BR102015006784B1 - Sistema e método para determinar a presença de ocupantes não auto-suficientes no banco traseiro de veículos - Google Patents

Abstract

SISTEMA E MÉTODO PARA DETERMINAR A PRESENÇA DE OCUPANTES NÃO AUTO -SUFICIENTES NO BANCO TRASEIRO DE VEÍCULOS. É descrito um sistema do tio a ser implementado em um veículo (1) dotado de portas dianteiras (2) e traseiras (3) dotadas de sensores (SM; SD, SE) de porta aberta e de um sensor (ST) indicativo de porta trancada. Uma unidade de processamento (4) calcula, a partir da medição do tempo de permanência da porta aberta, bem como da seqüência e/ou da freqüência de aberturas e fechamentos das portas (2, 3) do veículo (1), a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente ter sido esquecido no interior do veículo;e comanda o acionamento de um alarme (Al, A2, AL) na hipótese de ditos cálculos indicarem a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente ter sido esquecido no interior do veículo. 0 sistema identifica a possibilidade de um ocupante ter sito introduzido no veículo quando o tempo de abertura de uma porta traseira é superior a T1, e identifica a possibilidade de um ocupante ter sido esquecido no veículo através do processamento de informações enviadas pelos sensores de porta.

Description

[001] A presente invenção se refere a um sistema e método para determinar a presença de ocupantes não auto-suficientes no banco traseiro de veículos e, mais em particular, para detectar a presença de crianças no veículo, em particular uma criança de colo, a partir de uma medição indireta e do cálculo da probabilidade de uma criança estar no carro. Se a probabilidade passa de um limite pré-estabelecido, um sinal é ativado evitando que o motorista deixe o veículo sem verificar se há uma criança nele.

Estado da Arte

[002] Todos os anos acontecem acidentes envolvendo crianças pequenas, animais e outros, esquecidas em veículos. O esquecimento ocorre, entre outros, devido à quebra de rotina do motorista, que segue um padrão de ações sem se lembrar da presença do ocupante, saindo do veículo sem retirá-la.

[003] Visando prevenir este tipo de acidente, diversos sistemas foram desenvolvidos para lembrar o motorista da presença de ocupantes. Tais sistemas geralmente utilizam sensores instalados nos bancos do veículo, detectando diretamente a presença de ocupantes.

[004] Soluções já existentes na arte as quais envolvem a adição de componentes ao veículo, gerando um aumento de preço e impossibilidade de aplicação em toda a gama de produção. Estas soluções apresentam resultados através da medição direta, efetuada no banco através de diferentes componentes/sensores.

[005] Dentre tais soluções conhecidas podem ser citadas as ensinadas a partir dos documentos: US 7701358 e US 2004/0113797, nos quais sensores térmicos são adicionados aos bancos do veículo; US 7079216, US 7123157, US 2014/0184404 e US 2007/0268119, nos quais sensores de peso/pressão são adicionados aos bancos do veículo; US 7325870 e US 2007/0075575, nos quais sensores de travamento são adicionados às fivelas do cinto de segurança do banco traseiro do veículo; além dos documentos US 8643493 e US 2009/0079557, referentes a sensores carregados pelo motorista e/ou criança, em chaveiros ou similares. Outras soluções com o mesmo objetivo são identificadas nos documentos US 8232874 e US 8063788, nos quais os sensores são instalados diretamente na cadeirinha da criança, bem como o documento CN 201828790, referente a sensores que verificam presença através variação da voltagem. O documento US 2012050021 utiliza a análise dos sinais provenientes de sensores de movimento e sonoros para identificar uma presença, animal ou humana, no interior do veículo. Por fim, os documentos US 8892302, US 2008/0088426 e US 8816845 fazem referência a detecção da presença no banco, mas sem especificar por qual meio tal detecção é realizada.

[006] Todas as patentes acima se referem a sistemas de monitoramento alimentados por detecção direta, os quais incorrem em custos de implementação e mudanças no veículo.

