Que Rei Sou Eu?
Que Rei Sou Eu? | |||||||
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Informação geral | |||||||
Formato | Telenovela | ||||||
Gênero | |||||||
Duração | 40 minutos | ||||||
Criador(es) | Cassiano Gabus Mendes | ||||||
Elenco | |||||||
País de origem | Brasil | ||||||
Idioma original | português | ||||||
Episódios | 185 | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Jorge Fernando | ||||||
Roteirista(s) | Luís Carlos Fusco Solange Castro Neves | ||||||
Tema de abertura | "Rap do Rei", Luni | ||||||
Composto por | Boni | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora original | TV Globo | ||||||
Distribuição | TV Globo | ||||||
Transmissão original | 13 de fevereiro - 16 de setembro de 1989 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Que Rei Sou Eu? é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 13 de fevereiro a 16 de setembro de 1989 em 185 capítulos.[1][2] Substituiu Bebê a Bordo e foi substituída por Top Model, sendo a 41ª "novela das sete" exibida pela emissora.
Escrita por Cassiano Gabus Mendes, com a colaboração de Luís Carlos Fusco e Solange Castro Neves, teve direção de Jorge Fernando, Mário Márcio Bandarra, Fábio Sabag e Lucas Bueno.
Contou com Edson Celulari, Giulia Gam, Tato Gabus Mendes, Antônio Abujamra, Tereza Rachel, Daniel Filho, Marieta Severo, Cláudia Abreu, Natália do Vale e Jorge Dória nos papéis principais da trama.
Enredo
[editar | editar código-fonte]O ano é 1786, três anos antes da Revolução Francesa. Após a morte do rei Petrus II, o trono do fictício reino de Avilan é assumido pela rainha Valentine, uma histérica que não estava preparada para o governo. No entanto, em seu testamento, o falecido rei revela haver deixado um filho bastardo, que teve com a camponesa Maria Fromet, e seria o herdeiro do trono.
A rainha Valentine é dominada pelos conselheiros reais: Crespy Aubriet, Gaston Marny, Bidet Lambert, Gerárd Laugier e o cruel conselheiro-chefe, Vanolli Berval, que, com seu jogo de cintura, comandam completamente a rainha. O único conselheiro honesto de Avilan é Bergeron Bouchet, que sofre com o assédio de Valentine. Ele é casado com a bela Madeleine, a única mulher do reino que sabe escrever, e tem ideais feministas. Madeleine é objeto do desejo de Ravengar, o bruxo da corte.
Na ausência do sucessor ao trono, os conselheiros reais coroam o mendigo Pichot como rei, como se fosse o verdadeiro filho de Petrus II. A armação é obra do misterioso Ravengar, o feiticeiro. Porém, há uma conspiração entre a classe pobre de Avilan, que busca derrubar o governo para instituir uma sociedade menos opressiva, já que o reino é corroído pela corrupção de seus governantes e injustiças sociais. Dentre eles está Loulou Lion, a dona de uma taberna que sabe a verdade sobre o filho do rei; e Corcoran, o bobo da corte, que é um rebelde infiltrado no palácio.
Mas o líder da revolução é Jean Pierre, que, ao descobrir que é o filho bastardo do rei, passa a lutar pela coroa que lhe pertence. Todavia, não só de heroísmo sobrevive Jean Pierre. Sua luta é entremeada por duas mulheres apaixonadas: a jovem idealista Aline e a nobre Suzanne, a bela esposa do conselheiro Vanolli Berval, que disputam o seu amor.
Produção
[editar | editar código-fonte]Em 1977, o autor Cassiano Gabus Mendes apresentou a história de Que Rei Sou Eu a Boni, à época diretor geral. A história foi recusada, pois como tratava de temas políticos, havia uma preocupação sobre a censura que o governo poderia impor. Além disso, uma novela com comédia escrachada no horário nobre poderia não ser bem sucedida.[3] Uma segunda tentativa foi feita em 1983, porém também não foi adiante, forçando o autor a escrever a contemporânea Champagne.[3]
A história foi finalmente aceita em 1988, porém ainda havia problemas como o merchandising seria feito durante a novela. Cassiano então teve a ideia de fazer os personagens sonharem com os produtos modernos, que não existiam na época em que se passa a novela[3].
