Rodrigo Nunes de Gusmão
Rodrigo Nunes de Gusmão | |
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Nobre do Reino de Castela, senhor da Casa de Gusmão, tenente em Roa e em Guzmán | |
Nascimento | Reino de Castela |
Morte | 1186 |
Sepultado em | Mosteiro de São Cristóbal de Ibeas, San Millán de Juarros |
Nome completo | |
Rodrigo Nunes de Gusmão ou Rodrigo Moniz de Gusmão | |
Cônjuge | Maior Dias |
Descendência | Ver descendência |
Casa | Casa de Gusmão |
Pai | Munio ou Nuno |
Rodrigo Nunes de Gusmão ou Rodrigo Moniz de Gusmão (em castelhano: Rodrigo Muñoz ou Núñez de Guzmán morto em 1186), considerado o ancestral comum da casa nobre de Gusmão, foi um rico-homem castelhano e tenente em Roa e em Guzmán, Burgos, a partir do qual esta linhagem teve o seu nome.
Esboço biográfico
[editar | editar código-fonte]Os genealogistas ainda não chegaram a acordo sobre as origens desta linhagem ou sobre a filiação de Rodrigo ea única coisa que se sabe é que, segundo os costumes onomásticos dessa idade, deve ter sido o filho de um Munio (Muño) ou Nuno.[a]Era um patrono de vários mosteiros, incluindo o Mosteiro de São Cosme e São Damián em Covarrubias e do Mosteiro de San Cristóbal de Ibeas situado em San Millán de Juarros que tinha sido fundado por Álvaro Dias de Oca e a sua esposa Teresa Ordonhes. Rodrigo e sua mulher foram enterrados neste último mosteiro. Em 20 de fevereiro 1151, Guterre Fernandes de Castro com sua esposa Toda, e Rodrigo e sua mulher, Maior, irmã de Toda, doou várias propriedades que as irmãs tinham herdado dos avós maternos, ao abade do mosteiro.[1][2]
Rodrigo provavelmente morreu pouco depois de 29 de janeiro de 1186, data em que aparece pela última vez na documentação medieval.
Matrimónio e descendência
[editar | editar código-fonte]Casou-se antes de 1150 com Maior Dias, filha de Diogo Sanches, que morreu na Batalha de Uclés, e de Enderquina Álvares, filha de Álvaro Dias de Oca e de sua esposa Teresa Ordonhes.[2][3] Pelo menos nove crianças nasceram deste casamento:
- Álvaro Rodrigues de Gusmão (morto em 1187),[4][5] governou a tenência de Mansilla, topónimo que adotou como seu Cognome e como tal, aparece confirmado em vários documentos como Álvaro Rodrigues de Mansilla.[6] Também foi tenente em La Pernía e Liébana.[b][c] Álvaro casou-se com Sancha Rodrigues de Castro, filha de Rodrigo Fernandes de Castro e de Eylo Álvarez com quem teve Fernando e Eylo Álvarez,[7] e também a Elvira e a Toda Álvarez de Gusmão, esta última a esposa de Álvaro Rodrigues Girão, filho de Rodrigo Guterres Girão.[8]
- Fernando Rodrigues de Gusmão, que, de acordo com o genealogista Luís de Salazar y Castro, era o marido de Juana de Aza e pai de São Domingos de Gusmão, não obstante não existe nenhuma prova documental para sustentar esta filiação.[6][3][d]
- Nuno ou Munio Rodrigues de Gusmão, que provavelmente morreu jovem, pouco depois de agosto 1151, quando aparece pela última vez confirmando uma doação feita pelo rei Sancho III de Castela.[9]
- Pedro Rodrigues de Gusmão (morto em 18 de julho de 1195 na Batalha de Alarcos).[10] Mordomo-mor do rei Afonso VIII de Castela em 1194,[11] casou-se cerca de 1174 com Mahalda, tal como foi confirmado na doação feita em maio desse ano pelo rei Afonso VIII como presente de casamento.[12][13][e] Pedro e Mahalda tiveram vários filhos, incluindo a Nuno Peres de Gusmão, senhor da casa de Gusmão,[12] e Guilhén Peres de Gusmão, o pai de Maior Guilhén de Gusmão, amante do rei Afonso X de Castela, os pais de Beatriz de Castela, rainha consorte de Portugal pelo seu casamento com o rei Afonso III de Portugal.
- Rodrigo Rodrigues de Gusmão, mencionado por seu irmão Álvaro em 1167.
- Urraca Rodrigues de Gusmão (morta depois de 1189), casou com Pedro Rodrigues de Castro.[14][15][16]Ambos aparecem juntos em 1189, quando doaram as vilas de Villasila e Villamelendro à Ordem de Santiago, confirmando como ego Petrus Roderici de Castro cum uxore mea Urraca Roderici.
- Sancha Rodrigues de Gusmão,[16] mencionada por seu irmão Álvaro em 1167.
- María de Gusmão,[16] a primeira esposa de Rodrigo Guterres Girão.[17]
- Teresa Rodrigues de Gusmão,[16] também mencionada por seu irmão Álvaro em 1167.
