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Restinga (Porto Alegre)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Restinga
  Bairro do Brasil  
Localização
Coordenadas
Município Porto Alegre
Características geográficas
Área total 2.149 hectares
População total 60,729 hab. (2 010)
28,876 homens
31,853 mulheres hab.
Densidade 1.574,92 hab./km²
Outras informações
Taxa de crescimento (+) 4,6% (de 1991 a 2000)
Domicílios 13.421
Rendimento médio mensal 2,10 salários mínimos
Limites Lomba do Pinheiro, Belém Velho, Lageado, Hípica, Pitinga e Chapéu do Sol.

Restinga é um bairro da zona sul da cidade brasileira de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. Foi criado oficialmente pela Lei Ordinária n° 6.571, de 8 de janeiro de 1990, e teve seus limites reestabelecidos pela Lei Ordinária n° 12.112, de 22 de agosto de 2016, a qual também desmembrou da Restinga a área do atual bairro Pitinga. Está situado na encosta noroeste do Morro São Pedro (289m), que marca a divisão entre Porto Alegre e Viamão.

Com mais de 60 mil habitantes, conforme censo do IBGE de 2010, a Restinga representa 4,31% da população da cidade de Porto Alegre, sendo um dos bairros mais populosos, equivalendo-se a um município de médio porte.[1] Uma parcela significativa da população é autodeclarada negra[2], o que se reflete nos espaços públicos e na cultura local.

Um bairro com renda média de 2,10 salários mínimos por domicílio, a Restinga nasceu e se desenvolveu longe do Centro Histórico, do qual dista cerca de 20km, e abrange muitas casas populares e conjuntos habitacionais, assim como ocupações desordenadas.

Inicialmente, os serviços públicos e as atividades essenciais disponíveis à comunidade eram mínimos e precários, porém, na atualidade, a Restinga é considerado um núcleo urbano autossuficiente[3], com comércio diversificado, hospital, parque industrial, polo educacional e fórum de justiça próprios. Porém, continua sendo um dos bairros mais afetados pela violência e pela criminalidade.[4]

Região de Planejamento e OP

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A Restinga está inserida na "Região Geral de Planejamento Oito" (RGP-8), a última das oito Regiões de Gestão do Planejamento de Porto Alegre. Cada região reúne um grupo de bairros com afinidades entre si, com a RGP8 possuindo dez bairros ao todo. A RGP-8 abriga duas Regiões do Orçamento Participativo (OP) distintas: a Região Restinga (que inclui os bairros Restinga e Pitinga) e a Região Extremo-Sul (que inclui Ponta Grossa, Belém Novo, Boa Vista do Sul, Chapéu do Sol, Extrema, Lageado, Lami e São Caetano).

O nome do bairro se deve às características naturais originais de sua área, pois restinga significa "faixa de mato à margem de um rio".[5] O Arroio do Salso, bem como seu afluente Arroio Rincão, têm suas nascentes nos morros do bairro, com matas de figueiras e maricás, e correm no bairro cruzando estradas e vias sob pontes.

A história do bairro está ligada à criação do Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB) pela lei de 30 de dezembro de 1965, órgão que em 1967 adotou uma política de "higienização social" ao transferir para a área da Restiga os habitantes marginalizados do antigo "Complexo da Ilhota". Esse era um grande conjunto de 23 vilas próximo à Avenida Azenha, composto de casebres de madeira, todas derrubadas pela prefeitura.[6]. Muitos dos moradores da Ilhota eram migrantes agricultores do êxodo rural que vieram a Porto Alegre sobretudo a partir da década de 1940, em busca de melhores condições de vida, mas que não conseguiram emprego na indústria ou no comércio da cidade.[7]

A região da Restinga era então praticamente rural, desértica, e longe do da área central, sem nenhuma infraestrutura (inclusive água canalizada e luz) para atender a população, tampouco oferta de trabalho. A única linha de ônibus ligava o bairro à cidade tinha apenas dois horários fixos: de manhã (6h30) e à noite (20h). O depoimento de uma antiga moradora da Ilhota, transferida à força para a Restinga, recorda:

"A Prefeitura entrou, a Brigada entrou, o Exército entrou e foram levando tudo pro caminhão. Assim, de qualquer jeito mesmo. Foram levando pro barro vermelho."[8]

A ocupação dos moradores transferidos ficou conhecida como "Restinga Velha", que se situa a leste da Avenida João Antônio Silveira, abrangendo a Estrada do Barro Vermelho. Já a oeste da primeira via, fica a "Restinga Nova". Essa divisão do bairro até hoje se preserva entre os moradores.

