Nelore
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Nelore é uma raça de gado bovino originária da Índia. Possui a pelagem branca e a pele preta o que lhe confere uma tolerância extraordinária ao calor. Os primeiros exemplares chegaram ao Brasil no final do século XVIII, e rapidamente se tornaram predominante no rebanho brasileiro (85% do rebanho total). Espalhou-se por toda a América do Sul e, principalmente no Brasil devido à sua alta fertilidade a pasto, e capacidade de sobrevivência. O Nelore é a raça base para o cruzamento de gado de corte no Brasil.[1]
Nelore |
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País de Origem |
Índia |
Características |
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A raça tem como principais características a adaptabilidade aos trópicos, sendo muito rústica e resistente a doenças e parasitas. Além disso, a raça entrega uma carne de boa qualidade e aceitação no mercado.
Atualmente, é a raça de gado mais utilizada no Brasil, com amplo destaque para as Matrizes Nelore, base de todo o rebanho de corte nacional.
Histórico
editarRaça historicamente introduzida no território indiano pelos arianos, antes mesmo da era cristã (AC), o ongole como é conhecido na Índia, habita a região de Ongole localizada em Madras no extremo Sul do país. Por motivos culturais e religiosos, estes animais não são utilizados para produção de carne e sim para produção de leite e como animal de tração nas lavouras de tribos indianas.[2]
A trajetória que transformou o Ongole indiano no Nelore brasileiro, começa na primeira metade do século XIX, de quando datam os primeiros registros de desembarque no país de zebuínos originários da Índia. Nelore é o nome de um distrito do estado de Andra Pradexe, situado na costa oriental da Índia, de onde foram embarcados os primeiros animais para o Brasil.[3][4]
Genearcas da Raça Nelore
editarA introdução do nelore no Brasil, foi baseada na importação de grandes raçadores vindos da Índia, que, ao longo do tempo, nortearam a formação dos rebanhos brasileiros. São eles os touros: Karvadi, Golias, Taj Mahal, Rastã, Checurupado, Godhavari, Padu e Akamasu.[2]
Karvadi, o pai da linhagem Nelore no Brasil
editarKavardi foi um reprodutor da raça Ongole amplamente utilizado na raça Nelore Brasileira. Na Índia já tinha sido largamente premiado como Tetracampeão Nacional Indiano e Campeão da Ásia. Foi adquirido, a pedido de Torres Homem Rodrigues da Cunha, pelo funcionário José da Silva (Sêo Dico) da fazenda VR situada no município de Uberaba-MG. Dico havia sido enviado em expedição à Índia a pedido do Criador e Selecionador Torres Homem para trazer novos exemplares da raça Nelore a fim de acelerar o melhoramento genético do rebanho bovino brasileiro. Após enfrentar a longa burocracia da época por parte do governo da Índia para a exportação, a viagem através de navio-curral para o Brasil cumpriu o período de quarentena na ilha de Fernando de Noronha. Tendo após desembarcado no Porto de Santos juntamente com outras exemplares, rumou para a Fazenda VR em Minas Gerais.
Considerado o melhor touro da história da raça Nelore, Karvadi deixou milhares de descendentes e é considerado como um dos pilares da raça Nelore no Brasil. Sua progênie: Karvadi transmitiu beleza racial aos seus filhos, sendo na época apto aos mais diversos cruzamentos.
