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Geografia de Roraima

A Geografia de Roraima, estado localizado na região Norte do Brasil, é marcada por contrastes e singularidades que refletem sua posição geográfica, clima e relevo característicos. Com uma área territorial significativa, porém uma das menores populações do país, Roraima abriga uma diversidade de paisagens e ecossistemas únicos, proporcionando um cenário de grande interesse geográfico e ambiental.[1]

Mapa topográfico de Roraima.
Monte Roraima, na fronteira tríplice de BrasilGuianaVenezuela.

Roraima é formada por terrenos planos. Possui 1.932 quilômetros de fronteiras, a maior parte ocupada por terras indígenas. O relevo é bastante variado; junto às fronteiras da Venezuela e da Guiana ficam as serras de Parima e de Pacaraima, onde se encontra o monte Roraima, com 2.875 metros de altitude.[2]

Relevo

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O relevo de Roraima é dominado por planaltos e serras, com destaque para o Planalto das Guianas, uma extensa formação geológica que se estende por boa parte do estado. No extremo norte, encontra-se o Monte Roraima, uma das montanhas mais famosas da região, que faz parte do Parque Nacional do Monte Roraima e atrai aventureiros e turistas de todo o mundo.[3]

O relevo predominante é plano e com leves ondulações. Seu quadro morfológico é composto pelo:

  • Planalto ondulado
  • Escarpamentos setentrionais

Esses relevos são parte do planalto das Guianas, que segue pelo norte da planície amazônica.

O seu planalto ondulado é num grande pediplano, composto por maciços e picos isolados e dispersos.

Os escarpamentos setentrionais formam a borda de um planalto mais alto, estendendo-se especialmente sobre a Guiana e a Venezuela. Alguns exemplos são as serras Parima e Pacaraima e monte Roraima.[4]

Altitude

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Aproximadamente 60% de sua superfície encontra-se abaixo de 200m; outros 25% da área total entre 200m e 300m; ainda há 14%, que estão entre 300 e 900m; e o restante (1%) está acima de 900m.

Hidrografia

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O Rio Branco é o maior e mais importante rio da região.

A hidrografia de Roraima é caracterizada pela presença de rios caudalosos e lagos, sendo os principais rios o Branco, o Uraricoera e o Tacutu, que fazem parte da bacia Amazônica. Além disso, o estado possui uma porção da bacia do rio Orinoco, que contribui para a diversidade de ecossistemas e para a riqueza da fauna e flora local.[5]

A hidrografia do estado de Roraima faz parte da bacia do rio Amazonas e baseia-se basicamente na sub-bacia do rio Branco (45.530 km²). Este rio é um dos rios afluentes do rio Negro.

Principais afluentes do rio Branco:

Além destes rios, destaque para:

 
Tipos de clima de Roraima.

Em Roraima predomina o clima similar ao de outros estados da Região Norte que abrigam a Floresta Amazônica, basicamente variações do clima tropical como o equatorial e o tropical úmido, também conhecido como clima de monção.[6] A temperatura média ocorrida durante o ano, varia de 20 °C em pontos de relevos com maiores altitudes, e 38 °C em áreas de relevo suave ou plano.[6] O índice pluviométrico na parte oriental é cerca de 2.000 milímetros. Na parte ocidental é de aproximadamente 1.500 milímetros. Na capital e em proximidades, os índices atingem 2.600 milímetros.[6]

De modo geral, o clima varia de acordo com a região. Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, o sul e o oeste do estado apresentam um clima equatorial quente e úmido (Af).[7] A temperatura média anual varia de 25° a 28 °C.[8] No norte e no leste, o clima apresentado é o tropical de monção (Am),[7] onde a temperatura média é semelhante as demais regiões do estado, porém o índice pluviométrico é menor, e a estação de seca é bem definida.[8]

Apesar da latitude, no extremo noroeste e nordeste, nas áreas mais elevadas do estado, é possível encontrar padrões climáticos compatíveis com os de climas subtropicais úmidos (Cfa e Cwa),[7] como na região em torno do Monte Roraima, que apresenta temperatura média anual entre 20 e 22 °C,[9] e uma estação seca entre os meses de dezembro e março.[10][11]

Vegetação

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A vegetação predominante no estado é a de floresta tropical (revestindo aproximadamente 72% da área total), recobrindo especialmente as porções meridionais e ocidentais.

