Demografia do Paraguai
Embora não exista nenhum dado oficial sobre a composição étnica do Paraguai, estima-se que a maior parte da população seja o resultado da mestiçagem entre indígenas e imigrantes europeus, que teve início na época do domínio espanhol. A população atual é conformada por descendentes de uma nova mestiçagem entre a população tradicional hispano-guarani que sobreviveu ao extermínio durante a Guerra do Paraguai e imigrantes (europeus especialmente e asiáticos) que chegaram após a Guerra do Paraguai com o objetivo de repovoar o país.[1] No final do século XX, o número de habitantes aumentou a uma taxa de 2,6% ao ano. Com o ritmo acelerado de crescimento, a população deve duplicar em um período de 21 anos.
A densidade populacional é considerada baixa (14,1 hab./km²). Existem grandes contrastes de ocupação entre as distintas partes do país: o Chaco é a região mais despovoada. As planícies próximas ao rio Paraná têm densidade moderada.
A porcentagem da população urbana é de 56,7%. Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de natalidade é elevada — cada mulher tem em média 3,8 filhos. A taxa de mortalidade infantil é moderada e gira em torno de 26 por mil. A expectativa de vida é de 68,5 anos para homens e de 73 anos para mulheres.
Composição étnica
[editar | editar código-fonte]Embora não exista nenhum dado oficial sobre a composição étnica do Paraguai, estima-se que a maior parte da população seja o resultado da mestiçagem entre indígenas e imigrantes europeus, que teve início na época do domínio espanhol. A população atual é conformada por descendentes de uma nova mestiçagem entre a população tradicional hispano-guarani que sobreviveu ao extermínio durante a Guerra do Paraguai e imigrantes (europeus especialmente e asiáticos) que chegaram após a Guerra do Paraguai com o objetivo de repovoar o país.[1] No final do século XX, o número de habitantes aumentou a uma taxa de 2,6% ao ano. Com o ritmo acelerado de crescimento, a população deve duplicar em um período de 21 anos.
Segundo pesquisa de 2011 do Latinobarómetro, dos paraguaios entrevistados, 56% identificaram-se como mestiços, 29% como brancos, 3% como indígenas, 1% como negros e 2% outra "raça".[2]
A imigração após a Guerra do Paraguai foi fundamental para a reconstrução do país:
Após a Guerra contra a Tríplice Aliança, o Paraguai dizimado precisava recuperar a sua sociedade, tanto do ponto de vista demográfico como social, cultural, econômico e político. O governo paraguaio começou uma campanha para atrair imigrantes, especialmente europeus, para renovar e transformar a sociedade, atingindo assim o país, contingentes de italianos, argentinos, espanhóis, franceses, brasileiros, portugueses, alemães, uruguaios, austríacos, britânicos, entre outros, que foram os primeiros em abrir grupos empresariais e da indústria, mudando o tipo de vida cotidiana. A contribuição dos imigrantes no final do século XIX foi muito importante para o Paraguai, pois ajudaram a reativar a economia e influenciaram a construção de uma nova sociedade e, portanto, uma nova cultura nacional.— (Regeneración de la Sociedad Paraguaya: Aporte de los Inmigrantes (1870-1904), Raquel Zalazar).[3]
Alemães,[4] italianos,[5] japoneses,[6][7] coreanos,[8] chineses, sírios, árabes,[9] brasileiros e argentinos estão entre as nacionalidades minoritárias que se instalaram no Paraguai.
Cerca de 40 000 indígenas habitam as florestas do Chaco Ocidental e do Nordeste. A população do país, que antes da Guerra do Paraguai (1864-1870) era de 500 000 habitantes, foi reduzida a menos da metade depois do conflito. A evasão por questões políticas ou econômicas também contribuiu para a baixa densidade demográfica. Existe, porém, uma ampla presença europeia, que representa uma grande parte da população, principalmente de espanhóis, alemães, italianos (que têm contribuído a repovoar o país após a Guerra da Tríplice Aliança).[1] Uma das últimas e importantes correntes imigratórias do país foi a dos menonitas alemães estabelecidos, maiormente, na Região Ocidental.