[007] Por fim, o documento US 8493201 descreve um sistema para identificar um eventual esquecimento de um ocupante no assento traseiro de um veículo tanto por meio de uma lógica envolvendo tanto a abertura de uma das portas traseiras quanto à implantação de um botão para desabilitar o sistema, botão este previsto na região posterior do habitáculo dos passageiros. Mais em particular, a lógica para identificar a eventual presença de um ocupante no assento traseiro está baseada no tempo de porta aberta em relação exclusiva mente a uma das portas traseiras do veículo, enquanto que um alarme é ativado após ter sido detectada a ignição e o desligamento do veículo. Dito alarme continua operacional, ou seja soando, até que seja pressionado um respectivo botão traseiro, não acessível a um ocupante de um dos assentos frontais do veículo.

[008] A despeito do conceito voltado a detecção do tempo de porta traseira aberta ser interessante, a implementação do sistema ensinado revela sérios problemas operacionais. Em primeiro lugar, caso o motorista tenha colocado algum objeto no assento traseiro e o veículo morra, o ato de religar o dito veículo irá causar o acionamento do alarme e, portanto a necessidade do motorista deixar o seu acento, abrir a porta traseira e pressionar um dos botões existentes nas colunas traseiras do veículo. Da mesma forma, caso o motorista esteja com o filho no banco traseiro e estacione o veículo na frente da escola aguardando outro filho chegar, tal também levará ao acionamento do alarme e a necessidade do motorista deixar o seu acento, abrir uma porta traseira e pressionar um dos botões traseiros para desligar o alarme sonoro, eventualmente acordando o filho que se encontra no interior do veículo.

Objetivos da Invenção

[009] Constitui como primeiro objetivo da presente invenção prover o veículo com um sistema de detecção indireta da presença de ocupantes, utilizando-se sensores e componentes que já estejam presentes no veículo.

[0010] Constitui como segundo objetivo da presente invenção fornecer uma solução de baixo custo agregado, popularizando o equipamento de segurança para ocupantes.

[0011] Constitui como terceiro objetivo da presente invenção disponibilizar uma solução de baixo nível de impacto, utilizando componentes já presentes no veículo, coordenados através de um método que os permita desempenhar a função de detectores.

Síntese da Invenção

[0012] Estes e outros objetivos são alcançados a partir de um sistema para determinar a presença de ocupantes não auto-suficientes, ou crianças, no banco traseiro de veículos, do tipo a ser implementado em um veículo dotado de portas dianteiras e ao menos uma porta traseira, ditas portas sendo dotadas de respectivos sensores com a capacidade de indicar a condição de porta aberta ou fechada; um sensor indicativo de porta trancada; e uma unidade de processamento compreendendo ao menos um processador, ao menos uma memória e conexões de I/O. A unidade de processamento calcula, a partir da medição do tempo de permanência da porta aberta, bem como da seqüência e/ou da freqüência de aberturas e fechamentos das portas do veículo, a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente estar presente no interior do veículo; e comanda o acionamento de um alarme na hipótese de ditos cálculos indicarem a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente ter sido esquecido no interior do veículo.

[0013] Mais em particular, a dita unidade de processamento compara o tempo de abertura de uma porta traseira, indicado por ao menos um sensor de abertura de porta, com um primeiro tempo predeterminado de modo a determinar a possibilidade de um ocupante ter sido introduzido no interior do veículo; e sendo que a dita possibilidade de um ocupante ter sido introduzido no interior do veículo é armazenada na memória. Ao contrário, a unidade de processamento compara o tempo de abertura de uma porta traseira, indicado por ao menos um sensor de abertura de porta, com um segundo tempo predeterminado de modo a determinar a possibilidade de um ocupante ter sido retirado do interior do veículo, quando a dita memória indicar a possibilidade de um ocupante ter sido previamente introduzido no interior do veículo.