Campos e cerrados, conhecidos regionalmente como "lavrados", correspondem aos 28% restantes, revestindo as áreas setentrionais e orientais do estado.

A diversidade de vegetação em Roraima inclui florestas de terra firme, áreas de várzea, campos inundáveis, savanas de cerrado e vegetação de campinarana, esta última característica das áreas mais elevadas e rochosas. Essa variedade de ecossistemas proporciona abrigo para uma grande variedade de espécies de plantas e animais, muitas das quais endêmicas da região.[12]

Unidades de conservação

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Em Roraima o IBAMA administra 8 unidades de conservação: 3 parques nacionais, 3 estações ecológicas e 2 florestas nacionais, totalizando 15.539,93 km², ou 6,9975% dos 224.298,980 km² (IBGE) da área territorial do Estado.

Apesar de sua riqueza natural, Roraima enfrenta desafios relacionados à conservação ambiental, ao desenvolvimento sustentável e à preservação dos direitos das populações indígenas, que compõem uma parte significativa de sua demografia. A pressão por atividades econômicas como mineração, agropecuária e infraestrutura pode representar ameaças à biodiversidade e aos modos de vida tradicionais.[13]

No entanto, Roraima também apresenta oportunidades para o ecoturismo, a pesquisa científica e o manejo sustentável dos recursos naturais, que podem contribuir para o desenvolvimento econômico e social do estado, ao mesmo tempo em que se promove a conservação do meio ambiente e o respeito à diversidade cultural. O equilíbrio entre desenvolvimento e preservação é fundamental para garantir um futuro sustentável para Roraima e suas riquezas naturais.[14]

Etnias indígenas

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Quando foi descoberta pelos portugueses (em meados do século XVIII), Roraima era habitada especialmente por indígenas.

Os indígenas apresentavam-se em sua maior parte pertencentes ao troncos dos Caribes, essa é a base da maioria dos povos indígenas do estado (Macuxi, Taurepang, Ingarikó, Patamanona, Wai-wai e Waimiri-atroari). Pertencentes ao tronco linguístico Arawak existem os Wapixama. Os Ianomâmi, ou Yanomami, pertencem à família linguística Yanomami, não classificada em tronco linguístico.

Roraima também reconhece a identidade mestiça.O Dia do Mestiço é data oficial no estado.[15]