Após o sucesso de "Que Rei Sou Eu?", Cassiano foi elevado ao horário nobre da TV Globo onde, em 1990, escreveu "Meu Bem Meu Mal.[4]
Crítica social e referências
[editar | editar código-fonte]Apesar de ser ambientada no século XVIII, a trama fez diversas sátiras e referências a acontecimentos reais que ocorreram no Brasil na época.[1]
Em uma alusão ao Plano Cruzado, o autor incluiu na trama uma reforma monetária, trocando o nome da moeda de Avilan de caduco para duca, e tirando três zeros do seu valor.[1]
Diversos personagens eram baseados em personalidades reais: a Rainha Valentine remetia ao então presidente José Sarney; o conselheiro Vanoli ao político baiano Antônio Carlos Magalhães; o conselheiro Bergeron ao ex-Ministro Dilson Funaro; e o bruxo Ravengar ao General Golbery do Couto e Silva. Em determinado momento da trama, Ravengar, até então desaparecido, reaparece sob a identidade de Silvan Rasputin Richelieu de Golbery, que parodiava os nomes de Grigori Rasputin, Cardeal Richelieu e do próprio Golbery.[1]
O ator Luis Gustavo e o jogador Roberto Dinamite gravaram uma participação na trama, exibida no capítulo 55. Seus personagens vinham da Inglaterra ao reino de Avilan apresentar um novo esporte à corte: o foot-ball.[1]
Cassiano ainda homenageou o seriado Alô, Doçura! em uma cena do capítulo 143, no qual o ex-casal John Herbert e Eva Wilma contracenavam juntos.[1]
Já, no último capítulo, o mocinho Jean-Pierre grita "Viva o Brasil" ao final de seu discurso, no lugar de Avilan, o que foi algo proposital, já que o reino sempre foi uma paródia do país brasileiro.
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]O comediante Chico Anysio faria uma participação especial na trama, como o especulador estrangeiro Taj Nahal, que aplicaria um golpe na bolsa de Val Estrite (Wall Street) de Avilan. A história foi inspirada no caso real de Naji Nahas, investidor paulista que, na época, protagonizava um escândalo financeiro no país e respondia a um inquérito por estelionato e formação artificial de preços na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Ao saber que a novela pretendia fazer uma sátira de seu cliente, o advogado de Naji Nahas entrou com um protesto judicial contra a TV Globo, afirmando que o personagem fazia um pré-julgamento de um cidadão que ainda não havia sido sentenciado pela Justiça, e que Nahas entraria com um processo caso as cenas fossem exibidas. Diante disso, a emissora decidiu não exibir as sequências.[1]
Elenco
[editar | editar código-fonte]Ator | Personagem |
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Edson Celulari | Jean-Pierre |
Giulia Gam | Aline |
Antônio Abujamra | Mestre Ravengar |
Tereza Rachel | Rainha Valentine de Avillan |
Daniel Filho | Renê Bergeron Bouchet |
Marieta Severo | Madeleine Bouchet |
Tato Gabus Mendes | Pichot / Lucien Élan / Rei Petrus III |
Cláudia Abreu | Princesa Juliette de Avillan |
Natália do Valle | Suzanne Vebert |
Jorge Dória | Vanolli Berval |
Stênio Garcia | Corcoran |
Ítala Nandi | Loulou Lion |
Fábio Sabag | Roger Vebert |
Carlos Augusto Strazzer | Crespy Aubriet |
Oswaldo Loureiro | Gaston Marny |
John Herbert | Bidet Lambert |
Laerte Morrone | Gérard Laugier |
Aracy Balabanian | Maria Fromet / Lenore Gaillard |
Guilherme Leme | Roland Barral |
Edney Giovenazzi | François Gaillard |