[0014] Mais em particular, a unidade de processamento determina a possibilidade de um ocupante ter sido retirado/esquecido no interior do veículo após: um sensor detectar o desligamento do veículo; e um sensor de trava das portas indicar o travamento das portas. Além disto, a unidade de processamento determina a possibilidade de um ocupante ter sido retirado/esquecido no interior do veículo após: um sensor detectar o desligamento do veículo; e o tempo de porta fechada ser superior a um terceiro valor predeterminado de tempo, sem que haja uma indicação de trava das portas pelo sensor.

[0015] Além disto, o comando do sistema de alarme é realizado pelo processador da unidade de processamento, que comanda: o acionamento de um alarme visual; o acionamento de um alarme sonoro; o acionamento de um alarme anti-furto do veículo; ou uma combinação total ou parcial destes alarmes.

[0016] Ademais, o método para determinar a presença de ocupantes não auto- suficientes, ou crianças, no banco traseiro de veículos, compreende as etapas de: A) identificar a abertura de uma porta traseira por um período superior a tempo predeterminado Tl; B) detectar a ignição do veículo; C) detectar o desligamento do veículo; D) não detectar a abertura de uma porta traseira por um período superior a tempo predeterminado T2; E) verificar status da porta do motorista; F) detectar o travamento do veículo; e G) acionar o alarme de ocupante esquecido.

[0017] Alternativa mente, ao invés da etapa F), é realizada uma etapa F') que compreende: não detectar o travamento das portas por um período superior a tempo predeterminado TMAX.

[0018] Além disto, o método compreende realizar um primeiro loop de verificações até que sejam atendidas as condições de abertura de uma porta traseira por um período superior a um tempo Tl, e de motor ligado para definir a possibilidade de presença de urn ocupante durante um trajeto do veículo; bem como realizar um segundo loop de verificações até que sejam atendidas as condições de motor desligado, abertura de um porta traseira por um período inferior a um tempo T2, abertura da porta do motorista e travamento das portas para indicar a possibilidade de esquecimento de um ocupante após a finalização do trajeto do veículo.

[0019] Mais em particular, os objetivos supra são alcançados através de um sistema o qual possui um algoritmo que atua a partir da medição do tempo de permanência da porta aberta, bem como da seqüência e/ou da freqüência de abertura e fechamentos das portas do veículo. Entende-se que passageiros adolescentes e adultos utilizam um tempo menor para se acomodarem no veículo, por não terem a necessidade de preparação inerente a crianças (instalação de cadeiras para crianças, bebê-confortos e/ou acomodação das crianças nestes equipamentos).

[0020] Considerando-se que o tempo de permanência das portas abertas é maior, o sistema calcula a probabilidade do motorista estar acomodando uma criança, animal ou carga no veículo, através da medição do tempo, freqüência e/ou seqüência de abertura e fechamento das portas. Esta medida atende os objetivos de prover o veículo com uma forma de detecção de baixo impacto e custo, por utilizar elementos já previamente existentes no veículo.

[0021] A partir do momento em que a probabilidade calculada passa de um limite pré-determinado, o sistema armazena a informação de que é possível que o motorista esteja com um ocupante no veículo.

[0022] Quando o veículo é estacionado e desligado, um alerta é emitido para lembrar o motorista de checar se um ocupante está presente, caso a probabilidade armazenada durante a abertura das portas no início da missão indique que há chances de haver um ocupante a bordo.

[0023] O alerta pode ser de natureza sonora, luminosa, acionamento da trava das portas, via comunicação com o celular do motorista ou em outras formas, dependendo dos recursos disponíveis no veículo em que a tecnologia será aplicada.

[0024] O alerta só é desativado mediante a abertura das portas em determinado tempo, freqüência e seqüência e/ou acionamento de um botão específico. Caso o alerta não seja atendido, o sistema pode impedir o travamento das portas e janelas, além de gerar um novo sinal.

Breve Descrição das Figuras

[0025] A presente invenção será melhor compreendida a partir da descrição detalhada que segue de uma sua forma preferencial e não limitativa de realização, ilustrada a partir das figuras em anexo, nas quais: - a figura 1 é uma vista esquemática de um veículo incluindo os componentes do sistema da presente invenção; - a figura 2 é um diagrama ilustrando as principais conexões lógicas da unidade de processamento do sistema da invenção; e - a figura 3 ilustra um fluxograma relativo as etapas do método da invenção.

