PT2705068E - Composições de revestimento que compreendem o 2,2'-bifenol - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO

COMPOSIÇÕES DE REVESTIMENTO QUE COMPREENDEM O 2,2'-BIFENOL CAMPO DA INVENÇÃO

A presente invenção diz respeito a composições de revestimento que compreendem o 2,2'-bifenol, utilizadas para revestimento de comida e/ou de embalagens de bebidas. ANTECEDENTES DA INVENÇÃO

Foram usados uma grande variedade de revestimentos para revestir as superfícies de alimentos e de recipientes de bebidas. Por exemplo, as latas de metal são por vezes revestidas por meio de operações de revestimento de bobina ou revestimento de folha; isto é, um plano ou bobina ou folha de um substrato adequado, por exemplo, aço ou alumínio, é revestido por enrolamento ou depositado eletricamente com uma composição adequada e curada. 0 substrato revestido é então formado no corpo da lata, ou no fundo da lata. Em alternativa, a composição de revestimento pode ser aplicada, por exemplo, por pulverização, imersão e por eletrodeposição, à lata formada e, em seguida, curada. Os revestimentos para alimentos e embalagens de bebidas são normalmente suscetíveis de aplicação de alta velocidade ao substrato e fornecem as propriedades necessárias quando curados para executar num uso final exigente. Por exemplo, o revestimento deve ser seguro para o contacto com os alimentos e ter uma aderência aceitável ao substrato.

Muitas das composições de revestimento para alimentos e recipientes de bebidas são à base de resinas epoxi, que são os éteres de poliglicidilo de bisfenol A. Também se conhecem, por exemplo, a partir do documento JP 2001 114862 A (cf. exemplos 1-2), composições de revestimento que compreendem um éter de poliglicidilo de um 2,2'-bifenol, em que o referido revestimento está completamente livre de bisfenol A e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo, e de bisfenol F e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo. 0 uso de bisfenol A e de derivados do mesmo, tais como os éteres de diglicidilo de bisfenol A (BADGE) , as resinas epoxi novolak e os polióis preparados com bisfenol A e bisfenol F têm estado recentemente sob ataque. Embora o balanço das evidências científicas disponíveis até ao momento indica que pequenos vestígios de BPA ou BADGE, que podem ser libertados a partir de revestimentos existentes, não apresentam riscos para a saúde dos seres humanos, estes compostos são, no entanto, considerados por alguns como sendo prejudiciais para a saúde dos seres humanos. Por conseguinte, existe um desejo forte para eliminar estes compostos de revestimentos para alimentos e embalagens de bebidas. Assim sendo, são, portanto, desejadas composições de revestimento de embalagens para alimentos e/ou embalagens de bebidas que não contenham quantidades extraíveis de BPA e/ou derivados do mesmo, proporcionando ao mesmo tempo propriedades adequadas.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO A presente invenção é dirigida para a utilização de composições de revestimento que compreendem um éter de poliglicidilo de um 2,2'-bifenol, e em que o referido revestimento é substancialmente livre de bisfenol A, e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo, e de bisfenol F, e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo, para o revestimento de alimentos e/ou de embalagens de bebidas. A presente invenção é ainda dirigida a alimentos e/ou embalagens de bebidas, revestidos pelo menos em parte com um ou mais de tais revestimentos.

DESCRIÇÃO DETALHADA A presente invenção é dirigida a uma composição de revestimento que compreende um éter de poliglicidilo de um 2,2 '-bifenol. Os éteres de poliglicidilo apropriados de um 2,2'-bifenol contêm dois ou mais grupos epoxi ou oxirano. Os éteres de poliglicidilo típicos são resinas epoxi lineares terminadas em epóxido, que possuem uma equivalência de 1,2-epoxi não substancialmente em excesso de 2, geralmente de cerca de 1,5 até 2; em certas formas de realização, as resinas epoxi são difuncionais em relação ao epoxi. 0 éter de poliglicidilo de 2,2'-bifenol tem normalmente um número médio de peso molecular (Mn) de pelo menos 400, tal como de 400 a 2400 g/mol.

