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Campo Hidrotermal Castelo de Loki

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Topo da chaminé de uma fumarola negra com aproximadamente 12 metros de altura no campo hidrotermal Castelo de Loki, em meados de julho de 2008. À esquerda na foto observa-se o braço do veículo submarino operado remotamente aproximando-se da chaminé para coletar amostras do fluido emitido pela fumarola.

Castelo de Loki é um campo formado por cinco fontes hidrotermais ativas no Oceano Atlântico, localizado na latitude de 73º N sobre a Cordilheira Mesoatlântica, entre a Groenlândia e a Noruega[1] a uma profundidade de 2.352 metros.[2] As fontes foram descobertas em meados de julho de 2008 e são as fumarolas negras mais setentrionais conhecidas até o momento.[3] Esse campo hidrotermal é de interesse geológico porque está localizado em uma região relativamente estável da crosta terrestre, onde as forças tectônicas são reduzidas e, consequentemente, há poucas fontes hidrotermais.

As fontes hidrotermais foram descobertas em 2008 por uma expedição científica envolvendo 25 pesquisadores de diversos países, sendo liderada pela Universidade de Bergen, Noruega. O campo hidrotermal Castelo de Loki foi encontrado a mais de 120 milhas náuticas (222 km) ao norte da fonte hidrotermal mais setentrional conhecida até então, que havia sido descoberta em 2005. Segundo seus descobridores, o campo hidrotermal recebeu o nome Castelo de Loki porque seu formato assemelha-se com um castelo dos contos de fadas. É uma referência ao antigo deus nórdico do fogo, da trapaça e da travessura: Loki. De acordo com os pesquisadores que descobriram as fumarolas, este é “um nome apropriado para um campo que foi tão difícil de encontrar”.[1] As expedições científicas foram lideradas pelo geólogo Rolf Pedersen, do Instituto de Geobiologia da Universidade de Bergen, a bordo do navio de pesquisa G.O. Sars[1] (lançado ao mar em maio de 2003[4] e cujo nome é uma homenagem ao biólogo marinho norueguês Georg Ossian Sars[5]). As fontes hidrotermais foram localizadas com a ajuda de um veículo submarino operado remotamente.[1]

Atividade hidrotermal

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As cinco fumarolas negras ativas do campo hidrotermal Castelo de Loki liberam fluidos cujas temperaturas chegam a 300 °C.[1] Elas estão sobre um grande depósito de minerais de sulfeto cujas dimensões aproximadas são 250 metros de diâmetro (na base) e 90 metros de altura.[1] Um dos membros da expedição que descobriu o campo hidrotermal em 2008, o oceanógrafo Marvin Lilley, especulou na época que a nova descoberta poderia ser o maior depósito deste tipo encontrado até então no leito oceânico.[1] As chaminés das fumarolas ativas são de cor predominantemente negra, mas estão cobertas por tapetes de bactérias brancas que alimentam-se de minerais e materiais emitidos pelas fumarolas. As chaminés mais antigas apresentam manchas avermelhadas devido à presença de minerais que contém óxidos de ferro.[1]

Comunidades biológicas

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Observações preliminares demonstraram que as águas aquecidas ao redor das fumarolas do campo hidrotermal Castelo de Loki estão repletas de vida, apresentando grande diversidade de microrganismos e fauna aparentemente endêmica, isto é, diferente das comunidades de fontes hidrotermais encontradas em outras localidades.[1] Um exemplo dessa diversidade é o filo de arquea Lokiarchaeota, cuja origem do nome científico deriva do Castelo de Loki.

Referências
  1. a b c d e f g h i «Scientists Break Record By Finding Northernmost Hydrothermal Vent Field». Science Daily. 24 de julho de 2008. Consultado em 25 de julho de 2008 
  2. «Arctic Circle Vent». University of Washington. 24 de julho de 2008. Consultado em 25 de julho de 2008 
  3. «Boiling Hot Water Found in Frigid Arctic Sea». livescience.com. 24 de julho de 2008. Consultado em 25 de julho de 2008 
  4. «G.O. Sars». Norwegian Institute of Marine Research. Consultado em 25 de julho de 2008 
  5. «Background about the G.O. Sars». University of Bergen. Consultado em 25 de julho de 2008 

Ligações externas

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