[0026] De conformidade com a figura 1 supra, com 1 é genericamente indicado um veículo o qual compreende ao menos uma porta dianteira 2 e ao menos uma porta traseira 3 para acesso ao habitáculo dos passageiros. Ainda de forma conhecida, cada uma das portas traseiras 2, 3 de acesso ao assento traseiro tem a sua condição de abertura ou fechamento indicada por meio de um respectivo sensor SD, ST, também conhecido como sensor de porta. Usualmente, tais sensores SD, ST são utilizados para comandar o acendimento das luzes internas do veículo, mas podem ser empregados em sistemas outros quais, por exemplo, os alarmes contra furto do veículo.

[0027] O veículo 1 inclui ainda um processador 5 que pode ser um processador de uso geral, ou uma unidade de processamento dedicada e programada de modo a realizar funções pré-determinadas. O processador pode ainda ser composto de um ou mais processadores, sendo que, no caso de mais de um processador, cada processador é responsável pela realização de um ou mais cálculos determinados. Como ora empregado, o termo "processador" se refere a microprocessadores, unidades de processamento, circuitos integrados de aplicação específica (ASIC), circuitos lógicos, e/ou outros circuitos ou processadores aptos a executar funções previamente programadas. Em particular, o dito processador 5 está integrado em uma unidade de processamento 4 do veículo (ECU, TCU, etc.) e mais preferencialmente o dito processador 5 está integrado no chamado body computer, usualmente empregado para controlar e comandar algumas das funções internas do veículo quais, por exemplo, painel de controle, tela de apresentação de informações, alarmes, travamento das portas, etc.

[0028] Dito processador é ainda interligado a uma memória 7, apta a armazenar os parâmetros fixos do sistema (por exemplo, os tempos Tl, T2 e TMAX), bem como os dados voláteis relativos as condições do veículo (abertura e travamento de cada porta individual, entre outros). Dita memória 7, ou recursos de armazenagem, incluem uma memória de estado sólido (p. ex. memória de acesso randômico (RAM), memória de somente leitura (ROM), e/ou memória flash), dispositivos de armazenagem magnéticos, (p. ex. um disco rígido), dispositivos de armazenagem óticos e similares.

[0029] Ademais, a dita unidade de processamento 4 (vide a figura 2) é integrada com os demais sistemas sensores e de processamento do veículo 1 a partir de uma rede interna de comunicação (não ilustrada), na forma de uma rede CAN, Ethernet, ou similar. Alternativa mente, os ditos sensores SD, SE podem estar conectados a dita unidade de processamento 4 a partir de um chicote ou cabeamento específico.

[0030] A unidade de processamento 4 recebe ainda uma indicação relativa ao travamento, ou não, das portas 2, 3 do veículo 1. Nos veículos mais modernos, tal informação pode ser disponibilizada pelo próprio body computer. Já em veículos com menor incremento computacional, o controle do travamento das portas é feito por meio de um conjunto eletromecânico simples (botão de acionamento, relé e solenoides de acionamento). De qualquer forma, um sensor ST indica se as portas 2, 3 do veículo se encontram travadas.

[0031] Ademais, a dita unidade de processamento 4 é alimentada diretamente pela bateria 6 do veículo, de forma direta, a fim de que a mesma possa atuar antes que o motorista ative os sistemas de veículo 1 a partir da chave de partida (posição key on). Por outro lado, um sensor de partida SP permite ao sistema identificar quando o motorista da a partida no veículo, ou seja, a chave é deslocada da posição "key on" para a posição "ignição". Tal sensor de partida Sp pode ser implementado na forma de um sensor propriamente dito, tal como um sensor indicativo da posição angular da chave de ignição do veículo, bem como pode ser um sensor indireto, por exemplo, através do sensor de RPM do motor, indicando uma velocidade de rotação diferente de zero.

