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Ômega 6

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tipos de gorduras na comida
Veja também

Ácidos graxos n−6 (popularmente conhecidos como ácidos graxos ω−6 ou ácidos graxos ômega-6) são uma família de ácidos graxos insaturados que tem em comum uma ligação dupla carbono–carbono na posição n−6, ou seja, na sexta ligação, a partir de sua terminação metil.

Os efeitos biológicos dos ácidos graxos n−6 são mediados por sua conversão em eicosanoides n-6 que se ligam a diversos receptores encontrados em todos os tecidos do corpo. A conversão de tecido ácido araquidônico (20:4n-6) para n-6 Prostaglandina e n-6 hormônios Leucotrienos é objeto de vários estudos para remédios e tratamentos para diminuir excessivas ações n-6 em arteriosclerose, asma, artrite, doenças vasculares, trombose, processos imuno-inflamatórios e proliferação de tumores. Interações competitivas com o ômega 3 afetam a reserva, mobilização, conversão e ação dos precursores eicosanoides n-3 e n-6.

Estudos de 2008 com ratos sugerem que o ácido araquidônico, uma gordura ômega 6, pode destruir neurônios, causando o Mal de Alzheimer.[1]

Efeitos negativos para a saúde

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Algumas pesquisas médicas sugerem que níveis excessivos de ácidos graxos n-6, em relação a certos ácidos graxos n-3, podem aumentar a probabilidade de ocorrência de algumas doenças.[2][3][4]

As dietas ocidentais contemporâneas tipicamente têm proporções de ômega 6 para ômega 3 em excesso de 10 para 1, algumas chegam a 30 para 1. A razão indicada é estimada em 4 para 1 ou menor.[5][6]

Excesso de gorduras n-6 interfere com os benefícios à saúde de gorduras n-3, em parte, porque elas competem pelas mesmas enzimas. A alta proporção de gorduras n-6 para n-3 na dieta altera o estado fisiológico dos tecidos em direção ao aparecimento de várias doenças: pro-trombóticas, pro-inflamatórias e pro-constritivas.[7]

A produção crônica excessiva de eicosanoides n-6 é associada com ataques cardíacos, derrame trombótico, arritmia, artrite, osteoporose, inflamação, alterações de humor, obesidade e câncer.[8] Vários medicamentos usados para tratar e administrar essas condições agem bloqueando os efeitos da potente gordura n-6, o ácido araquidônico.[9] Vários passos na formação e ação dos hormônios n-6 a partir de ácido araquidônico seguem mais vigorosamente do que os correspondentes passos competitivos na formação e ação de hormônios n-3 a partir de ácido eicosapentaenoico.[10] As medicações inibidoras COX-1 e COX-2, usadas para tratar inflamação e dor, agem prevenindo que as enzimas COX convertam ácido araquidônico em compostos inflamatórios.[11] Os medicamentos inibidores de LOX frequentemente usados para tratar asma agem prevenindo que a enzima LOX converta o ácido araquidônico em leucotrienos. [12][13] Vários dos medicamentos anti-mania usados para tratar o distúrbio bipolar agem alvejando a cascata de ácido araquidônico no cérebro.[14]

Um alto consumo de omega-6 ácidos graxos polinsaturados (PUFAs), os quais são encontrados na maior parte dos óleos vegetais, pode aumentar a probabilidade de mulheres pós menopausa desenvolvam câncer de mama.[15] Efeitos similares foram observados em relação ao câncer de próstata.[16] Outras análises sugeriram uma associação inversa entre ácidos graxos polinsaturados e risco de câncer de mama, porém ácidos graxos polinsaturados individualmente considerados comportam-se diferentemente. [...] um derivativo 20:2 de ácido linoleico [...] foi inversamente associado com o risco de câncer de mama.[17]

Fontes dietárias

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Os quatro principais óleos alimentares (palma, soja, canola, e girassol) provêm mais de 100 milhões de toneladas anualmente, provendo mais de 32 milhões de toneladas de ácido linoleico n-6 e 4 milhões de toneladas de ácido alfa-linoleico.[18]

Fontes dietéticas de ácidos graxos n-6 incluem:[19]

