BR102022021558A2 - Conjunto de implante dentário zigomático - Google Patents
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Abstract
A presente invenção se refere a um conjunto de implante dentário, mais precisamente a um conjunto de implante dentário zigomático para cirurgias de implante dentário em osso do arco zigomático por acesso intraoral. O conjunto de implante dentário zigomático (100) compreende um pino de implante (10) configurado para ser ancorado no osso zigomático; um elemento intermediário de conexão (20) compreendendo um formato curvado; em que uma primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20) é configurada para ser acoplada diretamente ou indiretamente ao pino de implante (10); um primeiro extensor (30), em que o primeiro extensor (30) é acoplado a uma segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20); um pilar protético (40), em que uma primeira extremidade (41) do pilar protético (40) compreende uma rosca externa (42), em que a rosca externa (42) do pilar protético (40) é acoplada a uma primeira rosca interna (23) do elemento intermediário de conexão (20); e em que uma segunda extremidade (43) do pilar protético (40) é configurada para receber uma prótese dentária.
Description
[001] A presente invenção se refere a um conjunto de implante dentário, mais precisamente a um conjunto de implante dentário zigomático para cirurgias de implante dentário em osso do arco zigomático por acesso intraoral.
[002] Conjuntos de implantes dentários ou simplesmente implantes dentários são estruturas de metal ou ainda suportes de metal, geralmente feitos de titânio, posicionados cirurgicamente em ossos da face como maxila e mandíbula, substituindo as raízes dentárias ou no caso de fixação no osso zigomático, onde não há raízes, servindo como suporte para acoplamento do conjunto da prótese.
[003] A utilização de conjuntos de implantes zigomáticos por meio de técnicas cirúrgicas promove a reabilitação oral na maxila, uma vez que pinos de implante são fixados no osso zigomático. Esse tipo de técnica é indicado normalmente para pacientes com severa perda óssea no maxilar superior ocasionada pela perda de dentes, essa severa perda óssea é muitas vezes devido à absorção óssea por inflamação ou ausência de função mastigatória por tempo prolongado, impossibilitado a confecção de próteses totais levando o paciente a problemas funcionais e sociais (dificuldade de se alimentar e falar) e psicológicas (constrangimento por ausência dos dentes e dificuldades na comunicação), a solução apresentada tem a vantagem de promover um tratamento possível para o caso de maxilas atróficas.
[004] Implantes dentários configurados para ancoragem no osso zigomático já são conhecidos do estado da técnica. A Figura 1 apresenta, a título meramente ilustrativo, um conjunto de componentes intermediários 1 de um conjunto de implante, ou seja, componentes localizados entre um pino de implante e uma prótese dentária (não ilustrados).
[005] O documento do estado da técnica CN112826618 revela uma estrutura de implante trans zigomática curva, em que o corpo do implante é curvado de modo a ficar mais próximo da parede côncava anterior e lateral do seio maxilar ou parcialmente embutido no maxilar. A parede interna das paredes anterior e lateral mantém o corpo afastado da camada de tecido mole da cavidade oral e reduz a incidência de exposição da cavidade oral. Tal estrutura destina-se, principalmente, a pacientes com depressão óbvia da parede anterior e lateral do seio maxilar ou a pacientes com absorção vertical e horizontal severa da maxila.
[006] O documento do estado da técnica BR 10 2017 020639-4 revela um componente intermediário protético odontológico, constituído de duas partes que se unem de forma rosqueável, aplicável em implantes zigomáticos. Os implantes inseridos de forma parafusada através de processo cirúrgico em procedimento intraoral em um implante convencional instalado cirurgicamente em conjunto com um elemento de prótese antirrotacional do tipo cone Morse. Tal método indicado para pacientes com perda óssea acentuada e que não podem passar por procedimentos de enxertos ósseos.
[007] De modo geral, o uso destes implantes convencionais do estado da técnica apresenta vantagens, tais como: - baixa morbidade cirúrgica; - simplicidade, o que permite a realização do procedimento em ambiente que não seja hospitalar e promove o aumento do número de profissionais que fazem uso da mesma; e - custos reduzidos, o que aumenta a possibilidade de acesso da população ao tratamento.
[008] No entanto, apesar dos avanços recentes no campo de implantes zigomáticos, ainda são percebidos no estado da técnica inconvenientes a serem superados.
[009] Como observado nos documentos citados acima, o estado da técnica carece de soluções que atendam a pacientes de uma maneira mais individualizada, uma vez que cada paciente é diferente de outro e requer cuidados específicos.