Os exemplos de um 2,2'-bifenol incluem o próprio 2,2'-bifenol e o 2,2'-bifenol substituído, incluindo aqueles com a estrutura:

em que Ri, R2, R3, R4, R5, R6, FR e R8 são iguais ou diferentes, e são independentemente hidrogénio e grupos hidrocarbilo. "Hidrocarbilo" e termos semelhantes incluem, por exemplo, os grupos alquilo, os grupos heteroalquilo, os grupos arilo, os grupos heteroarilo, e esses grupos com quaisquer substituições ("grupos hidrocarbilo substituídos") . Tal como é aqui utilizado, o termo "2,2'-bifenol" refere-se ao próprio 2,2'-bifenol e ao 2,2'-bifenol substituído, em que pelo menos um de Ri até R8 são outra coisa que não hidrogénio.

Os exemplos de éteres de poliglicidilo adequados de um 2,2'-bifenol ("PGE") podem ser formados por reação de epihalohidrinas com um 2,2 '-bifenol, na presença de um catalisador alcalino de condensação e desidrohalogenação, tal como o hidróxido de sódio ou o hidróxido de potássio. As epihalohidrinas úteis incluem a epibromidrina, a dicloridrina e especialmente a epicloridrina.

Em certas formas de realização, o éter de poliglicidilo de um 2,2'-bifenol é preparado tal como descrito anteriormente, seguido por prolongamento da cadeia ou de avanço para um produto de peso molecular mais elevado, que pode ou não ter terminação epoxi. Os exemplos de extensores de cadeia incluem os mono-álcoois e os polióis, incluindo os polióis poliméricos, e ácidos policarboxilicos / anidridos. No entanto, certas formas de realização excluem especificamente a reação de PGE com um ácido carboxilico e/ou composto contendo anidrido. Os exemplos específicos de extensores de cadeia incluem o 2,2-bifenol e/ou materiais polifuncionais que são reativos com a funcionalidade epoxi, tais como os fenóis dihídricos, por exemplo, o resorcinol, o pirocatecol e a hidroquinona; os álcoois polihídricos alifáticos, por exemplo, o etileno glicol, o dietileno glicol, o trietileno glicol, o 1,2-propileno glicol, o 1,4-butileno glicol, o 2,3-butileno glicol, o pentametileno glicol, o polioxialquileno glicol; os polióis tais como o sorbitol, o glicerol, o 1,2, 6-hexanotriol, o eritritol e o trimetilolpropano; e misturas dos mesmos. Os exemplos de outros extensores de cadeia incluem as aminas, tais como o amoníaco e as aminas primárias, tais como a etilamina e a butilamina, as diaminas, tais como a hidrazina e a etileno diamina e as hidroxialquilaminas, tais como a monoetanolamina e a dietanolamina. Em certas formas de realização, o extensor de cadeia é um poliol polimérico e os monómeros do poliol polimérico, tais como os polímeros (met)acrílicos, podem conter um monómero com um grupo que é reativo com os grupos de PGE. Tais grupos reativos incluem, por exemplo, os grupos epoxi, tais como os associados com o metacrilato de glicidilo, que são reativos com os grupos hidroxilo associados com o PGE, ou um acrilato de isocianato, tal como o isocianato de metacrilato de etilo, que também é reativo com os grupos hidroxi do PGE. Em certas formas de realização, os monómeros do poliol polimérico podem ser polimerizados na presença do PGE. Em outras formas de realização, o poliol polimérico, quando feito reagir com o PGE, irá formar um produto de reação resinoso não gelifiçado. Tal como é aqui utilizado, o termo "não gelificado" refere-se a resinas que estão substancialmente livres de reticulação, e têm uma viscosidade intrínseca quando dissolvidas num solvente adequado. As resinas em gel têm uma viscosidade intrínseca muito alta para ser medida. Os exemplos de ácidos policarboxilicos adequados para o uso como extensores de cadeia são o ácido ftálico, o ácido isoftálico, o ácido tereftálico, o ácido 1,4-ciclohexano dicarboxílico, o ácido succínico, o ácido sebácico, o ácido metiltetrahidroftálico, o ácido metilhexahidroftálico, o ácido tetrahidroftálico, o ácido dodecano dioico, o ácido adípico, o ácido azelaico, o ácido naftileno dicarboxílico, o ácido piromelítico, os dímeros de ácidos gordos e/ou o ácido trimelitico. Quando existam, também podem ser usados os anidridos de ácidos policarboxilicos.

