Macaco-prego-dourado
Macaco-prego-dourado | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Em perigo (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Sapajus flavius (Schreber, 1774) | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
Mapa de distribuição
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Sinónimos[2] | |||||||||||||||||
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O macaco-prego-dourado ou macaco-prego-galego (nome científico:Sapajus flavius) é uma espécie de macaco-prego, um macaco do Novo Mundo da família Cebidae e gênero Sapajus. Sua identidade e linhagem eram desconhecidas até 2005, quando um espécime foi descrito, e até considerado uma espécie nova, Cebus queirozi.[2][3] De Oliveira & Langguth (2006) demonstraram que se tratava de Simia flavia, descrito por Johann Christian Daniel von Schreber, em 1774, e classificaram a espécie como Cebus flavius.[4] O táxon foi incluído no gênero Sapajus em 2012.[5]
Ocorre na costa nordeste do Brasil, do sul do Rio Grande do Norte até o nordeste de Pernambuco. É possível que ocorra em Alagoas, até as margens do rio São Francisco.[3] Sua distribuição se estende pelo interior até a Caatinga, na Serra do Estreito. Entretanto, habita principalmente os pequenos fragmentos de floresta secundária da Mata Atlântica, mangues e até canaviais.[3]
Possui entre 36,8 e 40 cm de comprimento, com a cauda tendo até 42 cm.[3] Os machos pesam entre 2,9 e 3 kg, e as fêmeas entre 1,8 e 2,5 kg. A pelagem é uniformemente dourada, e as partes inferiores dos membros são mais escuras. Não possui topete aparente. Possui longos pelos no pescoço. As mãos e pés são pretos. A face é rosada e os olhos são marrons. Os grupos possuem entre 2 e 32 indivíduos, e vivem em sociedades de fissão-fusão. Se alimentam de frutos, folhas, insetos e pequenos vertebrados.[3]
É classificado como "criticamente em perigo" pela IUCN,[1] e já foi considerado um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo, na lista de 2010 a 2012.[6] Vive em área com longa história de colonização pelos europeus e de desmatamento e todo o habitat foi reduzido a pequenos fragmentos cercados por plantações de cana-de-açúcar e pastagens, o que representa menos 5% da cobertura original da Mata Atlântica. Até 2008, estimava-se uma população de 180 indivíduos, com 12 subpopulações.[1] A inclusão das populações da Caatinga aumentou a estimativa para entre 1000 e 2000 indivíduos.[3] Conhece-se populações da espécie em 26 fragmentos de floresta da Mata Atlântica, sendo 15, somente no estado da Paraíba.[3] Ocorre em algumas unidades de conservação particulares como a RPPN Engenho Gargaú na Paraíba e a RPPN Mata Estrela no Rio Grande do Norte, e públicas, como a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape e a Estação Ecológica do Pau Brasil, ambas na Paraíba.[7]
- ↑ a b c de Oliveira, M. M., Boubli, J.-P., & Kierulff, M. C. M. (2008). Cebus flavius (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 18 de janeiro de 2013..
- ↑ a b Mendes Pontes, A. R.; Malta, A.; Asfora, P. H. (2006). «A new species of capuchin monkey, genus Cebus Erxleben (Cebidae, Primates): Found at the very brink of extinction in the Pernambuco Endemism Centre.» (PDF). Zootaxa. 1200: 1–12
- ↑ a b c d e f g Anthony B. Rylands, Russell A. Mittermeier, Bruna M. Bezerra, Fernanda P. Paim & Helder L. Queiroz (2013). «Family Cebidae (Squirrel Monkeys and Capuchins)». In: Mittermeier, R.; Rylands, A.B.; Wilson, D. E. Handbook of the Mammals of the World - Volume 3. [S.l.]: Lynx. 952 páginas. ISBN 978-84-96553-89-7
- ↑ de Oliveira, M. M.; Langguth, A. (2006). «Rediscovery of Marcgrave's capuchin monkey and designation of a neotype for Simia flavia Schreber, 1774 (Primates, Cebidae).» (PDF). Boletim do Museu Nacional: Nova Série: Zoologia. 523: 1–16. Consultado em 11 de julho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 5 de fevereiro de 2009
- ↑ Lynch Alfaro, J.W.; Silva, J.S. & Rylands,A.B. (2012). «How Different Are Robust and Gracile Capuchin Monkeys? An Argument for the Use of Sapajus and Cebus». American Journal of Primatology: 1–14. doi:10.1002/ajp.222007
- ↑ Mittermeier, R.A.;Schwitzer, C.; Rylands, A.B.; Schwitzer, C.; Taylor, L.A.; Chiozza, F.; Williamson, E.A. (2012). «Primates in Peril: The World's 25 Most Endangered Primates 2010–2012» (PDF). IUCN/SSC Primate Specialist Group (PSG), International Primatological Society (IPS), Conservation International (CI), and Bristol Conservation and Science Foundation (BCSF): 1–40
- ↑ «Plano de Ação Nacional para Conservação dos Primatas do Nordeste» (PDF). ICMBio. 2011. Consultado em 10 de julho de 2013
Ligações externas
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