[0032] Por fim, a unidade de processamento 4 está conectada a ao menos uma saída responsável pelo alerta ao motorista quanto a presença de uma criança no veículo. A dita saída pode assim compreender: uma conexão sonora A2 com a buzina do veículo; uma conexão visual Al com a tela de apresentação de informações no painel do veículo, ou com uma luz espiã, ou similar, também disposta no painel do veículo; ou uma conexão AL com o sistema de alarme anti-furto do veículo, o qual pode acionar, simultânea ou alternadamente, os faróis, piscas, um emissor sonoro diverso da buzina, bem como enviar uma mensagem ao celular do condutor, caso o veículo ou o seu sistema de alarme estejam dotados deste sistema de comunicação. No mesmo sentido, e na hipótese do veículo ser dotado de um sistema de rastreamento remoto, este pode ser acionado e comunicar ao motorista tal situação detectada.

[0033] A figura 3 ilustra, na forma de um fluxograma, as etapas de uma forma particular e efetiva de realização do método da presente invenção, destinado a detectar a probabilidade do esquecimento de um ocupante no interior do veículo, a partir da detecção dos tempos, bem como da freqüência e/ou seqüência de abertura das portas 2, 3.

[0034] O sistema é iniciado no bloco 100, e no bloco 101 é definida a não presença de um ocupante. Nesta mesma etapa não existem variáveis ou leituras armazenadas na memória 7, mas tão somente os parâmetros predefinidos do sistema. No bloco 102 é detectada a abertura de uma porta traseira, via um dos sensores SD OU SE, pelo que se habilita o sistema e, principalmente, inicia-se a contagem do tempo de abertura da referida porta traseira 3. Assim, e caso o tempo de abertura desta porta seja menor que um valor TI previamente armazenado, o sistema pressupõe que não houve tempo suficiente para que um ocupante tenha sido colocado no assento traseiro do veículo, pelo que o mesmo se mantém na condição de aguardo. Já na hipótese contrária, ou seja, o tempo de permanência da porta na condição aberta é superior a Tl, o sistema entende que um ocupante pode ser sido introduzido no veículo. Assim, no bloco 103 o sistema armazena a indicação de presença de um ocupante ("ocupante detectado") no seu interior.

[0035] No bloco 104, a seguir, o sistema verifica se o veículo é ligado. No caso negativo, o veículo pode ter sido aberto apenas para a retirada ou introdução de um objeto, ou seja, em uma operação não vinculada a movimentação do veículo. Desta forma, o bloco 105 confirma que o veículo foi novamente travado, retornando em seguida para a condição inicial do bloco 101. Já no caso de partida do motor do veículo, o sistema assume a condição de veículo em movimento com um ocupante, preferencialmente uma criança, no assento traseiro (bloco 106) e permanece verificando (em loop} o momento em que o veículo é desligado (bloco 107).

[0036] Com o desligamento do veículo, o sistema assume o final da trajetória e, em seguida, passa a detectar e a contar o tempo de abertura de ao menos uma das portas traseiras 3 do veículo, por um tempo maior que T2. Caso uma porta traseira 3 permaneça aberta por um tempo superior a T2, entende-se que o ocupante foi retirado (bloco 109), voltando o sistema para a condição inicial. Já no caso do tempo de abertura da porta ser considerado como não suficiente para a retirada do ocupante, o motorista pode comandar (bloco 110), via um botão ou um toque no mostrador do veículo, indicando consciência quanto a presença de um ocupante aos seus cuidados (bloco 111). O sistema aguarda então a saída do motorista (bloco 112) a partir da abertura da sua porta, assim indicando a intenção de deixar o veículo definitiva mente. Caso no bloco 112 não seja detectada a abertura da porta do motorista, o sistema permanece em loop fechado (blocos 107, 108, 110 e 112), constantemente verificando as condições de não retirada do ocupante (via tempo de abertura de uma porta traseira) e saída do motorista do veículo, através da abertura da porta do motorista.