Em certas formas de realização, o PGE é fosfatado. Mais especificamente, o PGE é feito reagir com um ácido de fósforo. 0 PGE pode ser feito reagir com o ácido de fósforo antes e/ou após a extensão da cadeia, se tal extensão for feita. Um "éter de poliglicidilo fosfatado de um 2,2'-bifenol" refere-se, portanto, a qualquer PGE aqui descrito que foi ainda feito reagir com um ácido de fósforo. 0 ácido de fósforo que é feito reagir com o PGE pode ser um ácido fosfínico, um ácido fosfónico e/ou um ácido fosfórico. 0 ácido fosfórico pode estar na forma de uma solução aquosa, por exemplo, uma solução aquosa de 85 porcento em peso, ou pode ser ácido fosfórico a 100 porcento ou ácido superfosfórico. Normalmente, o ácido é fornecido em quantidades de pelo menos 0,2, mais normalmente de 0,2 a 1,0 ou de 0,2 a 0,5 equivalentes de ácido fosfórico por equivalente de epóxido do poliepóxido. A reação do ácido de fósforo com o PGE é normalmente conduzida num solvente orgânico. 0 solvente orgânico pode ser um composto com funcionalidade de hidroxilo, tal como um composto monofuncional. Entre os compostos funcionais de hidroxilo que podem ser utilizados estão os álcoois alifáticos, os álcoois cicloalifáticos e os álcoois alquilo éter. Os exemplos de compostos funcionais de hidroxilo incluem o n-butanol e o 2-butoxietanol. Outros solventes adequados são as cetonas e os ésteres. Os exemplos incluem a metil etil cetona, a metil isobutil cetona, o acetato de butilo glicol e o acetato de metoxipropilo. Também podem ser usadas misturas de solventes orgânicos. 0 solvente orgânico ou a mistura do mesmo tem normalmente um ponto de ebulição de 65 até 250 °C. Os reagentes e o solvente orgânico são normalmente misturados a uma temperatura de 50 °C até 95 °C, e uma vez que os reagentes são postos em contacto, a mistura de reação pode ser mantida a uma temperatura de 90 °C até 200 °C. A reação é tipicamente deixada prosseguir durante um período de cerca de 45 minutos até 6 horas. O solvente orgânico para a reação está normalmente presente em quantidades de cerca de 20 até 50 porcento em peso, com base no peso total de ácido de fósforo, PGE e solvente orgânico. O PGE, está normalmente presente nas composições de revestimento numa quantidade de 0,1 até 95, tal como de 0,1 até 85 ou de 0,1 até 70 porcento em peso. Em certas formas de realização, os atuais revestimentos vão ainda compreender um agente de ligação cruzada ou agente de cura. Os agentes de cura, se utilizados na composição, são reativos com os grupos hidroxilo associados com o PGE.

Entre os agentes de cura que podem ser usados estão os fenóis, os fenolplastos ou resinas de fenol- formaldeído, os aminoplastos ou resinas de triazina-formaldeído, e os poliisocianatos. As resinas de fenol-formaldeído podem ser do tipo resol. Os exemplos de fenóis adequados são o próprio fenol, o butil fenol, o xilenol e o cresol. São frequentemente utilizadas as resinas de cresol-formaldeido, os tipos normalmente eterificados com butanol. Para a química na preparação de resinas fenólicas, é feita referência a "The Chemistry and Application of Phenolic Resins or Phenolplasts", vol. V, parte I, editado pelo Dr. Oldring; John Wiley & Sons / Cita Technology Limited, Londres, 1997. Os exemplos de resinas fenólicas disponíveis comercialmente são PHENODUR® PR285 e BR612, e as resinas comercializadas sob a marca registada BAKELITE®, tais como BAKELITE 6581 LB.

Os exemplos de resinas aminoplastos são aqueles que são formados por reação de uma triazina, tal como a melamina ou a benzoguanamina com formaldeido. Estes condensados são normalmente eterificados com metanol, etanol, e/ou butanol. Para a preparação química e uso de resinas aminoplastos, consulte "The Chemistry and Applications of Amino Crosslinking Agents or Aminoplast", vol. V, parte II, página 21 ff., editado pelo Dr. Oldring; John Wiley & Sons / Cita Technology Limited, Londres, 1998. Estas resinas encontram-se disponíveis comercialmente sob a marca registada MAPRENAL, tais como MAPRENAL MF980 e sob a marca registada CYMEL, tais como CYMEL 303 e CYMEL 1128, disponíveis a partir de Cytec Industries.