Referências
  1. Omega 6 acid linked to risk of Alzheimer's no jornal britânico The Guardian
  2. Lands, William E.M. (2005). «Dietary fat and health: the evidence and the politics of prevention: careful use of dietary fats can improve life and prevent disease». Blackwell. Annals of the New York Academy of Sciences. 1055: 179–192. PMID 16387724. doi:10.1196/annals.1323.028 
  3. Hibbeln, Joseph R.; N; B; R; L; Nieminen, Levi R.G.; Blasbalg, Tanya L.; Riggs, Jessica A.; and William E.M. Lands (1 de junho de 2006). «Healthy intakes of n−3 and n−6 fatty acids: estimations considering worldwide diversity». American Society for Nutrition. American Journal of Clinical Nutrition. 83 (6, supplement): 1483S–1493S. PMID 16841858. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 25 de junho de 2010 
  4. Okuyama, Hirohmi; Ichikawa, Yuko; Sun, Yueji; Hamazaki, Tomohito; Lands, William E.M. (2007). «ω3 fatty acids effectively prevent coronary heart disease and other late-onset diseases: the excessive linoleic acid syndrome». Karger. World Review of Nutritional Dietetics. 96 (Prevention of Coronary Heart Disease): 83–103. ISBN 3805581793. PMID 17167282. doi:10.1159/000097809 
  5. Daley, C.A.; Abbott, A.; Doyle, P.; Nader, G.; and Larson, S. (2004). «A literature review of the value-added nutrients found in grass-fed beef products». California State University, Chico (College of Agriculture). Consultado em 23 de março de 2008. Arquivado do original em 6 de julho de 2008 
  6. Simopoulos, Artemis P. (2002). «The importance of the ratio of omega-6/omega-3 essential fatty acids». Biomedicine & Pharmacotherapy. 56 (8): 365–379. PMID 12442909. doi:10.1016/S0753-3322(02)00253-6 
  7. Simopoulos, Artemis P. (2003). «Importance of the ratio of omega-6/omega-3 essential fatty acids: evolutionary aspects». Karger. World Review of Nutrition and Dietetics. 92 (Omega-6/Omega-3 Essential Fatty Acid Ratio: The Scientific Evidence): 1–174. ISBN 3805576404. PMID 14579680. doi:10.1159/000073788 
  8. Calder, Philip C. (1 de junho de 2006). «n−3 polyunsaturated fatty acids, inflammation, and inflammatory diseases». American Society for Nutrition. American Journal of Clinical Nutrition. 83 (6, supplement): 1505S–1519S. PMID 16841861. Consultado em 14 de agosto de 2011. Arquivado do original em 30 de outubro de 2010 
  9. Smith, William L. (2008). «Nutritionally essential fatty acids and biologically indispensable cyclooxygenases». Elsevier. Trends in Biochemical Sciences. 33 (1): 27–37. PMID 18155912. doi:10.1016/j.tibs.2007.09.013 
  10. Wada, M.; Delong, CJ; Hong, YH; Rieke, CJ; Song, I; Sidhu, RS; Yuan, C; Warnock, M; Schmaier, AH (2007). «Enzymes and receptors of prostaglandin pathways with arachidonic acid-derived versus eicosapentaenoic acid-derived substrates and products. Nutritionally essential fatty acids and biologically indispensable cyclooxygenases». ASBMB. J. Biol. Chem. 282 (31): 22254–22266. PMID 17519235. doi:10.1074/jbc.M703169200 
  11. Cleland, Leslie G.; James, Michael J.; Proudman, Susanna M. (2006). «Fish oil: what the prescriber needs to know». BioMed Central. Arthritis Research & Therapy. 8 (1). 202 páginas. PMC 1526555Acessível livremente. PMID 16542466. doi:10.1186/ar1876 
  12. Mickleborough, Timothy D. (2005). «Dietary omega-3 polyunsaturated fatty acid supplementation and airway hyperresponsiveness in asthma». Informa Healthcare. The Journal of Asthma. 42 (5): 305–314. PMID 16036405. doi:10.1081/JAS-200062950 
  13. Broughton, K. Shane; Johnson, Cody S.; Pace, Bobin K.; Liebman, Michael; Kleppinger, Kent M. (1 de abril de 2005). «Reduced asthma symptoms with n−3 fatty acid ingestion are related to 5-series leukotriene production». American Society for Nutrition. American Journal of Clinical Nutrition. 65 (4): 1011–1017. PMID 9094887 
  14. Lee, H.J.; Rao, J.S.; Rapoport, S.I.; Bazinet, R.P. (2007). «Antimanic therapies target brain arachidonic acid signaling: lessons learned about the regulation of brain fatty acid metabolism». Elsevier. Prostaglandins, Leukotrienes and Essential Fatty Acids. 77 (5): 239–246. PMID 18042366. doi:10.1016/j.plefa.2007.10.018 
  15. Emily Sonestedt, Ulrika Ericson, Bo Gullberg, Kerstin Skog, Håkan Olsson, Elisabet Wirfält (2008). «Do both heterocyclic amines and omega-6 polyunsaturated fatty acids contribute to the incidence of breast cancer in postmenopausal women of the Malmö diet and cancer cohort?». UICC International Union Against Cancer. The International Journal of Cancer. 123 (7): 1637–1643. PMID 10970215. doi:10.1002/ijc.23394. Consultado em 30 de novembro de 2008 [ligação inativa]
  16. Yong Q. Chen, at al (2007). «Modulation of prostate cancer genetic risk by omega-3 and omega-6 fatty acids». The Journal of Clinical Investigation. 117 (7): 1866–1875. PMC 1890998Acessível livremente. PMID 17607361. doi:10.1172/JCI31494 
  17. Valeria Pala, Vittorio Krogh, Paola Muti, Véronique Chajès, Elio Riboli, Andrea Micheli, Mitra Saadatian, Sabina Sieri, Franco Berrino (18 de julho de 2001). «Erythrocyte Membrane Fatty Acids and Subsequent Breast Cancer: a Prospective Italian Study». JNCL. 93 (14): 1088–95. PMID 11459870. doi:10.1093/jnci/93.14.1088. Consultado em 30 de novembro de 2008 
  18. Gunstone, Frank (December 2007) "Oilseed markets: Market update: Palm oil". INFORM (AOCS) 18(12): 835-836.
  19. «Omega-6 fatty acids». WholeHealthMD. Consultado em 23 de março de 2008 [ligação inativa]
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