[0010] Em particular, cabe notar que as perdas ósseas causam grandes modificações na estrutura maxilo facial de um paciente, de modo que é necessário desenvolver soluções de individualização dos conjuntos/estruturas de implantes dentários zigomáticos permitindo que sejam usados com segurança em todos os perfis de pacientes.
[0011] Portanto, um objetivo geral da presente invenção é prover um conjunto de implante dentário zigomático capaz de eliminar ou ao menos reduzir as limitações conhecidas do estado da técnica atualmente.
[0012] Um objetivo particular da presente invenção é prover um conjunto de implante dentário zigomático capaz de ser adaptado às especificidades de cada paciente.
[0013] Outro objetivo particular da presente invenção é prover um conjunto de implante dentário que se acople ao osso zigomático através de um pino de implante convencional.
[0014] Outro objetivo da presente invenção é fornecer um conjunto de implante dentário cuja cirurgia para sua ancoragem no osso zigomático e fixação de próteses dentárias ocorra com o menor risco possível e com maior grau de sucesso, evitando assim a utilização de internação em hospitais, reduzindo custos e complicações ao paciente.
[0015] Outro objetivo particular da presente invenção é prover um conjunto de implante dentário zigomático com estabilidade e resistência mecânicas aprimoradas.
[0016] Um ou mais objetivos da presente invenção acima mencionado(s), dentre outros, é(são) alcançado(s) por meio de um conjunto de implante dentário zigomático compreendendo: um pino de implante configurado para ser ancorado no osso zigomático; um elemento intermediário de conexão compreendendo um formato curvado; em que uma primeira extremidade do elemento intermediário de conexão é acoplada direta ou indiretamente ao pino de implante; um primeiro extensor, em que o primeiro extensor é acoplado a uma segunda extremidade do elemento intermediário de conexão; um pilar protético, em que uma primeira extremidade do pilar protético compreende uma rosca externa, em que a rosca externa do pilar protético é acoplada a uma primeira rosca interna do elemento intermediário de conexão; e em que uma segunda extremidade do pilar protético é configurada para receber uma prótese dentária.
[0017] Um ou mais objetivos da presente invenção acima mencionado(s), dentre outros, também é(são) alcançado(s) por meio de um conjunto de componentes intermediários para implante dentário, compreendendo um elemento intermediário de conexão compreendendo um formato curvado; em que uma primeira extremidade do elemento intermediário de conexão é configurada para ser acoplada direta ou indiretamente a um pino de implante; e um primeiro extensor, em que o primeiro extensor é acoplado a uma segunda extremidade do elemento intermediário de conexão.
[0018] Os objetivos, efeitos técnicos e vantagens da presente invenção serão aparentes aos técnicos no assunto a partir da descrição detalhada a seguir que faz referência às figuras anexas, que ilustram realizações exemplificadoras, mas não limitadoras, dos objetos reivindicados: - a Figura 1 apresenta uma vista em perspectiva explodida de um implante zigomático conhecido no estado da técnica; - a Figura 2 apresenta uma vista frontal de um conjunto de implante dentário zigomático, objeto da presente invenção; - as Figuras 3a e 3b apresentam vistas em perspectivas de pinos de implante apropriados para fixação no osso zigomático; - a Figura 4 apresenta uma vista em perspectiva de um elemento intermediário de conexão, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 5 apresenta uma vista superior de um elemento intermediário de conexão, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 6 apresenta uma vista frontal de um elemento intermediário de conexão, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 7 apresenta uma vista em corte de um elemento intermediário de conexão, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 8 variações do primeiro extensor, conforme realizações da presente invenção; - a Figura 9 apresenta uma vista superior do primeiro extensor, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 10 apresenta uma vista em corte do primeiro extensor, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 11 apresenta uma vista em detalhe do acoplamento entre primeiro extensor e o elemento intermediário de conexão, conforme uma realização da presente invenção; - as Figuras 12a e 12b apresentam variações do pilar protético, conforme realizações da presente invenção; - as Figuras 13a e 13b apresentam vistas em corte de extremidades das variações do pilar protético apresentadas nas Figuras 12a e 12b, conforme realizações da presente invenção; - a Figura 14 apresenta uma vista frontal do segundo extensor; - as Figuras 15a e 15b apresentam vistas em perspectiva de variações do segundo extensor, conforme realizações da presente invenção; - a Figura 16 apresenta uma vista em corte do acoplamento entre o pino de implante, o elemento intermediário de conexão e o segundo extensor, conforme uma realização da presente invenção; - a Figura 17 apresenta uma vista em perspectiva de um parafuso aplicado ao conjunto de implante dentário zigomático, objeto da presente invenção; - a Figura 18 apresenta uma vista em corte do parafuso apresentado na Figura 17; - a Figura 19 apresenta uma vista superior do parafuso apresentado na Figura 17; e - as Figuras 20a a 20f apresentam as vistas ortogonais e em corte de uma porca, conforme uma realização da presente invenção.