Os exemplos de agentes de cura de poliisocianato são os poliisocianatos bloqueados. Uma série de poliisocianatos bloqueados são agentes de cura satisfatórios. Estes agentes são bem conhecidos na tecnologia. Geralmente, os poliisocianatos orgânicos são bloqueados com um álcool volátil, epsilon caprolactama ou cetoxima. Estes poliisocianatos bloqueados tornam-se desbloqueados a temperaturas elevadas, por exemplo, acima de cerca de 100 °C. O documento "The Chemistry of Organic Film Formers", Robert E. Kreiger Pub. Co., direitos de autor de 1977, por D. H. Solomon, páginas 216 até 217, contém uma descrição de muitos isocianatos bloqueados que podem ser aqui usados. 0 agente de cura pode ser utilizado em quantidades de 0 até 90, tais como de 10 até 50 ou de 15 até 40 porcento em peso, com a percentagem em peso baseada no peso total do PGE e do agente de cura.

Em certas formas de realização, a composição de revestimento contém um diluente para dissolver ou dispersar os ingredientes na composição. O diluente pode ser inteiramente um solvente orgânico (composição de revestimento à base de solvente orgânico) ou uma mistura de água e solventes orgânicos compatíveis, tais como álcoois, cetonas e éteres de glicol (composição de revestimento de base aquosa). O solvente orgânico pode ser selecionado para ter volatilidade suficiente para se evaporar da composição de revestimento durante o processo de cura, tal como durante o aquecimento de 175 - 205 °C durante cerca de 5 a 15 minutos. Os exemplos de solventes orgânicos adequados são os hidrocarbonetos alifáticos, tais como as essências minerais e a nafta VM&P de elevado ponto de inflamação; os hidrocarbonetos aromáticos, tais como o benzeno, o tolueno, o xileno e o solvente nafta 100, 150, 200 e semelhantes; os álcoois, por exemplo, o etanol, o n-propanol, o isopropanol, o n-butanol e semelhantes; as cetonas, tais como a acetona, a ciclohexanona, a metil- isobutil-cetona e semelhantes; os ésteres, tais como o acetato de etilo, o acetato de butilo, e semelhantes; os glicóis, tais como o butil glicol, os éteres de glicol, tais como o metoxipropanol e o éter de monometilo de etileno glicol e o éter monobutílico de etileno glicol e semelhantes. Também podem ser usadas misturas de vários solventes orgânicos. O diluente pode ser utilizado nas composições de revestimento em quantidades de até 80, tais como de 20 até 80, tais como de 30 até 70 porcento em peso, com base no peso total da composição de revestimento.

Será apreciado que em certas formas de realização o PGE e o agente de cura para o mesmo, se for utilizado, pode formar a totalidade ou parte da resina formadora de película de revestimento. Em certas formas de realização, são também utilizadas no revestimento uma ou mais resinas formadoras de película. A resina formadora de película adicional pode compreender, por exemplo, polímeros acrílicos, polímeros de poliéster, polímeros de poliuretano, polímeros de poliamida, polímeros de poliéter, polímeros de polissiloxano, copolímeros dos mesmos e misturas dos mesmos. Geralmente, estes polímeros podem ser quaisquer polímeros destes tipos feitos por qualquer método conhecido dos peritos na tecnologia. A resina formadora de película adicional pode ser termoconsolidante ou termoplástica. Em formas de realização em que a resina formadora de película adicional é termoconsolidante, a composição de revestimento pode ainda compreender um agente de cura que pode ser selecionado a partir de qualquer um dos agentes de cura descritos anteriormente, ou qualquer outro agente de cura apropriado. O agente de cura pode ser o mesmo ou diferente do agente de cura que é utilizado para formar ligações cruzadas com o PGE. Em certas outras formas de realização, são utilizados um polímero termoconsolidante formador de película ou resina possuindo grupos funcionais que são reativos com eles próprios; desta maneira, ditos revestimentos termoconsolidantes são formam autoligações cruzadas. As composições de revestimento podem ser composições líquidas com base em solventes. As composições de revestimento podem ser de um componente ("1 K"), isto é, todos os ingredientes podem ser armazenados num recipiente, ou multicomponentes, ou seja, os ingredientes são armazenados em dois ou mais recipientes e misturados imediatamente antes da utilização.

