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Olingo-ruivo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Bassaricyon gabbii)
Como ler uma infocaixa de taxonomiaOlingo-ruivo
Olingo-ruivo fotografado na Costa Rica
Olingo-ruivo fotografado na Costa Rica
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Procyonidae
Género: Bassaricyon
Nome binomial
Bassaricyon gabii
Allen, 1876
Distribuição geográfica

Sinónimos
Bassaricyon pauli
Bassaricyon lasius

O olingo-ruivo (Bassaricyon gabbii), também conhecido como olingo-do-norte, ou simplesmente olingo (por ser o mais comumente visto da espécie),[1] é um membro arbóreo da família Procyonidae, que também inclui em sua família os guaxinins. Foi a primeira espécie de olingo a ser descrita, embora seja considerada por alguns autores como a única espécie de olingo genuína,[2] uma revisão recente do gênero Bassaricyon mostrou que há um total de quatro espécies de olingo, porém duas destas espécies agora são consideradas como parte da Bassaricyon gabbii.[1] Seu nome científico homenageia William More Gabb, que coletou o primeiro espécime.[3][4] É nativa da América Central.[1]

O olingo-ruivo é um animal arbóreo e esguio, com patas traseiras nitidamente mais longas que as patas dianteiras e com uma cauda longa e espessa. O rosto é curto e arredondado, com olhos relativamente grandes e orelhas curtas e redondas.[5] A pelagem é espessa e colorida em um tom de marrom ou marrom acinzentado na maior parte do corpo, tornando-se ligeiramente mais escura no meio do dorso, enquanto a parte inferior varia de creme claro a amarelado.[5] Uma faixa de pelo amarelado corre ao redor da garganta e nas laterais da cabeça, onde atinge a base das orelhas, enquanto o rosto tem um pelo acinzentado. A cauda é de cor semelhante ao corpo, porém com vários anéis de cor mais escura ao longo de seu comprimento. As solas dos pés são peludas e os dedos são ligeiramente achatados, com garras curtas e curvas.[5] As fêmeas possuem um único par de tetas, localizadas na parte posterior do abdome, próximo às patas traseiras.[3]

Os adultos têm um comprimento da cabeça ao corpo de 36 a 42 centímetros, com 38 a 48 centímetros até a cauda.[5] Eles pesam cerca de 1,2 a 1,4 quilogramas.[5] O olingo-ruivo possui um par de glândulas odoríferas anais,[5] capazes de produzir uma substância química de mau cheiro quando o animal está alarmado.[3]

Esta é a maior das espécies de olingo.[1] Sua pelagem é tipicamente menos ruiva do que a dos outros olingos, enquanto as faixas da cauda são um pouco mais distintas.[1]

Distribuição e habitat

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O olingo-ruivo é encontrado desde a Nicarágua até a Costa Rica e oeste do Panamá.[1] Também foi relatado em Honduras e Guatemala, embora sua grande semelhança com outros olingos e com o jupará possa tornar tais relatórios suspeitos, estes relatórios atualmente não são reconhecidos pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza.[carece de fontes?] Enquanto alguns indivíduos também tenham sido encontrados abaixo do nível do mar,[1] normalmente habitam florestas tropicais e montanas[1] de 1 000 metros (3 300 pé)[1] até cerca de 2 000 metros (6 600 pé) de elevação, embora aparentemente evite plantações e áreas de floresta secundária.[3]

Anteriormente, três subespécies foram reconhecidas deste olingo: B. g. gabbii, B. g. richardsoni e B. g. medius. A recente revisão do gênero fez várias mudanças na definição desta espécie:

  1. A população nicaraguense B. g. richardsoni pode ser uma subespécie, mas é necessária mais revisão e análise.[1]
  2. B. g. medius é em média menor que Bassaricyon gabbii e a análise morfológica e genética demonstrou que é uma espécie diferente: B. medius (olingo-do-chocó).[1]
  3. As espécies anteriores B. lasius e B. pauli foram rebaixadas a sinônimos de B. gabbii, mas podem ser elevadas a subespécies como B. g. lasio e B. g. pauli.[1]

Os parentes mais próximos de B. gabbii são as duas espécies de olingo de planície do Panamá e noroeste da América do Sul, B. alleni e B. medius, das quais divergiu há cerca de 1,8 milhão de anos.[1]

Dieta e comportamento

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O olingo-ruivo é um notívago, alimentando-se quase inteiramente de frutas, especialmente figos. Foi observado beber o néctar das árvores pau-de-balsa durante a estação de seca, em raras ocasiões, também perseguiu e comeu pequenos mamíferos, como ratos e esquilos. Durante o dia, dorme em tocas localizadas em grandes árvores.[3] Tem uma área estimada de cerca de 23 hectares.[6]

Embora tenha sido considerado um animal solitário, é frequentemente encontrado em pares e pode ser mais sociável do que comumente se acredita. É arborícola, passando grande parte do tempo nas árvores. Sua cauda não é preênsil, ao contrário dos parentes juparás, embora possa atuar como um fator de equilíbrio.[3] O chamado do olingo-ruivo foi descrito como possuindo duas notas distintas, com um som de "whey-chuck" ou "wey-toll".[6]

O olingo-ruivo tem uma dieta e habitat semelhantes aos do juparás, e quando os recursos são escassos, o animal maior pode se afastar de suas árvores preferidas para procurar alimento.[6] Os predadores conhecidos por se alimentarem do olingo-ruivo incluem o jaguarundi, jaguatirica, irara e várias jiboias. Acredita-se que se reproduza durante a estação de seca e dê à luz um único filhote após um período de gestação de cerca de dez semanas. Ele vive por até vinte e cinco anos em cativeiro.[3]

Referências
  1. a b c d e f g h i j k l m Helgen, K. M.; Pinto, M.; Kays, R.; Helgen, L.; Tsuchiya, M.; Quinn, A.; Wilson, D.; Maldonado, J. (15 de agosto de 2013). «Taxonomic revision of the olingos (Bassaricyon), with description of a new species, the Olinguito». ZooKeys (324): 1–83. PMC 3760134Acessível livremente. PMID 24003317. doi:10.3897/zookeys.324.5827Acessível livremente 
  2. Wozencraft, W.C. (2005). Wilson, D.E.; Reeder, D.M. (eds.), ed. Mammal Species of the World 3 ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 532–628. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
  3. a b c d e f g Prange, S.; Prange, T.J. (2009). «Bassaricyon gabbii (Carnivora: Procyonidae)». Mammalian Species. 826: 1–7. doi:10.1644/826.1Acessível livremente  Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)
  4. Beolens, B.; Watkins, M.; Grayson, M. (28 de setembro de 2009). The Eponym Dictionary of Mammals. [S.l.]: The Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0801893049. OCLC 270129903 
  5. a b c d e f Saavedra-Rodriguez, Carlos Arturo; Velandia-Perilla, Jorge H. «Bassaricyon gabbii Allen, 1876 (Carnivora: Procyonida): New distribution point on western range of Colombian Andes». Check List: 505–507 
  6. a b c Kays, R.W. (2000). «The behavior and ecology of olingos (Bassaricyon gabbii) and their competition with kinkajous (Potos flavus) in central Panama» (PDF). Mammalia. 64 (1): 1–10. doi:10.1515/mamm.2000.64.1.1