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Anacamptis pyramidalis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaAnacamptis pyramidalis

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: monocotiledóneas
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Orchidoideae
Género: Anacamptis
Espécie: A. pyramidalis
Nome binomial
Anacamptis pyramidalis
(L.) Rich.

Anacamptis pyramidalis é planta herbácea, perene, pertencente ao género Anacamptis da família Orchidaceae (orquídeas). O nome científico Anacamptis deriva do grego ανακάμτειν 'anakamptein' significando 'curvada para a frente', enquanto que o nome em latim pyramidalis faz referência à forma piramidal da sua inflorescência[1].

Os seus nomes comuns são orquídea-piramidal ou satirião-menor[2].

Gravura do livro de Charles Darwin, Fertilisation of Orchids, representando a cabeça da uma traça e o probóscide com várias polínias agarradas, provenientes de Orchis pyramidalis

.

Esta planta atinge em média 10 a 25 cm de altura, com um máximo de 60 cm. O caule é erecto e não ramificado. As folhas basais são linear-lanceoladas, com nervuras paralelas, de até 25 cm de comprimento. As folhas caulinares são mais pequenas e menos visíveis.

O arranjo das flores hermafroditas, numa forma piramidal, é distintiva. A cor das flores varia de rosa a púrpura, ou raramente brancas. As flores possuem seis tépalas, sendo três pequenas sépalas e três pétalas. Duas pequenas pétalas estão inseridas lateralmente, enquanto que a terceira e labelo inferior é largo e bilobado. Na parte traseira da flor existe um espigão tubular de 1,5 cm de comprimento, enquanto que o labelo apresenta duas pequenas dobras laterais.

O período de floração decorre de Abril a Julho.

As flores são polinizadas por borboletas e traças. Para garantir a fertilização, a sua morfologia está adaptada para os probóscides de lepidópteros, especialmente espécies dos géneros Euphydryas, Melanargia, Melitaea, Pieris e Zygaena. O mecanismo através do qual os seus pares de polínias se agarram aos probóscides dos insectos foi descoberto por Charles Darwin e descrito no seu livro Fertilisation of Orchids.[3]

Distribuição

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Esta orquídea é nativa do sudoeste da Eurásia, desde a Europa ocidental, através da região mediterrânea para leste até ao Irão. Na Alemanha, é rara e foi declarada a Orquídea do Ano em 1990 para aumentar a consciencialização acerca desta planta.

Anacamptis pyramidalis requer locais ensolarados com solos diversos, podendo crescer em solos muito alcalinos. Pode ser encontrada em prados ou encostas secas e expostas, em altitudes de 0 a 2000 m acima de altitude.

Em Portugal é bastante comum no Centro-Oeste Calcário e no Algarve, ocorrendo em clareiras de matos e bosques, prados e pastagens, principalmente em solos calcários.[4].


Plantas de Anacamptis pyramidalis
Inflorescências de Anacamptis pyramidalis
Uma inflorescência de Anacamptis pyramidalis
Uma flor de Anacamptis pyramidalis
Folha de Anacamptis pyramidalis

Anacamptis pyramidalis foi descrita por (L.) Rich. e publicado em Mémoires du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 55. 1818.[5]

  • Aceras pyramidalis Rchb. 1833
  • Anacamptis condensata C.Koch 1849
  • Anacamptis durandi Bréb. 1936
  • Orchis bicornis Gilib. 1792
  • Orchis pyramidalis L. 1753
  • Orchis rivinii Gouan 1775
  • Anacamptis pyramidalis f. condensata (Desf.) Maire & Weiller in R.C.J.Maire 1959
  • Anacamptis pyramidalis f. sanguinea (Druce) P.D.Sell 1997
  • Anacamptis pyramidalis subsp. condensata (Desf.) H.Lindb. 1932
  • Anacamptis pyramidalis var. brachystachys (d'Urv.) Boiss. in ?
  • Anacamptis pyramidalis var. sanguinea (Druce) Kreutz 2003
  • Orchis appendiculata Stokes 1812
  • Orchis brachystachys d'Urv. 1822
  • Orchis condensata Desf. 1799
  • Orchis duquesnii Nyman 1855
  • Orchis pyramidalis var. sanguinea Druce 1929[6]

Possui algumas variedades, por vezes tratadas como subespécies, limitadas a algumas regiões:

  • Anacamptis pyramidalis var. tanayensis (Chenevard) Soó in Keller - Flores mais escuras e pequenas. Cantões de Friburgo e Valais (Suíça).
  • Anacamptis pyramidalis var. urvilleana (Sommier & Caruana) Kreutz - Malta.
  • Anacamptis pyramidalis var. sanguinea (Druce) Kreutz - Inflorescência mais arredondada, planta geral mais pequenas. Condado de Galway até ao Condado de Kerry (Irlanda)

A variedade alba pode ser encontrada em toda a área de distribuição da espécie.

O tubérculo seco e moído dá uma farinha denominada salepo. Trata-se de uma substância nutritiva, doce, rica em amido. É usada em bebidas, cereais e para fazer pão. É também usada em dietas para crianças e convalescentes.

Referências

Ligações externas

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Commons
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