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Lumpemproletariado

no vocabulário marxista, a população abaixo do proletariado

O termo lumpemproletariado (do alemão Lumpenproletariat: 'escória do proletariado' ou 'escória social';[1][2] de Lumpen 'trapos, farrapos' + Proletariat 'proletariado'), lumpesinato,[3][4] ou ainda subproletariado, designa, no vocabulário marxista, a população situada socialmente abaixo do proletariado, do ponto de vista das condições de vida e de trabalho, formada por frações miseráveis, não organizadas do proletariado, não apenas destituídas de recursos econômicos, mas também desprovidas de consciência política e de classe, sendo, portanto, suscetíveis de servir aos interesses da burguesia. Assim, segundo os teóricos da revolução, o lumpemproletariado seria pernicioso, já que seu cinismo, e sua absoluta ausência de valores, poderiam contaminar a consciência revolucionária do proletariado.[5]

O termo, que pode ser traduzido, ao pé da letra, como "homem trapo", foi introduzido por Karl Marx e Friedrich Engels, em A Ideologia alemã (1845)[6]. O Lumpenproletariat seria constituído por quem nada contribuía para a produção, dedicados a atividades marginais, como prostitutas, ladrões, etc.

Em O 18 Brumário de Luís Bonaparte, capítulo V, assim é descrito o lumpenproletariat:

Sob o pretexto de criar uma sociedade de beneficência, organizou-se o lumpemproletariado de Paris em seções secretas, cada uma delas dirigida por um agente bonapartista, ficando um general bonapartista na chefia de todas elas. Junto a roués arruinados, com duvidosos meios de vida e de duvidosa procedência, junto a descendentes degenerados e aventureiros da burguesia, vagabundos, licenciados de tropa, ex-presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos, delinquentes, batedores de carteira e pequenos ladrões, jogadores, alcaguetes, donos de bordéis, carregadores, escrevinhadores, tocadores de realejo, trapeiros, afiadores, caldeireiros, mendigos - em uma palavra, toda essa massa informe, difusa e errante que os franceses chamam la bohème: com esses elementos, tão afins a ele, formou Bonaparte a soleira da Sociedade 10 de Dezembro.[nota 1]
Notas e referências
Notas
  1. O termo mais fidedigno em português para descrever essa palavra alemã é escória social, pois se refere originalmente a indivíduos que vivem à margem da sociedade e em não conformidade com ela.[1][2]
Referências
  1. a b Editores do Aulete (2011). «Escória social». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 28 de outubro de 2023 
  2. a b Editores do Michaelis (2012). «Escória social». Dicionário Michaelis. Consultado em 28 de outubro de 2023 
  3. Dicionário Houaiss
  4. Nicolli, Paulo (2013). Revolução vagabunda. [S.l.: s.n.] 
  5. Mammonist Capitalism – Ubiquity, Immanence, Acceleration. And the Social Consequences
  6. Admirável mundo lúmpen.

Ver também

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Ligações externas

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