[0019] Cabe destacar que o objeto da presente invenção, um conjunto de implante dentário zigomático, é descrito a seguir de acordo com realizações particulares, mas não limitativas, uma vez que sua concretização poderá ser realizada de diferentes formas e variações e conforme a aplicação desejada pelo técnico no assunto.
[0020] O uso do termo “um” ou “uma” neste relatório descritivo não indica uma quantidade limitada, mas a existência de pelo menos (no mínimo) um dos elementos/componentes/itens listados. O uso do termo “ou” indica qualquer um ou todos os elementos/componentes/itens listados. O uso do termo “compreender”, “dotado”, “provido” ou um termo similar indica que o elemento/componente/item listado na frente do dito termo faz parte da invenção, mas não excluem outros elementos/componentes/itens não listados. O uso do termo “associar”, “conectar” ou termos similares pode ser referente a conexões físicas, mecânicas, pneumáticas, fluídicas, hidráulicas, elétricas, eletrônicas ou sem fio, seja de maneira direta ou indireta.
[0021] As realizações da presente invenção fornecem um conjunto de implante dentário zigomático (100), recomendado em especial para uso em pacientes com severa perda óssea no osso maxilar. Uma possível configuração totalmente montada do conjunto (100) é ilustrada na Figura 2.
[0022] Preferencialmente, os componentes do conjunto (100) são fabricados por processos de usinagem a partir de quaisquer materiais biocompatíveis e com elevada resistência mecânica, como ligas metálicas. Em especial, ligas de titânio são particularmente vantajosas para a fabricação dos componentes do conjunto (100).
[0023] Conforme observado na Figura 2, o conjunto de implante dentário zigomático da presente invenção compreende um pino de implante (10) que é configurado para ser ancorado/acoplado ao osso zigomático de um paciente.
[0024] O pino de implante (10) compreende um corpo alongado de formato substancialmente cônico/afunilado ou de formato substancialmente cilíndrico, compreendendo uma rosca externa (12) cobrindo pelo menos parcialmente sua superfície externa. O pino de implante (10) pode compreender uma altura entre 7 e 15 mm, com diâmetro variando entre 3 e 5 mm.
[0025] De forma particularmente vantajosa, quaisquer pinos de implante (10) convencionais do estado da técnica são passíveis de utilização no conjunto (100) da presente invenção, desde que sejam adequados para ancoragem ao osso zigomático. Alternativamente, a depender do quadro clínico do paciente, o pino de implante (10) pode ser apropriado para ancoragem em qualquer outro osso facial.
[0026] Exemplos de pinos de implante (10) adequados para utilização no conjunto (100) são ilustrados nas Figuras 3a e 3b.
[0027] O conjunto de implante dentário zigomático (100) da presente invenção apresenta também um elemento intermediário de conexão (20).
[0028] O elemento intermediário de conexão (20) apresenta um corpo alongado de formato substancialmente curvado, como por exemplo aproximadamente um “S”, um “Z”, um “L” ou similares, conforme observado nas Figuras 4 a 6. A seção transversal do elemento intermediário de conexão (20) pode ser, por exemplo, substancialmente circular, com diâmetro externo variando entre 2 e 5 mm, conforme observado na Figura 7.
[0029] Uma primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20) é configurada para ser acoplada de maneira direta ou indireta ao pino de implante (10). O acoplamento e a fixação do elemento intermediário de conexão (20) ao pino de implante (10) podem ser realizados por meio de um parafuso (70), que será mais bem detalhado adiante.
[0030] Em uma realização, a primeira extremidade (21) é afunilada (formato tronco-cônico), em cone Morse, apresentando um ângulo de abertura (δ) entre 9 e 15°.
[0031] De acordo com uma realização preferencial, o conjunto de implante dentário zigomático (100) da presente invenção apresenta ainda um primeiro extensor (30). O primeiro extensor (30) é acoplado a uma segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20). Conforme observado na Figura 8, a altura (h1) do primeiro extensor (30) pode ser vantajosamente dimensionada de modo a personalizar um comprimento total do conjunto (100) de acordo com a necessidade de cada paciente.