As composições de revestimento da presente invenção podem também compreender quaisquer aditivos padrão na tecnologia de fabrico de revestimento, incluindo lubrificantes, tais como ceras e tensioativos, catalisadores, cossolventes orgânicos, corantes, plastificantes, partículas resistentes à abrasão, partículas de reforço da película, agentes de controlo de fluxo, agentes tixotrópicos, modificadores de reologia, antioxidantes, biocidas, auxiliares de dispersão, promotores de adesão, argilas, agentes de estabilização, agentes de enchimento, diluentes reativos e outros agentes auxiliares habituais, ou combinações dos mesmos. Os corantes e as partículas resistentes à abrasão podem ser, por exemplo, aqueles divulgados na publicação dos Estados Unidos número 2010/0055467A1, parágrafos 24 - 34, aqui incorporada por referência.

Numa forma de realização, um produto de reação resinoso não gelificado de PGE e um poliol polimérico podem ser preparados por aquecimento do PGE em solvente orgânico à temperatura de refluxo. Depois disso, é adicionado um componente de monómero de (met)acrílico com um iniciador de radical livre, tal como um peróxido ou composto azo. A reação é continuada a temperatura elevada para formar um produto de reação resinoso não gelificado. Normalmente, a razão em peso do PGE para o componente de monómero de metacrilico nestas formas de realização é de desde 5 a 95:95 a 5, tal como de 20 a 80:80 a 20.

Os revestimentos da presente invenção são usados como um revestimento de embalagem para o revestimento de alimentos e/ou de embalagens de bebidas. Está bem estabelecida a aplicação de vários pré-tratamentos e revestimentos a embalagens. Tais tratamentos e/ou revestimentos, por exemplo, podem ser utilizados no caso de latas de metal, em que o tratamento e/ou o revestimento é utilizado para atrasar ou inibir a corrosão, proporcionar um revestimento decorativo, proporcionar facilidade de manipulação durante o processo de fabrico, e semelhantes. Os revestimentos podem ser aplicados ao interior de tais latas para evitar que o conteúdo entre em contacto com o metal do recipiente. 0 contacto entre o metal e um alimento ou bebida, por exemplo, pode conduzir a corrosão de um recipiente de metal, o que pode então contaminar o alimento ou a bebida. Isto é particularmente verdadeiro quando os conteúdos da lata são de natureza ácida. Os revestimentos aplicados no interior das latas de metal também ajudam a prevenir a corrosão no espaço de topo das latas, que é a área entre a linha de enchimento do produto e a tampa da lata; a corrosão no espaço de topo das latas é particularmente problemática em produtos alimentares com um elevado teor de sal. Os revestimentos também podem ser aplicados ao exterior de latas de metal. Certos revestimentos da presente invenção são particularmente aplicáveis para a utilização com o material metálico em espiral, tal como o material metálico em espiral a partir do qual são feitas as extremidades das latas ("material de terminação da lata"), e são feitas as tampas terminais e fechos ("material de tampa / encerramento") . Uma vez que os revestimentos concebidos para o uso em material de terminação da lata e material de tampa / encerramento são normalmente aplicados antes da peça ser cortada e carimbada para fora do material metálico em espiral, eles são geralmente flexíveis e extensíveis. Por exemplo, um dito material é normalmente revestido em ambos os lados. Depois disso, o material metálico revestido é perfurado. Para as terminações das latas, o metal é, em seguida, pontuado para a abertura "pop-top" e o anel de "pop-top" é então ligado com um alfinete que é fabricado separadamente. A extremidade é então ligada ao corpo da lata por um processo de laminação de canto. É feito um procedimento semelhante para terminações de latas de "fácil abertura". Para terminações de lata de abertura fácil, uma pontuação substancialmente em torno do perímetro da tampa permite a fácil abertura ou a remoção da tampa da lata, normalmente por meio de uma aba de puxar. Para tampas e fechos, o material de tampa / fecho é normalmente revestido, tal como por revestimento de rolo, e a tampa ou fecho carimbado para fora do material; no entanto, é possível revestir a tampa / fecho depois da formação. Os revestimentos para latas sujeitos a requisitos relativamente rigorosos de temperatura e/ou de pressão também devem ser resistentes a fendas, estouro, corrosão, rubor e/ou formação de bolhas.