Rodovias

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 Ver artigo principal: Sistema rodoviário de Roraima
Referências
  1. Figueiredo Cruz, Celson; Bezerra, Josinaldo Barboza (1 de agosto de 2023). «Atlas Escolar Geográfico de Roraima como Ferramenta Didática para a Aprendizagem da Geografia de Roraima no Ensino Fundamental II». Revista Eletrônica Casa de Makunaima (1): 5–17. ISSN 2595-5888. doi:10.24979/hxemke81. Consultado em 4 de março de 2024 
  2. Alves, Dilce Dos Santos; Lima Nascimento, Francisleile; Teixeira Falcão, Márcia; Pessoa de Lima, Régia Chacon (24 de agosto de 2020). «Educação em espaços não formais: química e geografia - da sala de aula para o museu de solos de Roraima». Revista Insignare Scientia - RIS (2): 237–256. ISSN 2595-4520. doi:10.36661/2595-4520.2020v3i2.11329. Consultado em 4 de março de 2024 
  3. Carvalho, Thiago Morato; Carvalho, Celso Morato; Morais, Roseane Pereira (29 de março de 2016). «FISIOGRAFIA DA PAISAGEM E ASPECTOS BIOGEOMORFOLÓGICOS DO LAVRADO, RORAIMA, BRASIL». Revista Brasileira de Geomorfologia (1). ISSN 2236-5664. doi:10.20502/rbg.v17i1.669. Consultado em 4 de março de 2024 
  4. Morais, Roseane Pereira; Carvalho, Thiago Morato de (1 de julho de 2013). «COBERTURA DA TERRA E PARÂMETROS DA PAISAGEM NO MUNÍCIPIO DE CARACARAÍ -RORAIMA». REVISTA GEOGRÁFICA ACADÊMICA (1). 46 páginas. ISSN 1678-7226. doi:10.18227/1678-7226rga.v7i1.2997. Consultado em 4 de março de 2024 
  5. Beserra Neta, Luiza Câmara; Silva, Gladis De Fátima Nunes da (2 de outubro de 2012). «A influência dos elemetos climáticos e a variação da ocorrência de focos de calor no espaço geográfico de Roraima». Textos e Debates (7). ISSN 2317-1448. doi:10.18227/2217-1448ted.v1i7.1029. Consultado em 4 de março de 2024 
  6. a b c «Clima». Brasil Escola. Consultado em 16 de março de 2011 
  7. a b c Alvares, Clayton Alcarde; Stape, José Luiz; Sentelhas, Paulo Cesar; de Moraes Gonçalves, José Leonardo; Sparovek, Gerd (1 de dezembro de 2013). «Köppen's climate classification map for Brazil». Meteorologische Zeitschrift (6): 711–728. doi:10.1127/0941-2948/2013/0507. Consultado em 7 de setembro de 2020 
  8. a b «Geografia de Roraima - Clima». Info Escola. Consultado em 16 de março de 2011 
  9. «Canaima National Park - Venezuela» (PDF). Protected Areas and World Heritage (em inglês). United Nations Environment Programme - World Conservation Monitoring Centre. Consultado em 30 de julho de 2012 [ligação inativa]
  10. Kennedy, Dana (1 de agosto de 2004). «An Unearthly Plateau in Venezuela». The New York Times (em inglês). Consultado em 31 de julho de 2012 
  11. «Santa Elena De Uairen, Venezuela: Climate, Global Warming, and Daylight Charts and Data». World Climate (em inglês). Consultado em 17 de agosto de 2012 
  12. Carvalho, Thiago Morato; Carvalho, Celso Morato; Morais, Roseane Pereira (29 de março de 2016). «FISIOGRAFIA DA PAISAGEM E ASPECTOS BIOGEOMORFOLÓGICOS DO LAVRADO, RORAIMA, BRASIL». Revista Brasileira de Geomorfologia (1). ISSN 2236-5664. doi:10.20502/rbg.v17i1.669. Consultado em 4 de março de 2024 
  13. Santos, André Luiz Conceição; Carvalho, Celso Morato de; Carvalho, Thiago Morato de (1 de dezembro de 2013). «IMPORTÂNCIA DE REMANESCENTES FLORESTAIS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: ESTUDO DE CASO NA MATA ATLÂNTICA EM SERGIPE ATRAVÉS DE SENSORIAMENTO REMOTO». REVISTA GEOGRÁFICA ACADÊMICA (2). 58 páginas. ISSN 1678-7226. doi:10.18227/1678-7226rga.v7i2.2992. Consultado em 4 de março de 2024 
  14. Carvalho, Thiago Morato de (27 de fevereiro de 2015). «SISTEMAS E AMBIENTES DENUDACIONAIS E AGRADACIONAIS, UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO PARA O ESTADO DE RORAIMA, NORTE DA AMAZÔNIA». ACTA GEOGRÁFICA (16): 77–98. ISSN 2177-4307. doi:10.18227/2177-4307.acta.v8i16.2452. Consultado em 4 de março de 2024 
  15. " «Paraíba vence o racismo e reconhece identidade mestiça». Nação Mestiça. 3 de dezembro de 2008 [ligação inativa]