[0032] O conjunto (100) também compreende um pilar protético (40), ilustrado, por exemplo, nas Figuras 12a e 12b. Uma primeira extremidade (41) do pilar protético (40) compreende uma rosca externa (42), sendo que a rosca externa (42) do pilar protético (40) é acoplada a uma primeira rosca interna (23) do elemento intermediário de conexão (20). O pilar protético (40) compreende ainda uma segunda extremidade (43) configurada para receber e fixar uma prótese dentária (não ilustrada).
[0033] Em uma realização, o pilar protético (40) recebe uma prótese dentária em um furo cego (44), que pode ser observado nas Figuras 13a e 13b. A superfície do furo cego (44) compreende uma rosca interna (45), por exemplo, uma rosca M1.4.
[0034] De acordo com uma realização da presente invenção, o pilar protético (40) pode ser escolhido entre um pilar protético do tipo mini cônico (Figura 12a) ou um pilar protético do tipo munhão (Figura 12b). De acordo com a realização, o cirurgião dentista poderá escolher qual interface melhor se adequa ao implante dentário de cada caso, sem a necessidade de peças extras de fixação e alocação.
[0035] Opcionalmente, o conjunto de implante dentário zigomático (100) pode compreender um segundo extensor (50), de modo a ampliar ainda mais as possibilidades de adaptação/personalização do conjunto (100). Diferentes realizações do segundo extensor (50) podem ser observadas nas Figuras 14, 15a e 15b.
[0036] Uma primeira extremidade (51) do extensor (50) compreende uma rosca externa (52), por exemplo, uma rosca M1.8. A rosca externa (52) do segundo extensor (50) é acoplada a uma rosca interna (11) correspondente do pino de implante (10). O segundo extensor (50) é configurado para receber a primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20) em um furo cego (53) formado em uma segunda extremidade (54) do segundo extensor (50).
[0037] Em uma realização alternativa, conforme observado nas Figuras 20a a 20f, o conjunto (100) compreende também uma porca (60). Como pode ser observado na Figura 2, a porca (60) é acoplada à rosca externa (42) do pilar protético (40) e é configurada para evitar movimentação radial e/ou axial do primeiro extensor (30) em relação ao elemento intermediário de conexão (20).
[0038] A primeira rosca interna (23) do elemento intermediário de conexão (20) está localizada em um furo cego (24) formado na segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20). De forma vantajosa, o primeiro extensor (30) compreende um furo passante (31) que define um canal livre que permite que a primeira extremidade (41) do pilar protético (40) seja recebida pelo furo cego (24) do elemento intermediário de conexão (20).
[0039] Conforme ilustrado nas Figuras 7 a 10, em uma realização da presente invenção, o primeiro extensor (30) compreende uma pluralidade de recessos (32) formada em uma primeira extremidade (33) do primeiro extensor (30) e o elemento intermediário de conexão (20) compreende uma pluralidade de projeções (25) correspondentes formada na segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20). Dessa forma, o acoplamento entre o primeiro extensor (30) e o elemento intermediário de conexão (20) é realizado por meio do encaixe da pluralidade de recessos (32) com a pluralidade de projeções (25). Este acoplamento, ilustrado na Figura 11, é realizado pela movimentação do primeiro extensor (30) em direção à segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20) em um sentido (S), permitindo que as projeções (25) se encaixem nos recessos (32).
[0040] Em uma realização, a pluralidade de projeções (25) compreende 4 projeções uniformemente distribuídas em uma borda da segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20). Nesta realização, a pluralidade de recessos (32) compreende 4 recessos, também distribuídos de maneira uniforme na primeira extremidade (33) do primeiro extensor (30). Um técnico no assunto imediatamente perceberá que outros números de projeções (25) e recessos (32) são perfeitamente possíveis, desde que possibilitem o acoplamento entre o elemento intermediário de conexão (20) e o primeiro extensor (30).
[0041] Em uma realização da presente invenção, as projeções (25) compreendem um formato substancialmente paralelepipedal, cujas dimensões de comprimento, altura e largura variam entre 0,4 e 0,6 mm. De forma correspondente, os recessos (32) compreendem vãos também de formato substancialmente paralelepipedal, cujas dimensões de comprimento, altura e largura variam entre 0,4 e 0,6 mm.
[0042] Um técnico no assunto imediatamente notará que diferentes formatos e dimensões das projeções (25) e recessos (32) podem ser utilizados, como por exemplo, formatos substancialmente cônicos, semiesféricos, entre outros. Ainda, as projeções (25) e recessos (32) podem ser dimensionados de forma que o encaixe ocorre somente após a movimentação das peças em mais de uma direção, ou ocorra por rotação relativa entre os componentes, ou ainda ocorra apenas após um alinhamento específico entre os componentes (encaixe Poka Yoke).