Por conseguinte, a presente invenção é ainda dirigida a uma embalagem para alimentos e/ou bebidas revestida pelo menos em parte com qualquer uma das composições de revestimento descritas anteriormente. Uma "embalagem" é qualquer coisa usada para conter um outro item. Pode ser feita de metal ou não, por exemplo, de plástico ou laminado, e pode estar em qualquer forma. Em certas formas de realização, a embalagem é um tubo laminado. Em certas formas de realização, a embalagem é uma lata de metal. 0 termo "lata de metal" inclui qualquer tipo de lata de metal, recipiente ou qualquer tipo de recetáculo ou porção do mesmo, usado para segurar algo. Um exemplo de uma lata de metal é uma lata de alimentos; o termo "lata(s) de alimentos" é aqui utilizado para se referir a latas, recipientes ou qualquer tipo de recetáculo ou porção do mesmo para segurar qualquer tipo de alimento e/ou de bebida. 0 termo "lata(s) de metal" inclui especificamente latas de alimentos e também inclui especificamente "terminações de latas", que são tipicamente cunhadas a partir do material de terminação de lata e utilizadas em conjunção com a embalagem de bebidas. 0 termo "latas de metal" também inclui especificamente tampas de metal e/ou fechos, tais como tampas de garrafa, tampas de rosca e tampas de qualquer tamanho, tampas lug, e semelhantes. As latas podem incluir "latas de duas peças" e "latas de três peças", bem como latas de uma só peça desenhadas e passadas; tais latas de uma peça encontram muitas vezes aplicação com produtos em aerossol. As embalagens revestidas de acordo com a presente invenção também podem incluir garrafas de plástico, tubos de plástico, laminados e embalagens flexíveis, tais como aquelas feitas a partir de PE, PP, PET e semelhantes. 0 revestimento pode ser aplicado ao interior e/ou ao exterior da embalagem. Por exemplo, o revestimento pode ser revestido por rolo sobre metal usado para fazer uma lata de duas partes de alimento, uma lata de três partes de alimento, terminação de lata e/ou tampão / fecho de metal. Em algumas formas de realização, o revestimento é aplicado a uma bobina ou folha por meio de revestimento de rolo; o revestimento é então curado por aquecimento ou radiação e as extremidades da lata são cunhadas e fabricadas no produto acabado, isto é, extremidades de latas. Em outras formas de realização, o revestimento é aplicado como um aro de revestimento ao fundo da lata; tal aplicação pode ser feita por revestimento por rolo. 0 aro de revestimento funciona para reduzir o atrito para o manuseio melhorado durante o fabrico contínuo e/ou o processamento da lata. Em certas formas de realização, o revestimento é aplicado a tampas e/ou fechos; tal aplicação pode incluir, por exemplo, um verniz de proteção, que é aplicado antes e/ou depois da formação da tampa / fecho e/ou um posto de esmalte pigmentado aplicado à tampa, particularmente aqueles que têm uma junção pontuada na parte inferior da tampa. 0 material de decoração da lata também pode ser parcialmente revestido externamente com o revestimento aqui descrito, e o material de lata revestido, decorado usado para formar várias latas de metal.

As embalagens da presente invenção podem ser revestidas com qualquer uma das composições descritas anteriormente, por quaisquer meios conhecidos na tecnologia, tais como a pulverização, o revestimento por rolo, a imersão, o revestimento de fluxo e semelhantes; o revestimento também pode ser aplicado por eletrodeposição quando o substrato é condutor. A eletrodeposição é particularmente adequada com revestimentos que compreendem um éter de poliglicidilo fosfatado de um 2,2 '-bifenol. Os meios adequados de aplicação podem ser determinados por um perito na tecnologia, com base no tipo de embalagem a ser revestida e o tipo de função para a qual o revestimento está a ser utilizado. Os revestimentos descritos anteriormente podem ser aplicados sobre o substrato como uma camada única ou como camadas múltiplas, com várias etapas de aquecimento entre a aplicação de cada camada, se desejado. Depois da aplicação ao substrato, a composição de revestimento pode ser curada por qualquer meio adequado.

