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Alto da Lapa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Alto da Lapa
Bairro de São Paulo
Roda Rico e ao fundo o bairro.
Área 1,34 km²[1]
Fundação 1921
Imigração predominante  Hungria

 Polónia

Distrito Lapa
Subprefeitura Lapa
Região Administrativa Oeste
Mapa

O Alto da Lapa é um bairro nobre do distrito da Lapa, na cidade de São Paulo, capital do estado do mesmo nome no Brasil. Foi construído na década de 1920 pela Companhia City. Se situa a sudoeste do bairro da Lapa. É caracterizado pelo verde, devido a grande concentração de árvores e praças.

Traçado do bairro, Mapa Oficial da cidade em 1929.
Alto de Pinheiros, outro bairro-jardim projetado pela Cia. City em continuidade com o Alto da Lapa.
Arborização do bairro na rotatória Avenida Mercedes.
Centro de Convivência e Memória Cecilia Meirelles

Antes da chegada dos colonizadores europeus, a região era habitada por povos indígenas. Com a colonização, a área começou a ser explorada por bandeirantes e introduzida à economia colonial, embora permanecesse predominantemente rural por muitos anos.[2] No século XIX, a construção de chácaras e fazendas, juntamente com a expansão das ferrovias, como a Estrada de Ferro São Paulo Railway, conectou a região ao crescente centro urbano de São Paulo.[3]

Concebido como "bairro-jardim" o projeto dos anos 1920 apresentava diversas características: áreas verdes com grande valorização nas ruas largas e arborizadas, seguindo a tendência de urbanismo que buscava integrar a natureza ao ambiente urbano.[2] A valorização dos bairros da City aumentou ainda mais com a cessão de terreno para a construção da Associação Cristã de Moços, que oferecia ampla infraestrutura para a prática de esportes e lazer.[4]

O bairro teve sua concepção urbanística criada pelo arquiteto e urbanista inglês Barry Parker, com jardins internos, traçado sinuoso de ruas, muitas praças e intensa arborização. O desenvolvimento urbano significativo começou em 1921, quando a Cia City decidiu expandir sua atuação até a região da Lapa. No ano de 1921, iniciou-se a construção dos bairros de Bela Aliança e Alto da Lapa, que possuía cerca de 1 342 930 metros quadrados de terreno.[5] O bairro foi finalizado em 1929. Foi desenvolvido para a população operária,[6] porém acabou por atrair imigrantes bem-sucedidos financeiramente, devido às características diferenciadas dos bairros planejados pela Cia City.[4][7]A reunião dos bairros de Alto da Lapa e Bela Aliança é conhecida como "City Lapa".[8] A venda dos terrenos prolongou-se até 1945.[2]

Devido às diversas restrições de uso do solo criadas pela empresa loteadora, o bairro apresenta características de "bairro-jardim", modelo que, na época, era tido como inovador.[5] As regras do zoneamento da cidade fazem com que o mesmo mantenha suas características originais. Criada em 1992, a Associação de Amigos e Moradores do Alto da Lapa e Bela Aliança luta pela preservação do traçado original da região e pela sua manutenção como bairro residencial. No final de 2001, conseguiu que o Supremo Tribunal Federal brasileiro vetasse a construção de um prédio no bairro.[5][3]

No ano de 2010, as residências do bairro foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico devido a seus valores arquitetônicos, históricos ou culturais. Por causa disso, haverá a conservação da horizontalidade do bairro, da preservação de seu traçado viário e das áreas verdes presentes, trazendo, também, uma possível valorização imobiliária.[8][9][3]

O "Pelezão", como foi apelidado, é um clube gratuito mantido pela Prefeitura Municipal de São Paulo, inaugurado em 2015, onde são promovidas aulas de diversas modalidades esportivas e atividades recreativas.[10][11]Importante centro educacional que é também reconhecido como parque, por aderir à aspectos como zona de lazer e caminhada, e piscinas.[12][13]

Panorama da região.
Edifícios da Av. Diogenes Ribeiro de Lima que utilizam o nome do bairro.

Hoje, o Alto da Lapa se modernizou e abre espaço para uma arquitetura mais moderna e autoral, além de promover comércios criativos. Sem desconsiderar o passado do trem e das casinhas, a região se reinventa respeitando suas raízes.[4] A modernização do bairro é um exemplo de experiência urbana bem-sucedida, conseguindo manter um certo clima de cidade pequena do interior, com vias sinuosas e cheias de árvores. A proximidade com áreas verdes, como o Parque Villa-Lobos, oferece aos moradores um refúgio natural em meio à urbanidade.[2]

O Alto da Lapa é um exemplo da transformação urbana de São Paulo, que preserva suas raízes históricas enquanto abraça o desenvolvimento e a modernidade.[4] Através de um planejamento cuidadoso e da rica contribuição de imigrantes, o bairro se destaca como uma área de grande valor histórico, cultural e urbanístico, oferecendo um ambiente único para seus habitantes.[2]

É considerado um bairro nobre e bairro-jardim, classificado pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis como uma "Zona de valor B", assim como outras áreas nobres da capital como Aclimação, Cerqueira César, Alto de Santana e Paraíso.[14]

Referências
  1. [1]
  2. a b c d e O novo retrato do Alto da Lapa
  3. a b c Alto da Lapa: um bairro para fincar raízes
  4. a b c d Projetos
  5. a b c O Preço da História – Imóvel Tombado
  6. «Alto da Lapa». Consultado em 14 de agosto de 2010. Arquivado do original em 1 de maio de 2010 
  7. «Alto da Lapa». Consultado em 4 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 24 de janeiro de 2009 
  8. a b Tombamento deve valorizar imóveis do bairro City Lapa
  9. Bairros tombados: quanto vale o metro quadrado
  10. Centro Educacional e Esportivo: Pelezão
  11. «Pouco conhecido, clube na Lapa começa 2015 com reformas para aumentar opções de lazer - São Paulo - Estadão». Estadão 
  12. «Pelezão-Um oásis no oeste paulistano». Os caminhantes (em inglês). 17 de novembro de 2015 
  13. Coelho, Maria Isabel. «Clube Pelezão reabre piscina depois de quase dois anos | Jornal da Gente». Consultado em 30 de abril de 2017 
  14. «Pesquisa CRECI» (PDF). 11 de julho de 2009. Consultado em 13 de julho de 2009. Arquivado do original (PDF) em 6 de julho de 2011