[0043] Em uma realização particularmente vantajosa, o encaixe entre a pluralidade de projeções (25) e a pluralidade de recessos (32) é realizada com folga entre 0,01 e 0,03 mm em uma ou mais entre as dimensões de comprimento, altura e largura. Graças à folga, o encaixe entre o elemento intermediário de conexão (20) e o primeiro extensor (30) não montam por interferência e, também, possibilita a troca somente do primeiro extensor (30) pelo clínico, caso o comprimento não seja o mais adequado.
[0044] O primeiro extensor (30) compreende ainda um corpo de formato cilíndrico com altura (h1) entre 1,5 e 4,5 mm, em que o primeiro extensor (30) compreende uma região interna afunilada (34) com diâmetro (d1) entre 2,5 e 3,5 mm. A porca (60) compreende uma projeção afunilada (61) correspondente, de modo que a movimentação do primeiro extensor (30) em relação ao elemento intermediário de conexão (20) é evitada pelo contato entre a região interna afunilada (34) do primeiro extensor (30) e a projeção afunilada (61) da porca (60).
[0045] Ainda, o primeiro extensor (30) pode apresentar uma espessura de parede entre 0,8 e 1,5 mm, garantindo sua robustez mecânica.
[0046] O segundo extensor (50) compreende um corpo substancialmente alongado dotado de uma primeira seção (50a) de formato substancialmente cônico com altura (h2) entre 5 e 10 mm e diâmetro entre 1,7 e 4,0 mm, além de uma segunda seção (50b) de formato substancialmente cilíndrico com altura (h3) entre 2 e 12 mm e diâmetro entre 3,0 e 4,0 mm. Preferencialmente, a segunda seção (50b) se estende contiguamente e coaxialmente a partir da primeira seção (50a).
[0047] Em uma realização, a primeira seção (50a) compreende a primeira extremidade (51) e a segunda seção (50b) compreende a segunda extremidade (54) do segundo extensor (50). Ainda, a segunda seção (50b) pode compreender um flange (56) de diâmetro entre 3,5 e 4,5 mm. Cabe notar que o diâmetro do flange (56) é maior que o diâmetro da primeira seção (50a) e da segunda seção (50b).
[0048] Quando o segundo extensor (50) é utilizado, cabe notar que o pino de implante (10) compreende um furo cego (13) de formato afunilado adaptado para receber a primeira seção (50a). Quando o segundo extensor (50) não está presente no conjunto (100), o furo cego (13) do pino de implante (10) pode ser adaptado para receber a primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20).
[0049] Conforme ilustrado nas Figuras 15a e 15b, as alturas (h2) e (h3) do segundo extensor (50) podem ser vantajosamente dimensionados para personalizar o comprimento total do conjunto (100).
[0050] No estado da técnica, quando há necessidade da cirurgia no osso zigomático por ausência de osso maxilar, o espaço físico exige implantes mais longos, que quando posicionados tendem a ter a sua rosca externa aparente, aumentando a possibilidade de perda óssea por ação de bactéria. O segundo extensor (50) de acordo com a presente invenção apresenta superfícies externas da primeira seção (50a) e segunda seção (50b) substancialmente lisas, à exceção da parte dotada de rosca externa (52), permitindo que se utilize um pino de implante (10) de menor comprimento, onde a sua rosca externa (12) fica totalmente internalizada no osso zigomático, que leva a uma vedação física muito mais eficiente e reduz chances de infecções.
[0051] Em uma realização da presente invenção, o elemento intermediário de conexão (20) compreende uma primeira seção (20a) que se estende ao longo de um eixo (A1). Como observado na Figura 6, a primeira seção (20a) compreende a primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20).
[0052] O elemento intermediário de conexão (20) compreende também uma segunda seção (20b) que se estende contiguamente a partir da primeira seção (20a) ao longo de um eixo (A2), em que um ângulo (α) entre os eixos (Ai) e (A2) está entre 80 e 120°, caracterizando o formato curvado do elemento intermediário de conexão (20). Em uma realização alternativa da presente invenção, não ilustrada, a segunda seção (20b) compreende a segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20), formando um corpo substancialmente em “L”.
[0053] Em outra realização, o elemento intermediário de conexão (20) pode compreender uma terceira seção (20c) que se estende contiguamente a partir da segunda seção (20b) ao longo de um eixo (A3). Neste caso, conforme ilustrado na Figura 6, a terceira seção (20c) compreende a segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20). Preferencialmente, um ângulo (β) entre os eixos (A2) e (A3) está entre 30 e 80°.