Ísis de Oliveira | Lucy Laugier |
Zilka Salaberry | Gaby Deleon |
José Carlos Sanches | Balesteros |
Paulo César Grande | Bertrand |
Marcos Breda | Pimpim |
Vera Holtz | Fanny |
Mila Moreira | Zmirá |
Marcelo Picchi | Michel |
Cristina Prochaska | Charlotte |
Cinira Camargo | Lily |
Carla Daniel | Cozette |
Desireé Vignolli | Denise |
Totia Meirelles | Monah |
Ivan Setta | Godard |
Heloísa Helena | Cocote |
Luiz Magnelli | Arauto Arnúbio |
Soraya Ravenle | Anete |
Leonardo Franco | Fernão |
Participações
[editar | editar código-fonte]Ator | Personagem |
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Gianfrancesco Guarnieri | Rei Petrus II |
Dercy Gonçalves | Baronesa Lenilda Eknésia |
Eva Wilma | Marquesa D'Anjou |
Ítalo Rossi | Marquês de Castilha |
Betty Gofman | Princesa Ingrid |
Carlos Kroeber | Dom Curro de La Grana |
Antônio Pedro | Barão Von Lonchas |
Luís Gustavo | Charles Miller |
Emiliano Queiroz | Barão La Roche |
Catalina Bonaky | Baronesa de La Rochelle |
Francisco Dantas | Barão de La Rochelle |
Milton Gonçalves | Barão Herr Whisky |
Monique Lafond | Condessa La Provence |
Yolanda Cardoso | Velha Miruska |
André Mattos | Soldado Lafon |
Roberto Dinamite | Bobby |
Ilka Soares | Marquesa de Loredan |
Nildo Parente | Richet |
Paulo César Pereio | soldado |
Jorge Fernando | soldado |
Chico Anysio | Taji Namas |
José Steinberg | Frade Angélico |
Tonico Pereira | soldado |
Cazarré | Marquês |
Henriqueta Brieba | nobre assaltada pelo Cavaleiro Mascarado |
Lícia Magna | nobre assaltada pelo Cavaleiro Mascarado |
João Signorelli | bandido Campot |
Tuca Andrada | ferreiro que prepara a máscara de ferro |
Hilda Rebello | aia da Rainha Valentine |
Carlos Kurt | ferreiro Dupont |
Reprises
[editar | editar código-fonte]Foi reprisada na Sessão Aventura entre 23 de outubro a 29 de dezembro de 1989, em 50 capítulos.
Foi reprisada na íntegra pelo no Canal Viva de 7 de maio de 2012 a 18 de janeiro de 2013, substituindo Roque Santeiro e sendo substituída por Rainha da Sucata. [5][6]
Outras mídias
[editar | editar código-fonte]Em dezembro de 2013, a Globo Marcas lançou a novela em DVD.[7]
Foi disponibilizada na íntegra na plataforma de streaming Globoplay em 14 de março de 2022.[8]
Trilha sonora
[editar | editar código-fonte]A gravadora Som Livre lançou duas trilhas sonoras da novela Que Rei Sou Eu?, uma nacional, lançada em março de 1989, e outra internacional, lançada junho daquele mesmo ano. A trilha nacional de Que Rei Sou Eu? foi lançada foi quase toda composta por canções especialmente criadas para a trama, as quais tornaram-se sucesso nas rádios Brasil afora.[9]
Nacional
[editar | editar código-fonte]Que Rei Sou Eu? | |||||
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Trilha sonora de Vários | |||||
Lançamento | março de 1989 | ||||
Gênero(s) | |||||
Duração | 51:19 | ||||
Idioma(s) | português | ||||
Formato(s) | |||||
Gravadora(s) | Som Livre | ||||
Produção | João Augusto | ||||
Cronologia de Vários | |||||
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- Capa: Paulo César Grande
- "Nossa luz" - Fagner (tema de Aline)
- "Chama" - Roupa Nova (tema de Bergeron)
- "Medieval 2" - Leo Jaime (tema de Crespy Aubriet)
- "Renascer" - Zizi Possi (tema da Princesa Juliette)
- "Espanhola" - Kledir Ramil (tema de Loulou Lion)