[0037] Mais em particular, há de se ressaltar que os tempos de abertura de porta TI e T2 podem ser iguais entre si, porém, e preferencialmente, são diferentes. Tal fato leva em conta que os procedimentos de introdução do ocupante no veículo e de retirada do mesmo são distintos. Por exemplo, a acomodação de uma criança no bebê-conforto, ou a sua retirada, são etapas trabalhosas, porém com características específicas e particulares. Além disto, e caso seja necessária, a instalação e fixação do bebê-conforto no veículo é igualmente uma operação mais complexa que a sua retirada. De qualquer forma, os valores de TI e de T2 são exclusiva mente empíricos e não inter-relacionados.

[0038] Por fim, e satisfeitas estas condições, no bloco 113 o sistema identifica que o motorista deixou o veículo, porém sem que houvesse a retirada do ocupante, com o posterior travamento das portas do veículo (bloco 114), indicando que o motorista estacionou o veículo definitivamente. Nesta situação, o sistema aciona o alerta ao motorista, via uma das conexões sonora A2, visual Al, ou intermediada pelo alarme AL de modo a indicar ao motorista o esquecimento do ocupante no interior do veículo. Como dito, outros meios podem ser utilizados em combinação para indicar o esquecimento do motorista, tais como o envio de um sinal para um chaveiro inteligente ou através de envio de uma mensagem para o celular ou para a central de monitoramento e rastreamento do veículo.

[0039] Por outro lado, e caso não ocorra o travamento das portas do veículo, no bloco 115 inicia-se uma contagem de tempo, em relação a um tempo TMAX, a partir do qual o sistema entende que o motorista pode ter esquecido o ocupante, bem como pode ter esquecido de trancar o veículo. Nesta situação, aciona-se também o alerta do bloco 116.

[0040] Por fim, e para que o sistema seja desabilitado, é necessária uma ação positiva por parte do usuário (bloco 117), por exemplo, através do travamento, destravamento e novo travamento do veículo, ou seja, indicativa de uma atitude consciente e não meramente mecânica do usuário, consciente, portanto.

[0041] Como resultado da seqüência supra ilustrada, é possível definir as etapas que constituem o método da presente invenção. São estas as etapas: A) identificar a abertura de uma porta traseira por um período superior a tempo predeterminado Tl; B) detectar a ignição do veículo; C) detectar o desligamento do veículo; D) não detectar a abertura de uma porta traseira por um período superior a tempo predeterminado T2; E) verificar o status da porta do motorista; F) detectar o travamento do veículo; e G) acionar o alarme de criança esquecida.

[0042] Mais em particular, e considerando o veículo em uma condição estacionada, ou seja, com as portas fechadas e o motor desligado, a etapa A) busca determinar quando uma das portas traseiras 3 permanece aberta por um período superior a um dado tempo Tl. O valor de TI é empírico e leva em conta o fato de que a acomodação de uma criança pequena na "cadeirinha" demanda um tempo consideravelmente maior que o embarque de um jovem ou de um adulto.

[0043] Na etapa B), o ato de ligar o veículo é interpretado como a condução do veículo 1 com a criança passageira no interior do mesmo, condução esta que finda com o desligamento do veículo na etapa C). Neste ponto, aguarda-se que uma das portas traseiras seja aberta e assim o permaneça por um período superior a T2, de modo a permitir a retirada da criança do banco traseiro. Em não sendo verificada tal situação (etapa D)), assume-se que o ocupante permaneça no interior do veículo enquanto o motorista saiu dele (etapa E)).

[0044] Já na etapa F), a detecção do travamento das portas do veículo indica que o motorista estacionou o veículo e pretende deixa-lo estacionado. Contudo, e como não foi identificada a retirada da criança (etapa D)), o alarme de criança esquecida é acionado na etapa G), assim alertando o motorista.

