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Culto grego ao herói

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ruínas de um santuário dedicado a um herói ou heroon em Sagalassos, Turquia

O culto ao herói foi uma das características mais distintivas da antiga religião grega. A palavra herói significava especificamente um homem, que passou a ser venerado depois de sua morte e por causa de sua fama durante a vida ou a maneira incomum de sua morte ele possuía o poder de apoiar e proteger a vida. Um herói era mais do que humano, porem menos do que um deus, e vários tipos de figuras sobrenaturais vieram a ser equiparado a uma classe de heróis; a distinção entre um herói e um deus era muito incerta, especialmente no caso de Hércules, o mais proeminente e mas atípico herói.[1]

As grandes ruínas e túmulos restantes da Idade do Bronze deram aos pré-literatos gregos dos séculos X e IX a.C., um sentimento, de uma grande que desapareceu com o tempo e foi refletida tradição oral épica, e que seria cristalizada na Ilíada.[2]

A natureza do culto ao herói 

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Os cultos ao herói eram distintos do culto aos antepassados dos quais eles se desenvolveram[3] . Considerando que o ancestral era puramente local, Lewis Farnell observa, que o herói pode ser cultuado em mais de uma localidade

Culto a Édipo em uma ânfora, ca. 380-70 a.C. (museu do Louvre, CA 308)

Além da tradição épica, que contava com os heróis vivos e em ação, ao invés de incluir como objetos de culto,[4] a mais antiga referência escrita para culto ao herói é atribuída a Drácon, o legislador Ateniense do final do século VII a.C., que recomendou que os deuses e heróis locais deviam ser homenageados de acordo com os costume ancestrais. O costume, então, já estava estabelecido, e havia vários heróis locais.[5] As fontes escritas salientam a importância dos túmulos dos heróis e ou santuários, onde ritos ctônico eram feitos para apaziguar os espíritos e fazer com que eles continuassem a privilegiar as pessoas que olhavam para eles como fundadores. Ele iria ajudar aqueles que viviam nas imediações de seu túmulo, ou que pertencia a tribo da qual ele foi o fundador", observa Robert Parker,[6] com a exceção de Hércules, com seu escopo pan-Helenico.

Whitley interpretou a fase final, em que o culto foi co-optado pela cidade-estado como um gesto político, nos tumulus  aristocráticos rodeados por estelas, erguidos por Atenas para cremar os cidadão-heróis de Maratona (490 a.C.), para os quais o ctônico culto foi dedicado.[7] Por outro lado, heróis gregos eram distintos do culto aos imperadores mortos da antiga Roma, porque o herói não se acreditava na Grécia antiga que o herói tinha ascendido ao Olimpo ou tornado-se um deus;o seu poder era puramente local. Por esta razão os cultos ao herói eram ctônico por natureza, e seus rituais mais de perto assemelhavam-se aos de Hecate e Perséfone do que aos de Zeus e Apolo.

As duas exceções acima foram Hércules e Asclépios, que podiam ser honrados como heróis ou deuses, com libação ou com o sacrifícios. 

Uma frase atribuída a Pitágoras aconselha a não comer alimentos que tenham caído no chão, porque "pertencem aos heróis". Heróis se ignorados ou deixados de lado poderiam se transformar em maliciosos: em um fragmentário escrito por Aristófanes, um coro de heróis anônimos descrevem-se como remetentes de piolhos, febre e furúnculos.

Alguns dos primeiros cultos a heróis a heroína bem comprovados pela evidência arqueológica na Grécia continental incluem o Meneleu dedicado para Menelau e Helena em Terapne perto de Esparta, um santuário em Micenas dedicado a Agamemnon e Cassandra, outro na Amiclas dedicado a Alexandra, e outro em Ithaca dedicado para Ulisses. Todos estes parecem datados do século 8 a.C.[8] O culto de Pélope , em Olímpia, remonta ao período Arcaico.

Heróis e heroínas

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Os cultos ao herói eram oferecidos de forma mais evidente para os homens, embora, na prática, a geralmente propiciavam a um conjunto de figuras da família, que incluíam mulheres que são esposas de um herói-marido, as mães de um herói-filho (Alcmena e Sêmele), e as filhas de um herói, pai.[9] Como Finley observa do mundo de Ulisses, que ele lê como uma nostalgia do século VIII  de tradições da cultura da Idade das Trevas da Grécia,

Penélope tornou-se uma heroína moral  para as gerações posteriores, a personificação de sua bondade e a castidade.[10]

Tipos de culto ao herói

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Ofertas para um herói e outra divindade, representada em um mármore grego. 300 a.C.

Whitley distingue quatro ou cinco essenciais tipos de culto ao herói:[11]

  • cultos oikistas (aos fundadores).[12] 
  • Cultos ao herói nomeado
  • Cultos aos heróis locais
  • Cultos em túmulos da Idade do Bronze. [13]
  • Cultos ao oraculo de heróis

Lista de heróis

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  1. Robert Parker, in John Boardman,Jasper Griffin and Oswyn Murray, eds. Greece and the Hellenistic World (Oxford 1988) "Greek religion" p. 288; Parker gives a concise and clear synopsis of hero.
  2. Fox, Travelling Heroes in the Epic Age of Homer, 2008:34.
  3. "The cult of Heroes everywhere has the same features as the cult of ancestors... the remains of a true cult of ancestors provided the model and were the real starting-point for the later belief and cult of Heroes." Rohde 1925:125.
  4. R. K. Hack, "Homer and the cult of heroes", Transactions of the American Philological Association 60 (1929::57-74).
  5. Carla M. Antonaccio, "Contesting the Past: Hero Cult, Tomb Cult, and Epic in Early Greece" American Journal of Archaeology 98.3 (July 1994:389-410).
  6. Parker 1988:250.
  7. Inscriptions reveal that offerings were still being made to the heroised dead in the first century BC; the tumulus is discussed in Whitley, "The Monuments that stood before Marathon: Tomb cult and hero cult in Archaic Attica" American Journal of Archaeology 98.2 (April 1994:213-230).
  8. In the case of the shrine to Odysseus, this is based on a single graffito from the Hellenistic period.
  9. Jennifer Lynn Larson, Greek Heroine Cults (University of Wisconsin Press) 1995, has marshalled the evidence.
  10. Finley, The World of Odysseus (1954; rev. ed. 1978), p.32f.
  11. Whitley1994:220ff.
  12. A general study of oikist cults is I. Malkin, Religion and Colonization in Ancient Greece (Leida) 1987:189-266.
  13. Heinrich Schliemann, Mycenae, adduced by Whitley 1994:222 and note 44