Helena Sá e Costa
Helena Moreira de Sá e Costa, (Porto, 26 de Maio de 1913 — 8 de Janeiro de 2006), foi uma pianista, concertista e professora, condecorada pelo governo português.
Helena Sá e Costa | |
---|---|
Informações gerais | |
Nome completo | Maria Helena Moreira de Sá e Costa |
Nascimento | 26 de maio de 1913 |
Local de nascimento | Porto |
Morte | 8 de janeiro de 2006 (92 anos) |
Local de morte | Porto |
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | Pianista e pedagoga |
Instrumento(s) | Piano |
Prémios | Prémio Beethoven (1937) Prémio Moreira de Sá (1939) |
Biografia
editarNeta de Bernardo Valentim Moreira de Sá (1853-1924), fundador do Conservatório de Música do Porto e do Orpheon Portuense, filha da pianista Leonilda Moreira de Sá e Costa (1882-1964) e do pianista e compositor Luís Ferreira da Costa (1879-1960), concluiu o curso de Piano no Conservatório Nacional de Lisboa com 20 valores, tendo sido aluna de seus pais e de Mestre Vianna da Motta. [1]
Obteve o prémio Beethoven e o da Emissora Nacional em 1943. Estudou ainda com Alfred Cortot e Edwin Fischer, com o qual emparceirou em 40 concertos nas principais cidades da Europa, tocando os concertos a 2, 3 e 4 pianos de J. S. Bach.
A sua actividade de concertista levou-a inúmeras vezes a Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Suíça, Hungria, Itália, Estados Unidos da América, Canadá, Brasil, Angola e Moçambique. Colaborou com todos os chefes de orquestra portugueses e com outros de grande nomeada, como os maestros Ernest Ansermet, Igor Markevitch, Paul Kletzki, Hans Swarowky, etc.
De entre os artistas com quem colaborou em concerto destacam-se Pierre Fournier, Maurice Gendron, Sandor Végh, Arthur Grumiaux, Janos Starker, L. Hoelscher, Ruggiero Ricci, Teresa Stich-Randall, Rita Gorr, Zara Nelsova, etc.
Com a sua irmã, a violoncelista Madalena Moreira de Sá e Costa (1915-2022), formou um duo de notável projecção. Ainda com a sua irmã e com o violinista Henri Mouton formou o “Trio Portugália” a quem o País deve a audição de um grande reportório musical.
Professora dos Conservatórios de Lisboa e Porto, a sua acção pedagógica tem um relevo especial, aliás reconhecido internacionalmente através de convites para a regência de cursos, entre outros, em Cascais, Espinho, Estoril, Salzburgo (Áustria), Gunsbach (Centro Albert Schweitzer, na Alsácia, França), Suíça, Itália, Inglaterra, Alemanha, Canadá e Estados Unidos da América.
Alunos seus destacam-se no corpo docente de praticamente todos os Conservatórios portugueses e ainda no Brasil, Alemanha, Espanha, Suíça, Austria, etc.
Grande parte dos pianistas actualmente activos no País dela receberam os ensinamentos. Pianistas de países como o Japão, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Espanha, procuraram-na para receberem as suas lições.
O seu nome contou-se entre os dos virtuosos participantes em famosos festivais, como os de Estrasburgo, Wiesbaden, Haarlem, Prades, Gulbenkian, Maiorca, Costa do Sol, Sintra, Espinho, Costa Verde, etc.
O seu prestígio incluiu-a em júris de concursos internacionais como os de Berlim, Berna, Vianna da Motta, Palma de Maiorca, Canadá, Maria Callas (Atenas), Luís Costa (Porto) e nacionais, como os da Covilhã, Juventude Musical, João Arroyo, etc.
De entre a sua discografia sobressai a gravação integral do 1º caderno do “Cravo Bem Temperado” de J. S. Bach; e ainda “Concerto nº 4” de Beethoven e “J. S. Bach Live Recording” (Porto 2001), nomeadamente.
Na Escola Superior de Música, do Instituto Politécnico do Porto, foi Presidente da Comissão Instaladora e Presidente do Conselho Científico.
Reconhecimento e Prémios
editarFoi agraciada com os prémios Moreira de Sá (1939) e Beethoven instituído por Vianna da Motta (1937).
O Estado Português distinguiu-a com: o Grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada no dia 30 de junho de 1982 e o Grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, em 9 de junho de 2001.[2]
Foi também galardoada com as medalhas de Mérito da Cidade do Porto em 1983, da Secretaria de Estado da Cultura em 1989 e o Prémio Almada em 2000.
A Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo deu o seu nome ao teatro que foi construído de raíz no seu pátio interior. [3]
Em 2019, foi homenageada na sétima edição da Maratona de Teclistas da Casa da Música na qual participaram 770 pianistas. [4]
Gravações
editarA sua discografia é composta por: [5][1]
Solo
- "7 Estudos, Op. 18" de Fernando Corrêa de Oliveira - LP Parnaso, 962-B (1962)
- "Variações, Op. 10" de Fernando Corrêa de Oliveira - LP Parnaso, 962-B (1962)
- "O Príncipe do Cavalo Branco, Op. 6" de Fernando Corrêa de Oliveira - LP Parnaso, 962-C (1962)
- "50 Peças para os 5 Dedos, Op. 7" de Fernando Corrêa de Oliveira - EP Parnaso, 965-E (1965)
- "O Cravo bem temperado" (1º Caderno) de J.S.Bach - 2 LP - HMV - Anos 60
Trio Portugália
- "Trio, Op. 17" de Fernando Corrêa de Oliveira - LP Parnaso, 962-B (1962)
Concertos
- "Concertino para Piano" de Fernando Lopes-Graça - Portugalsom/Strauss, SP 4129 (1984/1997)
- "Concerto Nº 4 em Sol Maior Op. 58" de Ludwig van Beethoven - Portugalsom/Strauss, SP 4238 (1999)
- "Concerto em Si Bemol" de Armando José Fernandes - Portugalsom/Strauss, SP 4238 (1999)
Bibliografia Passiva
editar- Filipe Pires, "Helena Costa - tradição e renovação", Fundação Eng.º António de Almeida, 1996
- Helena Sá e Costa, "Uma vida em concerto - Memórias", Campo das Letras / Casa da Música, Porto 2001
- ↑ a b «Helena Sá e Costa - Fonoteca Municipal do Porto». fonoteca.cm-porto.pt. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Helena Moreira de Sá e Costa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de outubro de 2020
- ↑ «Teatro Helena Sá e Costa — Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo». www.esmae.ipp.pt. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ «Homenagem a Helena Sá e Costa junta 770 pianistas». www.jn.pt. Consultado em 19 de abril de 2022
- ↑ «Discografia - Helena Sá e Costa». Fonoteca Municipal de Lisboa - Catálogo. Consultado em 19 de abril de 2022