[go: up one dir, main page]
More Web Proxy on the site http://driver.im/Saltar para o conteúdo

Agropecuária na China

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A produção de trigo entre 1961 e 2004, dados do FAO em 2005. Produção em toneladas.
Cartaz do período da mecanização agrícola.

A República Popular da China é o país mais populoso do mundo e um dos maiores produtores e consumidores de produtos agrícolas. De acordo com o Programa Mundial para Alimentação das Nações Unidas, em 2003, a China tem quase 20% da população terrestre, mas tem somente 7% das terras aráveis disponíveis mundialmente.[1] A China é a maior produtora de produtos agrícolas do mundo, e como resultado de fatores climáticos e topográficos, apenas 10 a 25% do território chinês é adequado para o cultivo. Disto, pouco mais da metade não está irrigada, e o restante está grosseiramente dividido entre arrozais e áreas irrigadas. Todavia, cerca de 45% da população vive em áreas rurais, e até a década de 1980, a maioria destes vivia diretamente da agricultura. Desde então, muitos têm sido encorajados a deixar a agricultura para procurar outras atividades, tais como a manufaturação leve, o comércio e o transporte. Em meados da década de 1980, a produção agrícola representava menos da metade de toda a produção agropecuário. Atualmente, a agricultura colabora com menos de 13% do PIB chinês.

A qualidade do solo varia. Problemas ambientais, tais como enchentes, estiagens e erosão são uma séria ameaça em várias partes do país. A grande destruição das florestas deu lugar a um energético programa de reflorestamento, que provou-se ser inadequado, e os recursos florestais são ainda razoavelmente limitados.[2] As principais florestas são encontradas nas Montanhas Qinling, nas montanhas centrais e no planalto de Sichuan-Yunnan. Devido a sua inacessibilidade, as florestas de Qiling não são exploradas extensivamente, e boa parte dos recursos madeireiros do país vem de Heilongjiang, Jilin, Sichuan e de Yunnan.

Colheita de amendoim no Distrito de Jiangxia, Hubei.

Cerca de 45% da força de trabalho da China está empregada na agricultura. Há cerca de 300 milhões de trabalhadores do campo - a maioria trabalha em pequenos minifúndios. Todas as terras aráveis são usadas virtualmente para as plantações de alimentos. A China é a maior produtora de arroz e está entre os maiores produtores de trigo, milho, tabaco, soja, amendoim, algodão, batata, sorgo, chá, milhete, cevada, óleo vegetal, carne suína e peixe. Grandes plantações de produtos não-alimentícios, tais como o algodão, e outras fibras, e o óleo vegetal, abastecem a China juntamente com reservas do comércio internacional. Produtos agrícolas, tais como vegetais, frutas e grãos e seus derivados, além de peixes e frutos do mar, e carnes e seus derivados, são exportados para Hong Kong. A produção é rentável por causa do cultivo intensivo de suas terras aráveis. Por exemplo, as áreas aráveis chinesas são 25% menor do que as áreas aráveis dos Estados Unidos, mas produzem 30% de produtos agrícolas a mais do que todo os Estados Unidos. A China espera aumentar ainda mais a sua produção agrícola por meio de maiores estoques, de fertilizantes e de tecnologia.

Embora os lucros na agricultura tenham continuado a crescer nas duas últimas décadas, o crescimento agrícola tem crescido a um ritmo menor do que o crescimento do número de pessoas que vivem na cidade, levando a uma maior diferença no nível de riqueza entre as áreas urbanas e o interior. As políticas governamentais que têm enfatizado a autossuficiência de grãos e o fato dos fazendeiros não possuírem suas terras - não podem comprar ou vender - contribuíram para esta situação. Além disso, a infraestrutura inadequada dos portos, a falta de um sistema de armazenagem e a sua infraestrutura estagnada impedem o comércio nacional e internacional pleno.

Tanques de peixes em Daye, Hubei.

A China Ocidental, que compreende o Tibete, Xinjiang e Qinghai, tem pouca participação na agropecuária, exceto na floricultura e na pecuária. O arroz, o principal produto agrícola da China, é dominante nas províncias do Sul da China, muitas das quais têm duas colheitas ao ano. No norte, o trigo é de suma importância, enquanto que na China Central, o trigo e arroz são os principais produtos agrícolas. Milhete e kaoliang (uma variedade de sorgo) são cultivados principalmente no nordeste do país e em algumas províncias centrais, que juntamente com algumas áreas do Norte da China, também provêm quantidades consideráveis de cevada. A maior parte das plentações de soja estão concentradas no norte e no nordeste chinês. O milho é plantado no norte e na região central, enquanto que as plantações de várias variedades de chá estão nas áreas montanhosas do Sudeste da China. A maior parte das plantações de algodão estão na região central da China, mas também é encontrado nas regiões sudeste e norte do país. O tabaco vem da região central e do sul da China. Outros importantes produtos agrícolas chineses são batatas, beterraba para a produção de açúcar, e óleo vegetal.