Uma recente pesquisa científica realizada por uma equipe franco-paraguaia e publicada na revista europeia "International Journal of Immunogenetics" na edição de fevereiro de 2011[10] chegou à conclusão da predominância dos genes espanhóis em mestiços paraguaios. A pesquisa publicada compara o sangue paraguaio com o sangue espanhol de origem andaluza (região de origem da maioria dos conquistadores no século XVI) e também com o sangue "guarani". O DNA extraído dos glóbulos brancos de 40 indígenas "Mbya Guarani" foi analisado através de modernas técnicas de biologia molecular (PCR) e foi tipificado o grupo sanguíneo HLA (nos glóbulos brancos). Após ter analisado as frequências do grupo sanguíneo e comparadas as distâncias genéticas entre mestiços paraguaios, espanhóis e guaranis do Paraguai, chegou-se às seguintes conclusões: 1) Os guaranis do Paraguai são geneticamente "muito diferentes" dos mestiços paraguaios e também dos espanhóis. 2) As distâncias genéticas são muito próximas entre mestiços paraguaios e espanhóis, enquanto são "muito distantes" entre mestiços paraguaios e guaranis do Paraguai. A predominância genética espanhola em mestiços paraguaios pode ser explicada através da história. Em 1537, 57 conquistadores espanhóis fundaram Assunção, a capital. Juntaram-se às mulheres guaranis nos primeiros anos, para dar origem à mistura hispano-guarani. Esta mistura foi intensa apenas durante as primeiras décadas da conquista, e foi então substituída por uma mestiçagem "mestizo-criolla" (descendentes de espanhóis nascidos no Paraguai). Ao mesmo tempo, a população guarani diminuía rapidamente devido às doenças e às guerras contra os novos habitantes.[11]
Cidades mais populosas
[editar | editar código-fonte]Paraguai Censo 2015 est. | Cidades mais populosas do |||||||||||
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Assunção Ciudad del Este | |||||||||||
Posição | Localidade | Departamento | Pop. | Posição | Localidade | Departamento | Pop. | ||||
1 | Assunção | Distrito Capital | 530 184 | 11 | Caaguazú | Caaguazú | 123 666 | ||||
2 | Ciudad del Este | Alto paraná | 301 815 | 12 | Coronel Oviedo | Caaguazú | 119 552 | ||||
3 | Luque | Central | 272 808 | 13 | Pedro Juan Caballero | Amambay | 118 939 | ||||
4 | San Lorenzo | Central | 256 808 | 14 | Itauguá | Central | 106 264 | ||||
5 | Capiatá | Central | 235 201 | 15 | Mariano Roque Alonso | Central | 101 715 | ||||
6 | Lambaré | Central | 180 324 | 16 | Presidente Franco | Alto Paraná | 100 720 | ||||
7 | Fernando de la Mora | Central | 173 941 | 17 | Concepción | Concepción | 84 545 | ||||
8 | Limpio | Central | 142 824 | 18 | Hernandarias | Alto Paraná | 79 036 | ||||
9 | Ñemby | Central | 138 818 | 19 | Villa Elisa (Paraguai) | Central | 72 423 | ||||
10 | Encarnación | Itapúa | 134 859 | 20 | San Antonio | Central | 76 808 |
- ↑ a b c Ministério da Educaçãogov.py http://www.mec.gov.py/cmsmec/?page_id=2719 Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ «Informe Latinobarómetro 2011» (PDF) (em espanhol). Latinobarómetro. 15 de dezembro de 2011. p. 58. Consultado em 1 de novembro de 2013
- ↑ Zalazar, Raquel (5 de maio de 2010). «Regeneración de la sociedad paraguaya: aporte de los inmigrantes (1870-1904)». Diálogos. 9 (2). doi:10.4025/dialogos.v9i2.153
- ↑ «Deutsche Botschaft Asunción - Página principal» (PDF). www.asuncion.diplo.de. Consultado em 5 de outubro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 18 de julho de 2011
- ↑ «Abc Color - Clasificados». archivo.abc.com.py
- ↑ «【インフォシーク】メンテナンスのお知らせ». federacion.hp.infoseek.co.jp. Consultado em 4 de outubro de 2010. Arquivado do original em 10 de agosto de 2010
- ↑ Color, ABC. «El Paraguay japonés - Edicion Impresa - ABC Color»
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 4 de outubro de 2010. Arquivado do original em 16 de julho de 2011
- ↑ «BBC Mundo - A fondo - Árabes y musulmanes en América Latina». news.bbc.co.uk
- ↑ Benitez, O.; Busson, M.; Charron, D.; Loiseau, P. (1 de fevereiro de 2011). «HLA polymorphism in a Guarani-Indian population from Paraguay and its usefulness for the Hispano-Indian admixture study in Paraguay». International Journal of Immunogenetics. 38 (1): 7–11. doi:10.1111/j.1744-313X.2010.00959.x – via Wiley Online Library
- ↑ Color, ABC. «Predominio genético hispánico - Edicion Impresa - ABC Color»