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Mandane

filha de Astíages

Mandane (em grego: Μανδάνη Mandánē) foi uma princesa meda, filha do rei Astíages e, possivelmente, Arienis. Mais tarde, ela foi a rainha-consorte do rei persa Cambises I e mãe do rei Ciro, o Grande, fundador do Império Aquemênida. Com toda a probabilidade o nome remonta a antigo iraniano *Mandanā- que significa “encantador, alegre”.[1][2]

Mandane
Princesa da Média
Mandane
O sonho de Astíages
Nascimento c. 590 a.C.
Morte 559 a.C. (?)
Sepultado em Gur-e-Dokhtar (?)
Cônjuge Cambises I
Pai Astíages
Mãe Arienis (?)
Filho(s) Ciro, o Grande

Mandane era filha de Astíages, mas o nome de sua mãe não é mencionado. É dito que Astíages casou-se com Arienis em 585 a.C., mas é pouco provável que Arienis fosse mãe de Mandane. Ela possivelmente era filha de uma esposa anterior de Astíages.[3] Segundo o historiador grego Heródoto, Astíages teve um sonho em que sua filha estava de pé, e de repente uma videira começou a crescer de suas costas, lançado gavinhas que envolviam toda a Ásia. Ele chamou os magos e sacerdotes para interpretarem o sonho, e eles interpretam dizendo que a videira era seu neto, filho de Mandane, e que ele tomaria o seu lugar no trono e dominaria toda Ásia. Em 577 a.C., quando Mandane chegou em idade de se casar, Astíages, a entregou a Cambises I, um persa que tinha bons ancestrais e era tranquilo, e que tinha uma posição inferior aos medos. Sendo assim, ele não acreditava que ele poderia ser uma ameaça ao seu reino.[4]

Mandane deu à luz um filho de nome Ciro, que Astíages ordenou que fosse executado por Hárpago. No entanto, Hárpago entregou a criança a um pastor e mentiu para Astíages dizendo que Ciro havia sido morto. Quando Ciro cresceu, seu avô Astíages descobriu que ele estava vivo e permitiu que ele voltasse para seus pais na Pérsia. Xenofonte também menciona Mandane em sua obra Ciropédia. De acordo com sua história, Mandane e seu filho viajaram para a corte de Astíages onde o adolescente Ciro surpreendeu seu avô, que decidiu deixá-lo na corte. Mandane, no entanto, voltou para seu marido Cambises I na Pérsia. Depois de vários anos, Ciro pediu a Astíages para deixá-lo voltar para a Pérsia, mas algum tempo depois de sua partida de Ecbátana começou a revolta persa.[5] Os sonhos de Astíages e sua interpretação se tornaram realidade quando Ciro liderou a revolta que terminou com a derrubada de Astíages do trono; com a queda do Império Medo e a criação do Império Aquemênida.

Gur-e Dokhtar, suposto túmulo de Mandane

Mandane é o elo genealógico que conecta os reis da dinastia aquemênida com a antiga família real meda.[6] Foi sugerido por alguns estudiosos que a tumba Gur-e Dokhtar, descoberta em 1960, foi o local onde Mandane teria sido sepultada, mas outros estudiosos acreditam que a tumba pertença a Atossa, Teispes ou Ciro I.[7]

Existe alguma dúvida sobre a veracidade histórica do casamento entre Cambises e Mandane. A mãe meda de Ciro pode ter sido inventada para justificar o posterior domínio persa sobre os medos.[8] Parece que o objetivo dessa história não tem outro propósito senão construir uma relação direta entre Astíages e Ciro, isto é, entre a Média e a Pérsia. Devido ao registro histórico da batalha entre Astíages e Ciro e da conquista da Média por Ciro relatado na Crônica de Nabonido, a história sobre o casamento entre Cambises I e Mandane, bem como sobre o nascimento de Ciro deste casal, tem sua historicidade bastante duvidosa.[1] Há também o relato de Ctésias, que afirma que Ciro se casou com uma filha de Astíages chamada Amitis. Se os relatos de Ctésias e Heródoto estiverem ambos corretos, o casamento de Ciro com Amitis seria um caso incomum de incesto, pois ele estaria tomando sua tia como esposa.[3] Apesar disso, o relato herodoteano é considerado confiável pela maioria dos estudiosos modernos, como por exemplo, George G. Cameron.[9]

Referências
  1. a b Schmitt, Rüdiger. «Mandane». iranicaonline.org (em inglês). Consultado em 24 de maio de 2021 
  2. «Mandane nell'Enciclopedia Treccani». www.treccani.it (em italiano). Consultado em 15 de julho de 2021 
  3. a b «Astyages». Livius.org. Consultado em 11 de setembro de 2021 
  4. Heródoto, Histórias, Livro I, Clio, 107 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  5. «History of Iran: Cyropaedia of Xenophon; The Life of Cyrus The Great, Book 1». iranchamber.com. Consultado em 11 de setembro de 2021 
  6. Rudi Thomsen: Det Persiske Verdensrige, 1995.
  7. «Villagers threatening Achaemenid tomb in southern Iran». Tehran Times (em inglês). 10 de março de 2010. Consultado em 15 de julho de 2021 
  8. «Cambyses I». Livius.org. Consultado em 15 de julho de 2021 
  9. «Cyrus II» (em inglês). Encyclopaedia Iranica. Consultado em 10 de agosto de 2021