Os presentes revestimentos também podem ser utilizados como um revestimento de "tamanho" de embalagem, revestimento de lavagem, revestimento de pulverização, revestimento final, e semelhantes.

Os revestimentos podem ser aplicados em certas formas de realização a uma espessura de película seca de 2,54 pm (0,10 mils) até 25,4 pm (1,0 mils), tal como de 2,54 pm até 12,7 pm (0,10 até 0,50 mils), ou desde 3,81 até 7,62 pm (0,15 até 0,30 mils). Estão também dentro do âmbito da presente invenção espessuras de película seca mais espessas ou mais finas.

Certas formas de realização dos presentes revestimentos são livres de acrílico e/ou livres de látex. Tal como utilizado neste contexto, "livre" significa que não são adicionados intencionalmente acrílico e/ou látex, e, se presentes, estão presentes numa quantidade inferior a 5 porcento em peso, tal como menos do que 2 porcento em peso, ou menos do que 1 porcento em peso, ou 0 porcento em peso, com a percentagem em peso baseada no peso total do revestimento.

Em certas formas de realização, as composições da invenção podem ser substancialmente livres, podem ser essencialmente livres e/ou podem ser completamente livres de bisfenol A e derivados e/ou de resíduos do mesmo, incluindo o éter de diglicidilo de bisfenol A ("BADGE"). Estas composições são muitas vezes referidas como "sem intenção de BPA" porque o BPA, incluindo os derivados ou os resíduos do mesmo, não são adicionados intencionalmente, mas podem estar presentes em quantidades vestigiais, por causa da inevitável contaminação do ambiente. As composições também podem ser substancialmente livres, podem ser essencialmente livres e/ou podem ser completamente livres de bisfenol F e derivados e/ou de resíduos do mesmo, incluindo o éter de diglicidilo de bisfenol F ("BFDGE"). 0 termo "substancialmente livre", tal como utilizado neste contexto, significa que as composições contêm menos do que 1000 partes por milhão (ppm) do composto recitado, incluindo derivados ou resíduos do mesmo; o termo "essencialmente completamente livre" significa que as composições contêm menos de 100 ppm; o termo "completamente livre" significa que as composições contêm menos de 20 partes por bilião (ppb) do composto recitado, incluindo derivados ou resíduos do mesmo.

Tal como é aqui utilizado, salvo expressamente especificado de outra forma, todos os números tais como aqueles que expressam valores, intervalos, quantidades ou percentagens podem ser lidos como se antecedidos pela palavra "cerca de", mesmo que o termo não apareça expressamente. Qualquer intervalo numérico aqui recitado pretende incluir todos os subintervalos aí incluídos. 0 plural engloba o singular e vice-versa. Por exemplo, embora a invenção tenha sido descrita em termos de "um" éter de poliglicidilo de "um" 2,2'-bifenol, "um" monómero de ácido de fósforo, "um" solvente orgânico, "um" extensor de cadeia e semelhantes, podem ser utilizadas misturas destes e de outros componentes. Para além disso, tal como é aqui utilizado, o termo "polímero" pretende referir-se a pré-polímeros, oligómeros e ambos homopolímeros e copolímeros; o prefixo "poli" refere-se a dois ou mais. Quando são apresentados intervalos, quaisquer pontos de extremidade desses intervalos e/ou números dentro desses intervalos podem ser combinados com o âmbito da presente invenção. "Incluindo", "tal como", "por exemplo" e termos semelhantes significam "incluindo / tal como / por exemplo, mas não se limitando a". Tal como são aqui utilizados, os pesos moleculares são determinados por cromatografia de permeação de gel utilizando um padrão de poliestireno. Salvo indicação contrária, os pesos moleculares são numa base média numérica (Mn) . Os termos "acrílico" e "acrilato" são utilizados de forma intercambiável (exceto se tal iria alterar o significado pretendido), e incluem ácidos acrílicos, anidridos, e derivados dos mesmos, ácidos acrílicos substituídos por alquilo inferior, por exemplo, ácidos acrílicos substituídos Ci-C2, tais como o ácido metacrílico, o ácido etacrilico, etc., e os seus ésteres de alquilo Ci-C6 e os ésteres de hidroxialquilo, a menos que claramente indicado de outro modo. Os termos "(met)acrílico" ou "(met)acrilato" destinam-se a cobrir tanto as formas acrílico / acrilato e metacrílico / metacrilato do material indicado, por exemplo, um monómero de (met)acrilato. 0 termo "polímero (met)acrílico" refere-se a polímeros preparados a partir de um ou mais monómeros (met)acrílicos .