Grande parte da infraestrutura, inclusive água potável e iluminação, assim como cerca 10 mil apartamentos e casas populares foram realizadas posteriormente na administração do prefeito de Porto Alegre Guilherme Socias Villela (1975-1983).

No bairro Restinga destacam-se duas escolas de samba: a Estado Maior da Restinga, fundada em 1977, oito vezes campeã do carnaval porto-alegrense;[9] e União da Tinga, a Tinguinha, fundada em 1989 por dissidentes da Estado Maior.[10]

Em março de 2010 iniciou-se a construção do Hospital Restinga e Extremo-Sul (HRES) e a inauguração ocorreu em Julho de 2014. [11]

Características atuais

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A Restinga é hoje um dos maiores bairros da capital. Conta com uma população três vezes maior do que a pensada inicialmente e, apesar de todos problemas estruturais que dificultaram a vida de seus primeiros moradores, foi através de um empenhado de sua comunidade que o bairro tornou-se oficial, via lei, em 1990. Conta com sistema de transporte, telefones, posto de saúde, instituições de ensino fundamental e médio, Conselho Tutelar e até um Fórum regional, sendo considerado um núcleo urbano autossuficiente dentro de Porto Alegre.

A Esplanada da Restinga é um importante espaço público do bairro.

O bairro conta com várias praças, campos de futebol e entidades que desenvolvem diversas atividades para a comunidade. Entre elas destacam-se o Centro de Comunidade da Restinga (CECORES)[12], localizado na Avenida Economista Nilo Wulff, uma das principais do bairro; a Unidade Social ACM Vila Restinga Olímpica, inaugurada em 2002, que aposta na inserção social de crianças e de jovens em situação de risco através do esporte e o Centro Social Padre Pedro Leonardi N. Sra Aparecida da Restinga) inaugurado em 2005 pelo Pe. Claudionir Ceron[13], conta com refeitório para público em situação de rua, casas lar, e atende crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade no turno inverso da escola com oficinas diversas através de cultura, educação e esporte, sempre visando o melhor para a comunidade.

Possui uma rádio comunitária, a Rádio Quilombo FM[14] e uma efervescência cultural imensa com artistas reconhecidos nacionalmente em todos os seguimentos e até mesmo um super herói.

No início de 2009, o bairro começou a contar com a circulação do Jornal Vitrine, um jornal impresso, em formato tabloide, com edições quinzenais e de circulação nos bairros Restinga e Hípica. Com três anos de atividade jornalística, o Vitrine vem crescendo a cada edição. Em circulação desde 2009, o Jornal Vitrine é considerado um dos principais jornais de bairro da capital gaúcha.

Em Novembro de 2011, surgiu a TV Restinga na Web, o mais novo canal de comunicação da comunidade. Uma TV na Web dedicada totalmente aos fatos do bairro e região do extremo sul de Porto Alegre.

Limites atuais

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Conforme Lei Ordinária 12.112, de 22 de agosto de 2016, "ponto inicial e final: encontro da Avenida Edgar Pires de Castro com a Estrada Costa Gama; desse ponto segue pela Estrada Costa Gama até a Estrada Octávio Frasca, por essa até a Estrada do Rincão, por essa até a Estrada João Antônio da Silveira; desse ponto segue por uma linha reta e imaginária paralela à Rua Valter de Azeredo até o marco geodésico do Morro São Pedro, ponto de coordenadas (pt 176) E: 289.014; N: 1.661.942; desse ponto segue por uma linha reta e imaginária até o ponto de coordenadas (pt 175) E: 288.200; N: 1.661.052, próximo ao final da Rua Dona Mariana; desse ponto segue por uma linha reta e imaginária, 100 metros em paralelo a essa rua até encontrar a Estrada Chácara do Banco, no ponto de coordenadas (pt 174) E: 286.219; N: 1.661.178, por essa até o Beco Chácara do Banco, por esse até a Avenida Edgar Pires de Castro, por essa até a Estrada Costa Gama, ponto inicial".

Referências

Referências bibliográficas

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  • NUNES, Marion Kruse. Restinga. Porto Alegre: Unidade Editorial, 1997.
  • SOSTER, Ana Regina de Moraes. Porto Alegre: a cidade se reconfigura com as transformações dos bairros. Dissertação de mestrado. PPG de História/PUCRS, Porto Alegre, 2001.

Ligações externas

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