Timenés
Os timenés[3][4][5] ou temnes[6][7] (também conhecidos como timnes e timmanee) são um povo da África Ocidental, o maior grupo étnico da Serra Leoa com aproximados 1,5 milhão de pessoa (⅓ da população), mas também estão na Guiné, onde habitam a porção norte do país na mata costeira e na floresta úmida adjacente. Etnicamente são colocados no grupo dos meles da família congo-cordofana. Sua tradição oral afirma que eram oriundos de Futa Jalom na Guiné, mas migraram à zona de Freetown (capital da Serra Leoa) antes da chegada portuguesa no final do século XV; hoje, a cidade de Freetown é sobretudo povoada por eles.[8] Segundo registros de navegadores do começo do século XVI, as primeiras relações comerciais dos portugueses com os timenés envolvia a compra de arroz, cestos e esteiras de fibra de palmeira e itens esculpidos em marfim como colheres, garfos, facas e saleiros.[9] Em muitos deles, os portugueses encomendavam que se esculpisse o brasão do reino ou motivos europeus, como animais de caça daquele continente.[10]
Timenés | |||
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Crianças timenés em Kabala (1968) | |||
População total | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Temne, inglês, krio | |||
Religiões | |||
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Grupos étnicos relacionados | |||
Limbas |
Os timenés estão divididos em quatro subgrupos: sandas, ionis, colifas e cuniquês. Comerciantes muçulmanos levaram o islamismo aos timenés no século XVII e hoje aproximados 475 000 timenés são muçulmanos; os demais são católicos, protestantes ou poros. A religião poro é forte onde o islamismo é fraco e os valores dessa crença enfatizam sua cultura e religião tradicional; há disputa entre os adeptos dessa crença e os muçulmanos.[8] 80 ou 90% deles são fazendeiros que cultivam arroz, mas se cultiva de milhete e mandioca; para fins comerciais, produzem amendoim, produtos de óleo de palma, tabaco, gengibre e noz-de-cola. Dentre o restante dos timenés há aqueles que trabalham na mineração, serralherias, fábricas e outras ocupações urbanas. Sua estrutura social é baseada em clãs patrilineares e a poliginia é comum. Durante o período colonial, eram divididos em 44 chefaturas que eram designadas como distritos administrativos e hoje compõem a província do Norte na Serra Leoa. Desde a independência da Serra Leoa em 1961, os timenés desempenham importante papel na política, especialmente no Partido Popular da Serra Leoa e no Congresso de Todo o Povo.[11]
- ↑ Sierra Leone, Statistcs (Outubro de 2017). «Sierra Leone 2015 Population and Housing Census National Analytical Report» (PDF). Consultado em 25 de julho de 2022
- ↑ Project, Joshua. «Temne in Sierra Leone». joshuaproject.net (em inglês). Consultado em 25 de julho de 2022
- ↑ Silva 2009.
- ↑ Silva 2014.
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022
- ↑ Hernandez 2008, p. 118, 120, 205.
- ↑ Dados Gerais 2014.
- ↑ a b Olson 1996, p. 552.
- ↑ Pereira 1956.
- ↑ Willett 2002, p. 76-7.
- ↑ Olson 1996, p. 553.
- ↑ (em inglês) Bubu in Sierra Leone, Music in Africa
Bibliografia
editar- Hernandez, Leila Leite (2008). A África Na Sala de Aula. São Paulo: Grupo Editorial Summus
- Olson, James Stuart (1996). The Peoples of Africa: An Ethnohistorical Dictionary. Westport, Connecticute; Londres: Greenwood Press
- Pereira, Pacheco (1956). Esmeraldo de Situ Orbis. Bissau: R. Mauny
- Silva, Alberto da Costa (2009). A Enxada e a Lança - A África Antes dos Portugueses. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3947-5
- Silva, Alberto da Costa (2014). A Manilha e o Libambo - A África e a Escravidão, de 1500 a 1700. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira Participações S.A. ISBN 978-85-209-3949-9
- Willett, Frank (2002). African Art. Londres: Thames & Hudson