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Ficus sycomorus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura a árvore ornamental centro-europeia conhecida por sicómoro, veja Acer pseudoplatanus.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaFicus sycomorus

Classificação científica
Reino: Plantae
(sem classif.) Eudicots
(sem classif.) Rosids
Ordem: Rosales
Família: Moraceae
Género: Ficus
Subgénero: Sycomorus
Espécie: F. sycomorus
Nome binomial
Ficus sycomorus
L.
Distribuição geográfica

Distribuição
Figos de sicómoro.

Ficus sycomorus L., conhecida pelos nomes comuns de sicómoro[1], sicômoro, figueira-doida[2] ou figueira-do-faraó[3], é uma espécie de figueira de raízes profundas e ramos fortes que produz figos de qualidade inferior, cultivada no Médio Oriente e em partes da África há milénios. A árvore é por diversas vezes citada na Bíblia, tendo o seu nome vulgar na maioria das línguas europeias derivado do hebraico "shikmah" através do grego "sukomorea"[4].

Os figos de F. sycomorus e a árvore que os produz são por diversas vezes citada na Bíblia, razão pela qual o seu nome vulgar na maioria das línguas europeias derivou do hebraico "shikmah", através do grego "sukomorea". Por essa mesma razão diversas árvores receberam o mesmo nome comum por apresentarem folhas similares à do sicómoro. O caso mais conhecido, e que origina frequente confusão entre designações e espécies, é o de diversas espécies do género Acer, com destaque para o Acer pseudoplatanus, o falso-plátano, uma árvore ornamental da família das aceráceas originária da Europa[5].

Ficus sycomorus é um mesofanerófito que cresce até aos 20 m de altura e aos 6 m de largura, desenvolvendo uma copa densa e arredondada. O ritidoma é verde-amarelado a alaranjado e exfolia em tiras semelhantes a papel, revelando uma camada de casca amarelada. Como os restantes membros do género Ficus, o sicómoro contém um látex.

As folhas têm o formato de coração, com um ápice arredondado, com até 14 cm de comprimento e 10 cm de largura, inseridas em espiral em torno dos ramos. As folhas são rugosas e ásperas, a página superior é verde-escuro, a inferior mais clara e com venações amareladas proeminentes. Os pecíolos têm 0,5–3,0 cm de comprimento e são pubescentes.

O fruto é um figo comestível, 2–3 cm em diâmetro, amadurecendo de verde-baço para amarelo ou avermelhado. Os figos crescem em grupos espessos nos ramos mais jovens ou isoladamente na axila das folhas. A planta floresce e produz figos todo o ano, mas com um máximo no período de julho a dezembro.

Distribuição

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A espécie Ficus sycomorus é nativa da região da África a sul do Sahel e a norte do Trópico de Capricórnio, excluindo as áreas do centro e oeste do continente onde o bioma predominante é a floresta tropical húmida. Também ocorre naturalmente no Líbano, onde a famosa Rua Gemmayzeh recebe o seu nome da designação árabe do sicómoro (gemmayz), no sul da Península Arábica, em Chipre e em áreas muito localizadas de Madagáscar. A planta está naturalizada em Israel e no Egipto e em vastas áreas do sul e leste do continente africano. No seu habitat nativo a árvore é geralmente encontrada em solos ricos em matas ripárias e em florestas mistas abertas.

Sicómoro na Bíblia

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Na Bíblia surgem diversas referências ao sicómoro e aos seus frutos. A listagem seguinte transcreve essas referências:

  • Sobre a abundância de sicómoros em Judá:
    • " E fez o rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras; e cedros em abundância como sicômoros que estão nas planícies." (I Reis 10,27)
    • "E sobre os olivais e sicômoros que havia nas campinas, Baal-Hanã, o gederita; porém Joás sobre os armazéns do azeite." (I Crónicas 27,28)
    • "E sobre os olivais e sicômoros que havia nas campinas, Baal-Hanã, o gederita; porém Joás sobre os armazéns do azeite." (II Crónicas 1,15)
    • "Também o rei fez que houvesse prata em Jerusalém como pedras, e cedros em tanta abundância como os sicômoros que há pelas campinas." (II Crónicas 9,27)
    • "E respondeu Amós, dizendo a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômoros." (Amós 7,14)
  • Sobre os sicómoros no vale do Jordão:
    • "E, correndo adiante, subiu a um sicômoro bravo para o ver; porque havia de passar por ali." (Lucas 19,4)
  • Sobre os sicómoros no Egito:
    • "Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros com pedrisco." (Salmos 78,47)
  • Sobre os usos e características do sicómoro:
    • "Os tijolos caíram, mas com cantaria tornaremos a edificar; cortaram-se os sicômoros, mas em cedros as mudaremos."(Isaías 9,10)
    • "E, correndo adiante, subiu a um sicômoro bravo para o ver; porque havia de passar por ali." (Lucas 19,4)
    • "Respondeu Amós a Amasias, dizendo: "Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros". (Amós 7,14)
Notas
  1. S.A, Priberam Informática. «sicómoro». Dicionário Priberam. Consultado em 14 de maio de 2021 
  2. Houaiss, Antônio (2005). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. IX. Lisboa: Temas & Debates 
  3. Infopédia. «figueira-do-faraó | Definição ou significado de figueira-do-faraó no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 14 de maio de 2021 
  4. A árvore é frequentemente confundida com o Acer pseudoplatanus, o falso-plátano, também frequentemente designado por sicómoro ou sicómero.
  5. FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 4. ed. Curitiba: Editora Positivo, 2009. 2160 p. ISBN 978-85-385-2824-1

Ligações externas

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Ficus sycomorus