Notas
[editar | editar código-fonte]- [a] ^ De acordo com o genealogista espanhol Luis de Salazar y Castro, Rodrigo era filho de Álvar Nunes de Gusmão e Elvira de Manzanedo, ignorando o uso mais básico de patronímicos durante os séculos X, XI e XII. O historiador Gonzalo Martínez Díez descarta esta filiação como pura ficção e conclui que não há nenhuma prova documental que permite a identificação do Munio (Muño) ou Nuno quem teria sido o pai de Rodrigo.[3]
- [b] ^ Aparece com freqüência com seus irmãos, por exemplo, em 1170 com Pedro e Fernando confirmando o tratado de Saragoça: Albaro rodriz de massiella, Petrus rodriz et Ferrandus rodriz eius fratres.[6]
- [c] ^ Em outro documento datado de 1167, menciona seus irmãos e irmãs: Pedro, Fernando, Rodrigo, Urraca, Sancha e Teresa.[17][18]
- [d] ^ Não sabemos nada sobre o casamento ou descendentes de Fernando Rodrigues de Gusmão. Devido a esta falta de documentação eo fato de que não houve registro de qualquer Félix de Gusmão, o suposto pai de São Domingos, Salazar y Castro propôs a hipótese, totalmente infundada, que este Fernando era o pai de São Domingos. ... Temos verificado vários ramos das linhagens Aza e Gusmão sem ter encontrado Juana de Aza (suposto mãe de santo) ou qualquer Félix de Gusmão.[19]
- [e] ^ Em antigos tratados genealógicos, a esposa de Pedro diz-se ser um membro da família Manzanedo; embora esta filiação não está confirmada nos documentos medievais. Jaime de Salazar y Acha sugere que ela poderia ter sido uma filha ilegítima de Guilherme VIII de Montpellier e, portanto, meia-irmã de Maria de Montpellier, a mãe do rei Jaime I de Aragão. Sánchez de Mora propõe que Mahalda poderia ter sido a filha de Manrique Peres de Lara, embora ela não aparecer com seus supostos pais ou irmãos em nenhum documento.[20][21]
- ↑ Martínez Díez 1975, p. 9.
- ↑ a b Sánchez de Mora 2003, p. 69, Vol. I.
- ↑ a b c Martínez Díez 1994, p. 197.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 288, Vol. I.
- ↑ Martínez Díez 1994, pp. 197-199.
- ↑ a b c Sánchez de Mora 2003, p. 204, Vol. I.
- ↑ Sálazar y Acha 1991, p. 44.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 477, Vol. I.
- ↑ Martínez Díez 1994, pp. 97 and 223.
- ↑ Martínez Díez 1994, p. 199.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 225, Vol. I.
- ↑ a b Sánchez de Mora 2003, p. 351, Vol. I.
- ↑ Martínez Díez 1994, pp. 199-200.
- ↑ Salazar y Acha 1991, p. 43.
- ↑ Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 392.
- ↑ a b c d Martínez Díez 1994, p. 200.
- ↑ a b Sánchez de Mora 2003, p. 453, Vol. I.
- ↑ Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 90.
- ↑ Martínez Díez 1994, p. 202.
- ↑ Salazar y Acha & Masnata y de Quesada 1989, p. 224–225.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 400, Vol. I.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Martínez Diez, Gonzalo (1975). «San Cristóbal de Ibeas». Burgos: Institución Fernán González. Boletín de la Institución Fernán González (em espanhol) (185): 689-720. ISSN 0211-8998
- Martínez Diez, Gonzalo (1994). «Orígenes familiares de Santo Domingo, los linajes de Aza y Gusmão». Santo Domingo de Caleruega en su contexto socio-político, 1170-1221 (em espanhol). Salamanca: San Esteban. pp. 173–228. ISBN 978-84-87557-77-4
- Salazar y Acha, Jaime de (1991). «El linaje castellano de Castro en el siglo XII: Consideraciones e hipótesis sobre su origen» (PDF). Anales de la Real Academia Matritense de Heráldica (em espanhol) (1): 33-68. ISSN 1133-1240
- Salazar y Acha, Jaime de; Masnata y de Quesada, David (1990). «Precisiones y nuevos datos sobre el entorno familiar de Alfonso X el Sabio fundador de Ciudad Real» (PDF). Instituto de Estudios Manchegos. Cuadernos de Estudios Manchegos (em espanhol) (20): 210-231. ISSN 0526-2623 [ligação inativa]
- Sánchez de Mora, Antonio (2003). La nobleza castellana en la plena Edad Media: el linaje de Lara. Tesis doctoral (em espanhol). [S.l.]: Universidad de Sevilla. ISBN 8468973076
- Torres Sevilla-Quiñones de León, Margarita Cecilia (1999). Linajes nobiliarios de León y Castilla: Siglos IX-XIII (em espanhol). Salamanca: Junta de Castilla y León, Consejería de educación y cultura. ISBN 84-7846-781-5