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Wilson Teixeira Beraldo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Wilson Beraldo
Nascimento Wilson Teixeira Beraldo
20 de abril de 1917
Silvianópolis, MG
Morte 28 de julho de 1998 (81 anos)
Belo Horizonte, Minas Gerais
 Brasil
Educação Faculdade de Medicina da UFMG
Conhecido por Co-descobridor da substância bradicinina
Carreira médica
Ocupação médico, fisiologista

Wilson Teixeira Beraldo (20 de abril de 1917, Silvianópolis, Minas Gerais, Brasil – 28 de julho de 1998, Belo Horizonte, Minas Gerais) foi um médico e fisiologista brasileiro, sendo co-descobridor da substância bradicinina, em colaboração com Maurício Rocha e Silva e Gastão Rosenfeld. [1]

Formou-se médico pela Faculdade de Medicina da UFMG em 1943. Tornou-se livre docente em Fisiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e, posteriormente, professor catedrático de Fisiologia pela Faculdade de Medicina da UFMG e professor titular de Fisiologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.[2]

Em junho de 1948, participou da fundação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de posteriormente também ter ajudado na criação da FAPEMIG. Integrou o comitê de seleção de professores do Max Plank Institute da Alemanha e da Universidade de Buenos Aires. Foi consultor "Ad-Hoc" do CNPq e orientador do curso de pós-graduação em Fisiologia da UFMG, Fellow da Fundação Rockefeller e do British Council. Foi membro da Academia Brasileira de Ciência e da "The New York Academy of Sciences"[1]

Uma de suas contribuições mais importantes foi a descoberta da bradicinina, em colaboração com Maurício Rocha e Silva, do Instituto Biológico de São Paulo, e Rosenfeld. Elucidou também que a calicreína urinária não é de origem pancreática, mas renal e que a ação ocitócica da calicreína urinária do rato não depende de formação de cininas.[2]

Como cientista demonstrou a liberação da Bradicinina nos choques anafiláticos e peptônico. Elucidou também que a Calicreína urinária não é de origem pancreática, mas renal e que a ação ocitócica da calicreína urinária do rato não depende de formação de cininas.

Além pesquisador e orientador, Wilson Beraldo foi um grande educador, referência constante na vida acadêmica . Aos 73 anos de idade, possuía 150 trabalhos publicados.

Foi presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC - até sua morte aos 81 anos, em 28 de julho de 1998.

A descrição, em 1949, da bradicinina, substância que resultou no desenvolvimento de um dos medicamentos mais usados no controle da hipertensão arterial, é considerada a segunda mais importante descoberta científica no Brasil. O atestado é da Sociedade Brasileira de História da Medicina, para quem o advento do vasodilatador só perde em relevância para a descoberta da Doença de Chagas, no início do século passado, pelo cientista mineiro Carlos Chagas.

Os responsáveis pela façanha foram os professores Maurício Rocha e Silva, da USP, Wilson Teixeira Beraldo – seu assistente formado em Medicina pela então UMG – e Gastão Rosenfeld, egresso do Instituto Butantã. Em fins de 1947, depois de mais um teste com injeção de veneno de jararaca aplicada em cão, o trio percebeu que o animal sofria uma queda de pressão, reação diferente da então verificada, chamada de histamina. A nova reação ganhou o nome de bradicinina, que significa “movimento lento” (do grego bradys, lento, e kinein, movimento), uma vez que não surgia instantaneamente. Os resultados do experimento foram relatados no número inaugural da Revista Ciência e Cultura, da recém-criada SBPC, e no American Journal of Physiology.

As pesquisas continuaram, e a equipe chegou a isolar a substância que acabou por resultar em um pó. A aplicação terapêutica, no entanto, só viria mais tarde, quando um dos discípulos de Maurício Rocha Silva, o professor Sérgio Ferreira, isolou o BPF (Bradykin Potenciating Factor) do veneno de jararaca, procedimento que viabilizou a síntese do Captopril, largamente empregado no tratamento da hipertensão.

Em entrevista, em março de 1989, Wilson Beraldo explicando a ação da bradicinina. “Ela é produzida por enzimas e liberada pelo organismo em processos que precedem a queda da pressão arterial. No caso da nossa pesquisa, a liberação foi provocada pela injeção do veneno de jararaca no sangue de um cão”, disse o professor. Além de seu efeito sobre a pressão arterial, a substância age sobre a secreção de glândulas salivares, sobre o pâncreas, interfere na coagulação do sangue e na secreção de urina, alergias, inflamações e reações anafiláticas. Mais tarde, descobriu-se que ela também atua na estimulação dos terminais nervosos que levam a mensagem de dor para o cérebro.

Wilson Teixeira Beraldo, falecido em 1998, foi um dos fundadores, em 1948, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

*Reportagem originalmente publicada na edição “Especial SBPC (3ª edição) – Ano 43 – março de 2017” do Boletim UFMG

Ligações externas

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Referências
  1. a b «Notáveis - Wilson Teixeira Beraldo». Canal Ciência - Ibict. Consultado em 2 de janeiro de 2015 
  2. a b «O Professor Wilson Teixeira Beraldo (1917 - 1998) foi um dos cientistas mais consagrados do Brasil.». ICB-UFMG. Consultado em 2 de janeiro de 2015