[0045] Alternativa mente, o motorista também pode se esquecer de trancar o veículo. Neste caso, na etapa F') aguarda-se que o veículo seja trancado dentro de um período de tempo TMAX, OU que a condição do veículo seja alterada (por exemplo, ignição do veículo). Na hipótese de não ser detectada nenhuma ação (em particular o trancamento do veículo), assume-se um duplo esquecimento por parte do motorista, o que leva igualmente ao acionamento de um alarme na etapa G). Por outro lado, caso o motor seja acionado, a porta dianteira 2 seja aberta, ou ocorra uma ação similar, entende- se que o veículo foi temporariamente parado para uma ação imediata, não comprometendo assim a integridade do seu ocupante infantil.

[0046] No tocante aos parâmetros temporais (Tl, T2 e TMAX) que fazem parte do sistema ora proposto, os inventores procederam a alguns testes de campo de modo a estabelecer valores mínimos experimentais para que as respectivas condições pudessem ser consideradas como satisfeitas. Desta forma, o tempo Tl de colocação de um ocupante no interior do veículo pode ser estabelecido como sendo de 3s ou maior. Já o tempo T2 de retirada de um ocupante pode ser estabelecido como sendo de 4s ou maior. Mais em particular, o tempo TI é preferencialmente definido como estando entre 3 e 6 segundos, enquanto que o tempo T2 é preferencialmente definido como estando entre 4 e 7 segundos.

[0047] Por fim, o tempo TMAX, que pode ser definido como o tempo de afastamento potencial do condutor em relação ao veículo, ou tempo de espera, ou segurança para o acionamento do alarme, pode ser estabelecido como sendo de 10s ou maior, e mais em particular é preferencialmente definido como estando entre 10 e 20 segundos.

[0048] A grande vantagem do método da presente invenção está na sua implementação sem a necessidade de instalação de qualquer novo hardware, dispositivo ou sensor no veículo. O método pode ser facilmente convertido em uma rotina, tal como a rotina supra descrita a título ilustrativo e não limitativo, e implementada em uma dentre as diversas unidades de processamento 4 do veículo (ECU, TCU, etc.) e mais preferencialmente no chamado body computer.

Claims (14)

1. Sistema para determinar a presença de ocupantes não auto-suficientes, ou crianças, no banco traseiro de veículos, do tipo a ser implementado em um veículo (1) dotado de portas dianteiras (2) e ao menos uma porta traseira (3), ditas portas (2, 3) sendo dotadas de respectivos sensores (SM; SD, SE) com a capacidade de indicar a condição de porta aberta ou porta fechada; um sensor (ST) indicativo de porta trancada; e uma unidade de processamento (4) compreendendo ao menos um processador (5), ao menos uma memória (7) e conexões de I/O, dito sistema sendo caracterizado pelo fato de que a dita unidade de processamento (4) calcula: - a partir da medição de um primeiro tempo de permanência da porta aberta, bem como da seqüência e/ou da freqüência de aberturas e fechamentos das portas (2, 3) do veículo (1), a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente ter sido introduzido no interior do veículo quando o dito primeiro tempo é maior do que um tempo predeterminado (Tl), sendo que dito tempo (Tl) é maior do que 3 segundos; - a partir da medição de um segundo tempo de permanência da porta aberta, bem como da seqüência e/ou da freqüência de aberturas e fechamentos das portas (2, 3) do veículo (1), a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente ter sido esquecido no interior do veículo, quando o dito segundo tempo é maior do que um tempo predeterminado (T2), sendo que dito tempo (T2) é maior do que 4 segundos; e comanda o acionamento de um alarme (Al, A2, AL) na hipótese de ditos cálculos indicarem a possibilidade de um ocupante não auto-suficiente ter sido esquecido no interior do veículo; e sendo que o alarme é acionado pela não detecção do travamento das portas por um período superior a um terceiro tempo predeterminado TMAX, sendo que o terceiro tempo (Tmax) é maior de que 10 segundos..

2. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a unidade de processamento (4) compara o primeiro tempo de abertura de uma porta traseira (3), indicado por ao menos um sensor (SD; SE) de abertura de porta, com um tempo predeterminado (Tl) de modo a determinar a possibilidade de um ocupante ter sido introduzido no interior do veículo (1); e sendo que a dita possibilidade de um ocupante ter sido introduzido no interior do veículo é armazenada na memória (7).

3. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a unidade de processamento (4) compara o segundo tempo de abertura de uma porta traseira (3), indicado por ao menos um sensor (SD; SE) de abertura de porta, com um tempo predeterminado (T2) de modo a determinar a possibilidade de um ocupante ter sido retirado do interior do veículo (1), quando a dita memória (7) indicar a possibilidade de um ocupante ter sido previamente introduzido no interior do veículo.

4. Sistema, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a unidade de processamento (4) determina a possibilidade de um ocupante ter sido retirado/esquecido no interior do veículo (1) após: - o sensor (Sp) detectar o desligamento do veículo; - o sensor (Sm) detectar abertura da porta do motorista; e - o sensor (Sr) de trava das portas indicar o travamento das portas (2, 3).

5. Sistema, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a unidade de processamento (4) determina a possibilidade de um ocupante ter sido retirado/esquecido no interior do veículo (1) após: - o sensor (Sp) detectar o desligamento do veículo; - o sensor (Sm) detectar abertura da porta do motorista; e - o tempo de porta (2, 3) fechada seja superior a um valor predeterminado (TMAX), sem que haja uma indicação de trava das portas pelo sensor (ST).

6. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que comandar o acionamento de um alarme significa que o processador (5) da unidade de processamento (4) comanda: - o acionamento de um alarme visual (Al); - o acionamento de um alarme sonoro (A2); - o acionamento de um alarme (AL) anti-furto do veículo; ou - uma combinação total ou parcial dos alarmes (Al, A2, AL).

7. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o tempo (Tl) está entre 3 e 6 segundos; o tempo (T2) está entre 4 e 7 segundos; e o tempo (TMAX) está entre 10 e 20 segundos.

8. Sistema, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o processador (5) da unidade de processamento (4) recebe, como entradas, os sinais provenientes ao menos dos sensores (Sp, SE, SD, SM e ST), envia como saídas sinais de comando para ao menos um entre os alarmes (Al, A2, AL), e armazena dados transitórios e parâmetros de configuração em ao menos uma memória (7).

9. Método para determinar a presença de ocupantes não auto-suficientes, ou crianças, no banco traseiro de veículos, para operacionalizar o sistema definido na reivindicação 1, caracterizado pelo fato de compreender as etapas de: A) identificar a abertura de uma porta traseira por um período superior a tempo predeterminado Tl, sendo que Tl é maior do que 3 segundos; B) detectar a ignição do veículo; C) detectar o desligamento do veículo; D) detectar a não abertura de uma porta traseira por um período superior a tempo predeterminado T2, sendo que T2 é maior do que 4 segundos; E) detectar abertura da porta do motorista; F) detectar o travamento do veículo; e G) acionar o alarme de ocupante esquecido.

10. Método, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de compreender uma etapa F7), ao invés da etapa F), sendo que em dita etapa F7) compreende: não detectar o travamento das portas por um período superior a um tempo predeterminado TMAX, sendo que o tempo (Tmax) é maior do que 10s.

11. Método, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que os tempos Tl, T2 e TMAX são distintos, um relação aos demais.

12. Método, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de realizar um primeiro loop de verificações até que sejam atendidas as condições de abertura de uma porta traseira por um período superior a um tempo Tl, e de motor ligado para definir a possibilidade de presença de um ocupante durante um trajeto do veículo.

13. Método, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de realizar um segundo loop de verificações até que sejam atendidas as condições de motor desligado, abertura de uma porta traseira por um período inferior a um tempo T2 e abertura da porta do motorista para indicar a possibilidade de esquecimento de um ocupante após a finalização do trajeto do veículo.

14. Método, de acordo com qualquer uma dentre as reivindicações de 9 a 13, caracterizado pelo fato de que o tempo Tl está entre 3 e 6 segundos; o tempo T2 está entre 4 e 7 segundos; e o tempo TMAX está entre 10 e 20 segundos.

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