema do(a) Império Bizantino | |||||
| |||||
Temas da Anatólia c. 950. O Tema da Carsiano aparece próximo ao centro. | |||||
Capital | Carsiano | ||||
Líder | estratego | ||||
Período | Idade Média | ||||
|
Carsiano[1] (em grego: Χαρσιανόν; romaniz.: Charsianón; em latim: Charsianum[2]) era uma fortaleza bizantina e de um tema (província civil-militar) na região da Capadócia, na Anatólia central. Originalmente uma clisura, foi elevado entre 863-873 a um tema. Tornou-se um importante centro para as aristocráticas famílias Argiro e Maleíno e recebeu inúmeros imigrantes armênios, incluindo o rei Cacício II (r. 1042–1045). No século XI, após a batalha de Manziquerta, foi conquistado pelos turcos seljúcidas.
História
[editar | editar código-fonte]A fortaleza de Carsiano foi mencionada pela primeira vez em 638 durante a primeira onda das conquistas muçulmanas e foi, supostamente, batizada em homenagem a um general de Justiniano (r. 527–565) chamado Cársio. Os árabes tomaram-na pela primeira vez em 730 e ela permaneceu um local fortemente contestado entre as potências nas guerras bizantino-árabes do século seguinte. No início do século IX, a fortaleza se tornou o centro de uma clisura, um distrito fortificado de fronteira com administração independente. Em algum momento entre 863 e 873, a região foi elevada à tema, incorporando territórios dos temas vizinhos (Bucelário, Armeníaco e Capadócio)[3] Aparecia na camada intermediária da hierarquia dos temas, com o seu estratego recebendo um salário anual de dez quilos de ouro e comandando, segundo fontes árabes, 4 000 homens e quatro fortalezas.[4]
No início do século X, o Tema Carsiano se tornou uma importante base de poder para a aristocracia militar proprietária de terras, com as grandes famílias dos Argiro e dos Maleíno mantendo ali as suas residências e propriedades. Após 1045, um grande número de armênios, incluindo o antigo rei Cacício II (r. 1042–1045), se estabeleceram ali, o que levou a conflitos com os bizantinos locais. O tema foi perdido para os turcos seljúcidas após a Batalha de Manziquerta em 1071.[4] Cacício II aparece como último duque de Carsiano em 1072–1073.[3]
- ↑ Maier 1974, p. 123.
- ↑ Treadgold 1997, p. 452.
- ↑ a b Nesbitt 2001, p. 107.
- ↑ a b Kazhdan 1991, p. 415.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Maier, Franz Georg (1974). Bizancio, Volume 13. Madri: Siglo XXI de España Editores. ISBN 8432301582
- Nesbitt, John W.; Oikonomides, Nicolas (2001). Catalogue of Byzantine Seals at Dumbarton Oaks and in the Fogg Museum of Art, Volume 4: The East (em inglês). Washington, Distrito de Colúmbia: Dumbarton Oaks Research Library and Collection. ISBN 0-88402-226-9
- Treadgold, Warren T. (1997). A History of the Byzantine State and Society. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-2630-2