[0054] Em outra realização da presente invenção, um ângulo (Y) entre os eixos (A1) e (A3) está entre 20 e 45°.
[0055] Vale notar que, em uma realização preferencial, os eixos (A1), (A2) e (A3) são coplanares ou substancialmente coplanares entre si. De modo geral, os ângulos (α), (β) e (y) formados entre estes eixos caracterizam o formato substancialmente curvado do elemento intermediário de conexão (20).
[0056] A primeira seção (20a) do elemento intermediário de conexão (20) compreende um furo passante (26) dotado de uma segunda rosca interna (28), por exemplo, uma rosca M1.8, configurado para receber o parafuso (70), por exemplo também dotado de rosca externa (73) M1.8, sendo que o parafuso (70) é acoplado à rosca interna (11) do pino de implante (10) ou em uma rosca interna (55) do segundo extensor (50).
[0057] Caso o parafuso (70) seja acoplado à rosca interna (11) do pino de implante (10), o acoplamento entre o pino de implante (10) e o elemento intermediário de conexão (20) é realizado de forma direta. No entanto, caso haja a presença do segundo extensor (50) e o parafuso (70) seja acoplado à rosca interna (55) do segundo extensor (50), o acoplamento entre o pino de implante (10) e o elemento intermediário de conexão (20) é realizado de forma indireta.
[0058] De modo geral, o parafuso (70) é configurado para evitar movimentação radial e/ou axial entre o elemento intermediário de conexão (20) e o pino de implante (10) ou entre o elemento intermediário de conexão (20) e o segundo extensor (50).
[0059] O parafuso (70) pode compreender um corpo alongado cilíndrico e uma cabeça de parafuso (71). A cabeça de parafuso (71), a qual preferencialmente compreende um diâmetro maior do que o diâmetro do restante do parafuso (70), é configurada para ser apoiada em um batente (27) formado na primeira seção (20a) do elemento intermediário de conexão (20), contribuindo assim para um firme acoplamento entre pino de implante (10), elemento intermediário de conexão (20) e o segundo extensor (50), se este componente estiver presente no conjunto (100).
[0060] Ainda, o parafuso (70) pode ser configurado para receber uma chave quadrada em um recesso correspondente (72) localizado na cabeça de parafuso (71). No entanto, um técnico no assunto notará que diversas possibilidades de configuração do recesso (72) são possíveis.
[0061] As variações de altura do primeiro extensor (30) e do segundo extensor (50), quando este é utilizado, permitem que o conjunto de implante dentário zigomático (100) possa ser adaptado aos mais diversos cenários de perda óssea de um paciente ou mesmo de diversas anatomias bucomaxilofacial.
[0062] O elemento intermediário de conexão (20), de acordo com a presente invenção, pode compreender três seções distintas (20a, 20b, 20c) é particularmente vantajoso, pois permite que o elemento (20) seja adaptado para os mais diversos cenários enfrentados pelo cirurgião dentista. Cada paciente apresenta um nível de perda óssea diferente, diferentes anatomias bucomaxilofacial e um único conjunto de implante (100) pode ser adaptado às mais diversas possibilidades.
[0063] Os inventores observaram por análise de elementos finitos que as partes mais frágeis do conjunto (100) se concentram na rosca externa (42) do pilar protético (40). Na análise realizada, foi observado que esta região é o ponto de maior dissipação de forças quando simuladas as forças mastigatórias. Nestas simulações, foi observado que poderia haver dano ao conjunto (100) em esforços de alta intensidade, de modo que foi desenvolvido um complemento mecânico na forma do primeiro extensor (30). O primeiro extensor (30) é um elemento reforçado que pode ter alturas que atendam às necessidades dos cirurgiões dentistas, com o intuito de evitar maiores complicações em pacientes que apresentem tal perfil.
[0064] Pacientes que apresentam uma extensão maior entre a crista do rebordo e o osso zigomático, ou seja, uma maior distância do ponto de aplicação de força (rebordo alveolar) e o ponto de resistência (pino de implante (10) instalado no osso zigomático) apresentaram uma maior força incidindo sobre esta rosca (42) exposta, podendo apresentar riscos de falha no conjunto (100). Outro fator a ser considerado é muitos dos pacientes desenvolvem apertamento involuntários (esforço em várias direções sobre a prótese dentária), conhecidos como bruxismo noturno, quando ocorrem durante o sono, e bruxismo de vigília, quando ocorrem durante o dia. Este fator aumenta de forma considerável a força que incide no conjunto (100), aumentando o risco de falha. Desse modo, a presença do pilar protético (40) é essencial para evitar tais complicações. E, o primeiro extensor (30) seria utilizado quando a rosca do pilar protético (40) ficasse muito longa e, portanto, fragilizada.