Há ainda escassez da agricultura mecanizada, especialmente de máquinas agrícolas avançadas. A maior parte dos camponeses e dos fazendeiros ainda é dependente de implementos agrícolas não-mecanizados. Tem-se feito um bom processo no aumento da conservação da água, e cerca de metade das áreas cultivadas são irrigadas artificialmente. A pecuária constitui o segundo mais importante produto agropecuário da China. A China é a maior produtora de carne suína, de frangos e de ovos do mundo. O país também tem criações consideráveis de carneiros e de gado. Desde a metade da década de 1970, o governo chinês tem dado ênfase no aumento da produção de gado. A China tem uma longa tradição na pesca de peixes de água salgada e doce, além da piscicultura. Tanques para a criação de peixes sempre foram importantes para a economia, e a sua utilização está sendo incentivada para fornecer peixes para peixarias de regiões costeiras e do interior, que estão sendo ameaçadas pela sobrepesca, além de prover mercadorias valiosas para exportação, tais como o lagostim.

Em 2018, a China[3]:

  • Foi o 2º maior produtor mundial de milho (257,1 milhões de toneladas), perdendo somente para os EUA;
  • Foi o maior produtor mundial de arroz (212,1 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de trigo (131,4 milhões de toneladas);
  • Foi o 3º maior produtor mundial de cana-de-açúcar (108 milhões de toneladas), perdendo somente para Brasil e Índia;
  • Foi o maior produtor mundial de batata (90,2 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de melancia (62,8 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de tomate (61,5 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de pepino/picles (56,2 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de batata doce (53,0 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de maçã (39,2 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de beringela (34,1 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de repolho (33,1 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de cebola (24,7 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de espinafre (23,8 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de alho (22,2 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de vagem (19,9 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de tangerina (19,0 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de cenoura (17,9 milhões de toneladas);
  • Foi o 3º maior produtor mundial de algodão (17,7 milhões de toneladas), perdendo somente para Índia e EUA;
  • Foi o maior produtor mundial de amendoim (17,3 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de pera (16,0 milhões de toneladas);
  • Foi o 4º maior produtor mundial de soja (14,1 milhões de toneladas), perdendo para EUA, Brasil e Argentina;
  • Foi o maior produtor mundial de uva (13,3 milhões de toneladas);
  • Foi o 2º maior produtor mundial de colza (13,2 milhões de toneladas), perdendo somente para o Canadá;
  • Foi o maior produtor mundial de ervilha (12,9 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de melão (12,7 milhões de toneladas);
  • Foi o 8º maior produtor mundial de beterraba (12 milhões de toneladas), que serve para produzir açúcar e etanol;
  • Foi o 2º maior produtor mundial de banana (11,2 milhões de toneladas), perdendo somente para a Índia;
  • Foi o maior produtor mundial de couve-flor e brócolis (10,6 milhões de toneladas);
  • Foi o 2º maior produtor mundial de laranja (9,1 milhões de toneladas), perdendo somente para o Brasil;
  • Foi o maior produtor mundial de abóbora (8,1 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de aspargo (7,9 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de ameixa (6,7 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de cogumelo e trufa (6,6 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de grapefruit (4,9 milhões de toneladas);
  • Foi o 15º maior produtor mundial de mandioca (4,9 milhões de toneladas);
  • Foi o 2º maior produtor mundial de manga (incluindo mangostim e goiaba) (4,8 milhões de toneladas), perdendo somente para a Índia;
  • Foi o maior produtor mundial de caqui (3,0 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de morango (2,9 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de chá (2,6 milhões de toneladas);
  • Produziu 2,5 milhões de toneladas de girassol;
  • Foi o 3º maior produtor mundial de limão (2,4 milhões de toneladas), perdendo somente para Índia e México;
  • Foi o maior produtor mundial de tabaco (2,2 milhões de toneladas);
  • Foi o 8º maior produtor mundial de sorgo (2,1 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de kiwi (2,0 milhões de toneladas);
  • Foi o maior produtor mundial de castanha (1,9 milhões de toneladas);
  • Produziu 1,9 milhão de toneladas de taioba;
  • Produziu 1,8 milhão de toneladas de feijão-fava;
  • Foi o 3º maior produtor mundial de milhete (1,5 milhão de toneladas), perdendo somente para Índia e Níger;
  • Foi o 8º maior produtor mundial de abacaxi (1,5 milhão de toneladas);
  • Produziu 1,4 milhão de toneladas de cevada;
  • Foi o maior produtor mundial de trigo-sarraceno (1,1 milhões de toneladas);
  • Foi o 6º maior produtor mundial de aveia (1 milhão de toneladas);
  • Foi o 4º maior produtor mundial de centeio (1 milhão de toneladas), perdendo somente para Alemanha, Polônia e Rússia;
  • Produziu 1 milhão de toneladas de Tallow Tree;

Além de produções menores de outros produtos agrícolas.[3]

Na pecuária, a China foi, em 2019, o maior produtor mundial de carne suína, com uma produção de 42,5 milhões de toneladas; o 2º maior produtor mundial de carne de frango, com uma produção de 14,4 milhões de toneladas; o 3º maior produtor mundial de carne bovina, com uma produção de 5,9 milhões de toneladas; o 5º maior produtor mundial de leite de vaca, com uma produção de 32 bilhões de litros; o maior produtor mundial de mel, com uma produção de 444,1 mil toneladas, entre outros.[4]

Referências
  1. «WFP - Where we work - China» (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2010. Arquivado do original em 25 de outubro de 2005 
  2. «Plantation Study in China: Research Outline» (PDF) (em inglês). Forest Conservation Project, Institute for Global Environmental Strategies. Fevereiro de 2006. Consultado em 25 de novembro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 16 de fevereiro de 2008 
  3. a b China production in 2018, by FAO
  4. Produção da pecuária da China em 2019, pela FAO
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Agropecuária na China