DOCUMENTOS REFERIDOS NA DESCRIÇÃO

Esta lista de documentos referidos pelo autor do presente pedido de patente foi elaborada apenas para informação do leitor. Não é parte integrante do documento de patente europeia. Não obstante o cuidado na sua elaboração, o IEP não assume qualquer responsabilidade por eventuais erros ou omissões.

Documentos de patente referidos na descrição • JP 2001114862 A [0003] • US 20100055467 Ai [0019]

Documentos não relacionados com patentes citados na descrição • The Chemistry and Application of Phenolic Resins or

Phenolplasts. John Wiley & Sons/Cita Technology

Limited, 1997, vol. V [0012] • The Chemistry and Applications of Amino Crosslinking

Agents or Aminoplast. John Wiley & Sons/Cita

Technology Limited, 1998, vol. V, 21 ff [0013] • D. H. SOLOMON. The Chemistry of Organic FilmFormers. Robert E. Kreiger Pub. Co, 1977, 216-217 [0014]

Lisboa, 20 de Abril de 2015

Claims (15)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Utilização de uma composição de revestimento que compreende um éter de poliglicidilo de um 2,2'-bifenol, em que o referido revestimento contém menos de 100 ppm de bisfenol A e/ou dos seus derivados e/ou de resíduos do mesmo, e de bisfenol F e/ou dos seus derivados e/ou de resíduos do mesmo, para o revestimento de alimentos e/ou de embalagens de bebidas.
2. 2. Uso da reivindicação 1, em que o referido revestimento contém menos do que 20 ppm de bisfenol A e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo, e de bisfenol F e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo.
3. 3. Uso da reivindicação 1, em que o referido revestimento está completamente livre de bisfenol A e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo, e de bisfenol F e/ou de derivados e/ou de resíduos do mesmo.
4. 4. Uso da reivindicação 1, em que o 2,2'-bifenol tem a estrutura:

   em que Ri, R2, R3, R4, R5, R6, R7 e R8 podem ser iguais ou diferentes, e são independentemente hidrogénio e hidrocarbilo.
5. 5. Uso da reivindicação 4, em que Ri, R2, R3, R4, R5, R6, R7 e Rs são hidrogénio.
6. 6. Uso da reivindicação 1, em que o éter de poliglicidilo de 2,2'-bifenol está ainda com a cadeia prolongada com um poliol.
7. 7. Utilização da reivindicação 6, em que o poliol compreende 2,2'-bifenol ou um poliol polimérico.
8. 8. Uso de 7, em que o poliol polimérico compreende um polímero (met)acrílico e/ou um polímero de poliéster.
9. 9. Uso da reivindicação 1, em que o referido éter de poliglicidilo de um 2,2'-bifenol é fosfatado.
10. 10. Uso da reivindicação 1, em que o referido 2,2-bifenol é fosfatado por reação com um ácido de fósforo.
11. 11. Uso da reivindicação 10, em que o revestimento é um revestimento eletrodepositável.
12. 12. Uso da reivindicação 7, em que o éter de poliglicidilo de 2,2'-bifenol e o poliol polimérico são feitos reagir em conjunto para formar um ligante resinoso não gelificado.
13. 13. Um método para o revestimento de um substrato selecionado a partir de alimentos e/ou de embalagens de bebidas, que compreende a aplicação a pelo menos uma porção do substrato da composição de revestimento, tal como definida na reivindicação 1.
14. 14. Um substrato selecionado a partir de alimentos e/ou de embalagens de bebidas, revestido pelo menos em parte com a composição de revestimento, tal como definida em qualquer uma das reivindicações 1 ou 9.
15. 15. 0 substrato da reivindicação 14, em que a embalagem compreende uma lata de metal. Lisboa, 20 de Abril de 2015