[0065] Nos conjuntos de implante conhecidos no estado da técnica, é necessário o uso de uma série de componentes (pilar) que permitam a instalação da prótese dentária (dente substituto) por aparafusamento. No pilar protético (40) proposto pela presente invenção, já está inclusa toda a estrutura necessária para recebimento da prótese dentária em uma única peça, evitando parafusos de fixação.
[0066] O comprimento da rosca externa (42) dos pilares protéticos (40) depende da altura (h1) do primeiro extensor (30). Esta modificação apresenta vantagens significativas no uso do conjunto (100). A primeira vantagem é em relação à técnica de instalação utilizada, por diminuir a inserção de um componente. O pilar protético (40) projetado em peça única diminui o risco de soltura do mesmo, já que em pilares do estado da técnica a fixação ao conjunto é feita com parafuso instalado com um torque de em média 20 N/cm. O desenvolvimento proposto pela presente invenção vantajosamente evita o risco de soltura devido aos esforços laterais (lateralidade).
[0067] A maior estabilidade desta parte do conjunto (100), ou seja, a conexão entre o pilar protético (40) e a segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20) também elimina o risco de fadiga no parafuso da prótese dentária (não ilustrados) e facilita a adaptação passiva da prótese dentária ao conjunto (100), fator primordial para o sucesso a longo prazo destes tratamentos.
[0068] Além disso, cabe notar que o segundo extensor (50) conforme Figuras 15a e 15b, pode ter variadas alturas para atendimento das necessidades dos diferentes pacientes. Este desenvolvimento proposto pela presente invenção relativa ao segundo extensor (50) contribui de forma positiva principalmente na qualidade biológica do tratamento, ao passo que modificações relacionadas ao primeiro extensor (30) contribuem para aprimoramento de fatores biomecânicos.
[0069] Uma das maiores complicações referentes aos implantes zigomáticos do estado da técnica são alterações sinusais como sinusite crônica pela invasão do implante na cavidade sinusal. Os implantes convencionais na maioria das vezes não expõem o seio maxilar evitando esta complicação, mas em alguns casos é necessário a exposição para instalação do pilar e em casos mais remotos a exposição do seio para instalação de fixações maiores em virtude da anatomia óssea.
[0070] O uso do segundo extensor (50), quando presente, praticamente elimina a necessidade de se interferir, mesmo que discretamente, na cavidade sinusal, diminuindo o risco de contaminação tanto do conjunto (100) quanto do seio maxilar. Pelo fato do segundo extensor (50) compreender uma conexão Morse (cônica) em sua primeira extremidade (51), não há comprometimento do conjunto (100) do ponto de vista biomecânico.
[0071] Desse modo, resta claro que apesar dos implantes zigomáticos conhecidos do estado da técnica terem demonstrado resultados satisfatórios no seu uso clínico, a popularização da sua utilização trouxe à tona alguns inconvenientes clínicos em virtude das variações anatômicas decorrentes da perda dos dentes e reabsorção dos ossos maxilares.
[0072] Assim, o conjunto (100) da presente invenção apresenta estabilidade mecânica aprimorada, diminuindo o risco de complicações em pacientes com braço de alavanca longo pela distância da maxila e rebordo alveolar ao osso zigomático e biológicas. Ainda, o conjunto de implante dentário zigomático (100) diminui o risco de exposição do seio maxilar, evitando o risco de sinusites agudas ou crônicas e aumentando as indicações do tratamento e a segurança do procedimento.
[0073] Apesar da descrição das realizações particulares acima, a presente invenção pode ser realizada de maneira diferente e pode apresentar modificações em sua forma de implementação, de modo que o escopo de proteção da invenção se limita tão somente pelo teor das reivindicações anexas, incluindo todas as possíveis variações equivalentes.
