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Reflexo flehmen

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um tigre exibindo a reação flehmen.

O reflexo (reação, resposta ou efeito) flehmen[nota 1] (do alemão flehmen, que significa erguer o lábio superior) é o nome que se dá, em zoologia, à reação presente nos mamíferos ungulados, felinos e outros, a fim de facilitar a percepção de feromônios e outros cheiros pelo órgão vomeronasal.

A flehmen envolve posturas características: o animal fica ereto, estende o pescoço e ergue a cabeça, abre bem as narinas, com pequena abertura da boca com enrolamento do lábio superior, muitas vezes expondo a gengiva superior. O termo foi usado primeiramente por Schneider, em 1930.[2]

O reflexo pode estar ou não presente antes do ato copulatório do animal, como forma de perceber o macho a disponibilidade da fêmea para a reprodução.[3]

A reação ocorre nos machos quando excitados pelo cheiro da secreção vaginal ou urina da fêmea, sendo ainda objeto de discussão se tal reflexo, bem como o movimento de extensão da cabeça que o acompanha, ajudam ou não os odores a chegarem até o órgão vomeronasal (experimentos com o bloqueio de seus dois ductos alteraram mas não impediram a ocorrência do reflexo em touros expostos aos feromônios de vacas no cio).[4]

Em algumas espécies, contudo, a reação foi observada durante encontros entre animais do mesmo sexo - entre fêmeas ou entre machos; também há relatos de flehmen em algumas espécies entre uma fêmea e um recém-nascido ou ao líquido amniótico. Neste caso o reflexo faz parte do reconhecimento individual materno e, nos casos anteriores, como reconhecimento do status social, bem como para revelar o nível de hormônios do outro indivíduo.[2]

Nos seres humanos não está descartada a hipótese de que o sorriso na fase da conquista possa ser uma reação flehmen, tal como a "careta" que esta produz nos outros animais; o mesmo poderia ocorrer com o próprio beijo.[5]

Notas
  1. Embora comumente chamado de reação, efeito, resposta ou mesmo careta "de Flehmen" - com uso de maiúscula - o termo não é nome próprio ou mesmo substantivo (que no idioma original grafa-se em maiúscula) que justifiquem tal uso. Diversas fontes em português seguem este erro, embora outras sirvam-se corretamente do minúsculo como, por exemplo, esta a seguir.[1]
Referências
  1. José Robson Bezerra Sereno et. allii (novembro de 1996). «ESTUDO DO COMPORTAMENTO SEXUAL DE EQÜINOS DA RAÇA PANTANEIRA NO PERÍODO PERIPUBERAL» (PDF). Comunicado técnico N 16, ISSN 0102-8316. Consultado em 26 de janeiro de 2012 
  2. a b Daniel S. Mills (2010). The Encyclopedia of Applied Animal Behaviour and Welfare. [S.l.]: CABI. p. 265. ISBN 0851997244. Consultado em 29 de março de 2012 
  3. Cleber Barbosa de Oliveira et allii. (janeiro–fevereiro de 2007). «Avaliação do comportamento sexual em touros Nelore». Revista Brasileira de Zootecnia vol. 36 no.1 Viçosa. Consultado em 26 de janeiro de 2012 
  4. K. M. DYCE,C. J. G. WENSING,W. O. SACK (2004). Tratado de Anatomia Veterinária 3ª ed. [S.l.]: Elsevier Editora Ltda, Rio de Janeiro. p. 338. ISBN 9788535213928. Consultado em 29 de março de 2012 
  5. Lucy Vincent (2005). Por que nos apaixonamos. [S.l.]: Ediouro. p. 44. ISBN 8500017511 
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