- "Nunca é tarde pra sonhar" - Eddy Benedict (tema de Charlotte)
- "Cigana" - Carla Daniel (tema das meninas da taverna)
- "Rap do rei" - Luni (tema de abertura)
- "Bye bye tristeza" - Sandra de Sá (tema de Suzanne)
- "As muralhas do teu quarto são bem altas, mas eu posso te alcançar" - Wando (tema de Lucy)
- "Finge que não falou" - Nico Rezende (tema de Madeleine)
- "A Dama e o Vagabundo" - Zé Lourenço (tema de Pichot)
- "Raça de heróis" - Guilherme Arantes (tema de Jéan Pierre)
- "Flecha" - Sagrado Coração da Terra (tema dos rebeldes)
- "Que rei sou eu?" - Eduardo Dusek & Luni (tema geral)
Internacional
[editar | editar código-fonte]Que Rei Sou Eu? Internacional | |||||
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Trilha sonora de Vários | |||||
Lançamento | Junho de 1989 | ||||
Duração | 50:04 | ||||
Formato(s) | LP, CD, fita cassete | ||||
Cronologia de Vários | |||||
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- Capa: Giulia Gam
- "Eternal flame" - Bangles (tema da Princesa Juliette)
- "How can I go on?" - Freddie Mercury & Montserrat Caballé (tema da Rainha Valentine)
- "Someday we'll be together (el camiño)" - Santa Fé (tema de Suzanne)
- "Bamboleo" - Gipsy Kings (tema da taverna de Loulou Lion)
- "I'll always love you" - Taylor Dayne (tema de núcleo romântico)
- "Les chemins d'amour" - Matisse (tema dos rebeldes)
- "Orinoco Flow" - Enya (tema de Roland Barral)
- "Especially for You" - Kylie Minogue & Jason Donovan (tema de núcleo romântico)
- "Like a child" - Noel (tema da guarda real)
- "Let the river run" - Carly Simon (tema geral)
- "Turn turn turn" - Herreys (tema de Michel)
- "When I fall in love" - Lil Consant (tema geral)
- "American bars" - Leo Robinson (tema geral)
- "Patience" - Guns N'Roses (tema de Aline e Jean Pierre)
- ↑ a b c d e f g «Que Rei Sou Eu?». Teledramaturgia
- ↑ «Que Rei Sou Eu?». Memória Globo
- ↑ a b c «Obra de Cassiano Gabus Mendes, Que Rei Sou Eu? foi vetada duas vezes pela Globo». Notícias da TV. 14 de fevereiro de 2021. Consultado em 27 de setembro de 2021
- ↑ Xavier, Nilson. «Meu Bem Meu Mal». Teledramaturgia. Consultado em 25 de maio de 2024
- ↑ «Novela "Que Rei Sou Eu?" estreia no dia 7 de maio no canal Viva». UOL. 5 de abril de 2012. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ «Canal Viva reestréia novela "Que rei sou eu", exibida em 1989». F5. 7 de maio de 2012. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ «Novela "Que Rei Sou Eu?", de 1989, é lançada em DVD com tema ainda atual». Hoje em Dia. 24 de dezembro de 2013. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ Sousa, Camila (25 de fevereiro de 2022). «Confira o que chega ao catálogo do Globoplay em março». Jovem Nerd. Consultado em 28 de fevereiro de 2022
- ↑ Evaldiano de Sousa (7 de junho de 2017). «Trilha Sonora Eterna - Que Rei Sou Eu? (1989)». e10blog. Consultado em 20 de fevereiro de 2022
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- 1989 na televisão no Brasil
- Telenovelas exibidas no Viva
- Programas de televisão do Brasil que estrearam em 1989
- Programas de televisão do Brasil encerrados em 1989
- Telenovelas de Cassiano Gabus Mendes
- Telenovelas premiadas com o Troféu Imprensa
- Obras ganhadoras do Prêmio APCA de Televisão
- Telenovelas em língua portuguesa
- Telenovelas da TV Globo da década de 1980