Claims (10)
1. CONJUNTO DE IMPLANTE DENTÁRIO ZIGOMÁTICO (100), caracterizado por compreender: um pino de implante (10) configurado para ser ancorado no osso zigomático; um elemento intermediário de conexão (20) compreendendo um formato curvado; em que uma primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20) é configurada para ser acoplada diretamente ou indiretamente ao pino de implante (10); um primeiro extensor (30), em que o primeiro extensor (30) é acoplado a uma segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20); um pilar protético (40), em que uma primeira extremidade (41) do pilar protético (40) compreende uma rosca externa (42), em que a rosca externa (42) do pilar protético (40) é acoplada a uma primeira rosca interna (23) do elemento intermediário de conexão (20); e uma porca (60), em que a porca (60) é acoplada à rosca externa (42) do pilar protético (40) e é configurada para evitar movimentação do primeiro extensor (30) em relação ao elemento intermediário de conexão (20); e em que uma segunda extremidade (43) do pilar protético (40) é configurada para receber uma prótese dentária.
2. CONJUNTO (100), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender adicionalmente um segundo extensor (50), em que uma primeira extremidade (51) do extensor (50) compreende uma rosca externa (52), em que a rosca externa (52) do segundo extensor (50) é acoplada a uma rosca interna (11) do pino de implante (10); em que o segundo extensor (50) é configurado para receber a primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20) em um furo cego (53) formado em uma segunda extremidade (54) do segundo extensor (50).
3. CONJUNTO (100), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado pela primeira rosca interna (23) do elemento intermediário de conexão (20) estar localizada em um furo cego (24) formado na segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20) e pelo primeiro extensor (30) compreender um furo passante (31) que define um canal livre que permite que a primeira extremidade (41) do pilar protético (40) seja recebida pelo furo cego (24) do elemento intermediário de conexão (20).
4. CONJUNTO (100), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo primeiro extensor (30) compreender uma pluralidade de recessos (32) formada em uma primeira extremidade (33) do primeiro extensor (30) e o elemento intermediário de conexão (20) compreender uma pluralidade de projeções (25) correspondentes formada na segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20), em que o acoplamento entre o primeiro extensor (30) e o elemento intermediário de conexão (20) é realizado por meio do encaixe da pluralidade de recessos (32) com a pluralidade de projeções (25).
5. CONJUNTO (100), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo primeiro extensor (30) compreender um corpo de formato cilíndrico com altura (h1) entre 1,5 e 4,5 mm, em que o primeiro extensor (30) compreende uma região interna afunilada (34) com diâmetro (d1) entre 2,5 e 3,5 mm; em que a porca (60) compreende uma projeção afunilada (61) correspondente, em que a movimentação do primeiro extensor (30) em relação ao elemento intermediário de conexão (20) é evitada pelo contato entre a região interna afunilada (34) do primeiro extensor (30) e a projeção afunilada (61) da porca (60).
6. CONJUNTO (100), de acordo com qualquer uma das reivindicações 2 a 5, caracterizado pelo segundo extensor (50) compreender uma primeira seção (50a) de formato cônico com altura (h2) entre 5 e 10 mm e uma segunda seção (50b) de formato cilíndrico com altura (h3) entre 2 e 12 mm.
7. CONJUNTO (100), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado pelo pilar protético (40) ser escolhido entre um pilar protético do tipo mini cônico ou um pilar protético do tipo munhão.
8. CONJUNTO (100), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo elemento intermediário de conexão (20) compreender uma primeira seção (20a) que se estende ao longo de um eixo (A1), a primeira seção (20a) compreendendo a primeira extremidade (21) do elemento intermediário de conexão (20), e uma segunda seção (20b) que se estende contiguamente a partir da primeira seção (20a) ao longo de um eixo (A2), em que um ângulo (α) entre os eixos (Ai) e (A2) está entre 80 e 120°; em que o elemento intermediário de conexão (20) compreende uma terceira seção (20c) que se estende contiguamente a partir da segunda seção (20b) ao longo de um eixo (A3), a terceira seção (20c) compreendendo a segunda extremidade (22) do elemento intermediário de conexão (20), em que um ângulo (β) entre os eixos (A2) e (A3) está entre 30 e 80°.
9. CONJUNTO (100), de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pela primeira seção (20a) do elemento intermediário de conexão (20) compreender um furo passante (26) configurado para receber um parafuso (70), em que o parafuso (70) é acoplado à rosca interna (11) do pino de implante (10) ou em uma rosca interna (55) do segundo extensor (50); em que o parafuso (70) é configurado para evitar movimentação entre o elemento intermediário de conexão (20) e o pino de implante (10) ou entre o elemento intermediário de conexão (20) e o segundo extensor (50).
10. CONJUNTO (100), de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo parafuso (70) compreender uma cabeça de parafuso (71), em que a cabeça de parafuso (71) é configurada para ser apoiada em um batente (27) formado na primeira seção (20a) do elemento intermediário de conexão (20).
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