Grandes campeões da Raça
editarAs duas principais exposições da raça Nelore são a Expozebu, que ocorre anualmente em Uberaba-MG e a Expoinel, que ocorria em sedes diversas, porém nos últimos anos também tem sido realizada em Uberaba-MG. A seguir estão listados todos os campeões da raça aclamados durantes as exposições citadas:
Expozebu | Expoinel | ||
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Ano | Grande Campeão | Ano | Grande Campeão |
2020 | ---- | 2020 | |
2019 | Toronto FIV da Sabiá | 2019 | RIMA FIV NERU |
2018 | Beduino FIV da Canaã | 2018 | RIMA FIV Magistrado |
2017 | Obama da Cristal | 2017 | RIMA FIV Magistrado |
2016 | Talento FIV do Bony | 2016 | Talento FIV do Bony |
2015 | Objuan FIV do Mura | 2015 | Objuan FIV do Mura |
2014 | KAYAK TE MAFRA | 2014 | KAYAK TE MAFRA |
2013 | ELKRO FIV FNT | 2013 | Kongo TE Mafra |
2012 | ALARME EDTO | 2012 | NASIK FIV DA PERBONI |
2011 | Master VI TE do JAL | 2011 | Regato FIV AJJ |
2010 | Serro FIV da Bacaray | 2010 | Lux Neogrego |
2009 | MISSONI GUADALUPE | 2009 | Rima FIV Capolavoro 2 |
2008 | Fadel TE Cruz Alta | 2008 | Fadel TE Cruz Alta |
2007 | Delein da Fort. VR | 2007 | Fricks SJ Cocal |
2006 | Vernon TE AP | 2006 | Flox TE da HP |
2005 | Lufo TE da Carpa | 2005 | Innsbruck da Guadalupe |
2004 | Jeru FIV Brumado | 2004 | Hock TE BM da FC |
2003 | Maghaiver da S. Nice | 2003 | Lux Granutu TE |
2002 | Rourke TE QG Arataú | 2002 | Jamal da Frefer |
2001 | Edhank TE BM da FC | 2001 | Templo da Zeb. VR |
2000 | Big Ben da SN | 2000 | Big Ben PO NI |
1999 | Omulu PO da Jatobá | 1999 | Big Ben da SN |
1998 | Enlevo da Morungaba | 1998 | Dheluz CM |
1997 | Bau da S. Nice | 1997 | Egipan LR do Vale |
1996 | Mig da Zeb. VR | 1996 | Mig da Zeb. VR |
1995 | Dhalai Mata Velha | 1995 | Sulk da Sabiá |
1994 | Lagam POI da Zeb. VR | 1994 | Fajardo da GB |
1993 | Pradesh | 1993 | Capote da Terra Boa |
1992 | Nambi Mata Velha | 1992 | Nambi Mata Velha |
1991 | Garoto da Fort. VR | 1991 | Raposo Junior da ND |
1990 | Inca POI da 3 Cox. | 1990 | Ek POI da RV |
1989 | Legat da Sabiá | 1989 | Agasalho da Zeb. VR |
1988 | Meridian POI WJ | 1988 | Agasalho da Zeb. VR |
1987 | Bhãjol POI da Zeb.VR | 1987 | Agasalho da Zeb. VR |
1986 | Vasuveda POI | 1986 | Ion da Sabiá |
1985 | Hãsur da Sabiá | 1985 | Agasalho da Zeb. VR |
1984 | Osiris Terra Boa | 1984 | Osiris Terra Boa |
1983 | Gangayah POI do Brumado | 1983 | Timbre OT |
1982 | JE Ótimo da EN | 1982 | JE Ótimo da EN |
1981 | Piuzan da BO | 1981 | Timbre OT |
1980 | Musthãk da Zebulândia | 1980 | Rommur POI Zeb. |
Funcionalidade e Tecnologia FIV
editarAlém de ser a raça para produção de carne In-Natura mais utilizada e abundante no Brasil, a raça nelore vem, principalmente nos últimos 50 anos, sendo utilizada para o melhoramento genético. Os animais passam por uma avaliação e então são registrados por técnicos especializados recebendo uma marca da ABCZ no rosto, numerados e então recebendo o pronome de P.O (Puro de Origem). Atualmente, no Brasil, a criação para este aprimoramento vem crescendo gradualmente e se tornando uma das alavancas comerciais na agropecuária brasileira, recebendo destaque nacional e notoriedade internacional.
Com o início do uso de tecnologias para aumentar o volume de reprodução, como a da FIV (fertilização in Vitro), foi notório que houve um grande pulo no desenvolvimento dos animais, uma vez vaca Bos Indicus tem uma produção muito maior de embriões que a vaca taurina europeia, demonstrando a grande fertilidade da raça, uma vez que a fertilidade é uma condição inerente da vaca nelore.
Proporcionando nos últimos 10 anos uma evolução enorme da raça, pois usando vacas e touros superiores em grande volume foi possível aprimorar características da raça como: Rusticidade, Longevidade e principalmente Precocidade.
Ver também
editar- Torres Homem Rodrigues da Cunha
Referências
- ↑ O gado Nelore: história, etnografia, selec̦ão, melhoramento. [S.l.]: Secretaria da Agricultura, Coordenadoria de Pesquisa Agropecuária. 1 de janeiro de 1972
- ↑ a b "O zebu na Índia, no Brasil e no mundo",SANTIAGO, A. A.Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1985.744p.
- ↑ «A Raça - A Origem». nelore.org.br. Consultado em 4 de junho de 2024
- ↑ «Da Índia ao Brasil: A história e importância da raça Nelore». nelore.org.br. 23 de abril de 2023. Consultado em 4 de junho de 2024
Bibliografia
editar- Leal, Natacha Simei (2014). Nome aos bois. Zebus e zebuzeiros em uma pecuária brasileira de elite (Tese de Doutorado em Antropologia). São Paulo: Universidade de Sao Paulo