Regras de inferência são regras de transformação sintáticas que podem ser usadas para inferir uma conclusão a partir de uma premissa, para criar um argumento. Um conjunto de regras pode ser usada para inferir qualquer conclusão válida, se esta conclusão for completa. Entretanto nunca se pode inferir uma conclusão inválida, se isto for assegurado. Um completo e seguro conjunto de regras não precisa incluir cada regra da listagem a seguir, já que muitas delas são redundantes, e podem ser provadas com o uso de outras regras.
Regras de Inferência Para Cálculo Proposicional Clássico
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Redução ao absurdo (ou Introdução da Negação)
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φ
⊢
ψ
{\displaystyle \varphi \vdash \psi \,\!}
φ
⊢
¬
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \vdash \lnot \psi }}\,\!}
¬
φ
{\displaystyle \lnot \varphi \,\!}
Redução ao absurdo (Relacionada à lei do terceiro excluído)
¬
φ
⊢
ψ
{\displaystyle \lnot \varphi \vdash \psi \,\!}
¬
φ
⊢
¬
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\lnot \varphi \vdash \lnot \psi }}\,\!}
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
¬
φ
_
{\displaystyle {\underline {\lnot \varphi }}\,\!}
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
Eliminação da dupla negação
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¬
¬
φ
_
{\displaystyle {\underline {\lnot \lnot \varphi }}\,\!}
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
Introdução da dupla negação
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φ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \quad \quad }}\,\!}
¬
¬
φ
{\displaystyle \lnot \lnot \varphi \,\!}
Regras de inferência para condicionais
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Introdução do condicional
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φ
⊢
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \vdash \psi }}\,\!}
φ
→
ψ
{\displaystyle \varphi \rightarrow \psi \,\!}
φ
→
ψ
{\displaystyle \varphi \rightarrow \psi \,\!}
φ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \quad \quad \quad }}\,\!}
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
φ
→
ψ
{\displaystyle \varphi \rightarrow \psi \,\!}
¬
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\lnot \psi \quad \quad \quad }}\,\!}
¬
φ
{\displaystyle \lnot \varphi \,\!}
Introdução da conjunção
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φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\psi \quad \quad \ \ }}\,\!}
φ
∧
ψ
{\displaystyle \varphi \land \psi \,\!}
Eliminação da conjunção
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φ
∧
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \land \psi }}\,\!}
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
φ
∧
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \land \psi }}\,\!}
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
Introdução da disjunção
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φ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \quad \quad \ \ }}\,\!}
φ
∨
ψ
{\displaystyle \varphi \lor \psi \,\!}
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\psi \quad \quad \ \ }}\,\!}
φ
∨
ψ
{\displaystyle \varphi \lor \psi \,\!}
Eliminação da disjunção
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φ
∨
ψ
{\displaystyle \varphi \lor \psi \,\!}
φ
→
χ
{\displaystyle \varphi \rightarrow \chi \,\!}
ψ
→
χ
_
{\displaystyle {\underline {\psi \rightarrow \chi }}\,\!}
χ
{\displaystyle \chi \,\!}
φ
∨
ψ
{\displaystyle \varphi \lor \psi \,\!}
¬
φ
_
{\displaystyle {\underline {\lnot \varphi \quad \quad }}\,\!}
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
φ
∨
ψ
{\displaystyle \varphi \lor \psi \,\!}
¬
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\lnot \psi \quad \quad }}\,\!}
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
Regras para bicondicionais
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Introdução do bicondicional
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φ
→
ψ
{\displaystyle \varphi \rightarrow \psi \,\!}
ψ
→
φ
_
{\displaystyle {\underline {\psi \rightarrow \varphi }}\,\!}
φ
↔
ψ
{\displaystyle \varphi \leftrightarrow \psi \,\!}
Eliminação do bicondicional
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φ
↔
ψ
{\displaystyle \varphi \leftrightarrow \psi \,\!}
φ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi \quad \quad }}\,\!}
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
φ
↔
ψ
{\displaystyle \varphi \leftrightarrow \psi \,\!}
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\psi \quad \quad }}\,\!}
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
Regras de Inferência para Lógica Clássica de Primeira Ordem
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Introdução do universal
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φ
(
α
:=
β
)
_
{\displaystyle {\underline {\varphi (\alpha :=\beta )}}\,\!}
∀
α
φ
{\displaystyle \forall \alpha \,\varphi \,\!}
Restrição:
β
{\displaystyle \beta \,\!}
não pode ocorrer livre em
∀
α
φ
{\displaystyle \forall \alpha \,\varphi \,\!}
ou em qualquer hipótese vigente.
Eliminação do universal
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∀
α
φ
{\displaystyle \forall \alpha \,\varphi \!}
φ
(
α
:=
β
)
¯
{\displaystyle {\overline {\varphi {(\alpha :=\beta )}}}\!}
Regras para existenciais
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Introdução do existencial
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φ
(
α
:=
β
)
_
{\displaystyle {\underline {\varphi (\alpha :=\beta )}}\,\!}
∃
α
φ
{\displaystyle \exists \alpha \,\varphi \,\!}
A esta regra coloca-se a restrição de que
β
{\displaystyle \beta \,\!}
deve ser substituível por
α
,
{\displaystyle \alpha ,\!}
em
φ
{\displaystyle \varphi \,\!}
.
Eliminação do existencial
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∃
α
φ
{\displaystyle \exists \alpha \,\varphi \,\!}
φ
(
α
:=
β
)
⊢
ψ
_
{\displaystyle {\underline {\varphi (\alpha :=\beta )\vdash \psi }}\,\!}
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
Restrição:
β
{\displaystyle \beta \,\!}
não pode ocorrer livre em
∃
α
φ
{\displaystyle \exists \alpha \varphi \,\!}
, em
ψ
{\displaystyle \psi \,\!}
ou em qualquer hipótese vigente.
Regras de Inferência Derivadas
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Por meio das regras de inferência diretas e hipotéticas podemos demonstrar vários raciocínios bastante recorrentes. Estes raciocínios, uma vez demonstrados, podem ser usados como regras de inferência diretas. Elas não são necessárias, mas são bastante úteis, tornando nossas derivações muito mais sucintas.
Agora ampliaremos nossa lista de regras de inferência, além de fazer suas respectivas demonstrações.
α
⊢
α
{\displaystyle \alpha \vdash \alpha \,\!}
1.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
Premissa
2.
¬
¬
α
{\displaystyle \neg \neg \alpha \,\!}
1 DN
3.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
2 DN
{
α
→
β
,
¬
β
}
⊢
¬
α
{\displaystyle \left\{\alpha \to \beta ,\neg \beta \right\}\vdash \neg \alpha \,\!}
1.
α
→
β
{\displaystyle \alpha \to \beta \,\!}
Premissa
2.
¬
β
{\displaystyle \neg \beta \,\!}
Premissa
3.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
Hipótese
4.
β
{\displaystyle \beta \,\!}
1,3 MP
5.
β
∧
¬
β
{\displaystyle \beta \land \neg \beta \,\!}
2,4 C
6.
¬
α
{\displaystyle \neg \alpha \,\!}
3,5 RAA
α
⊢
β
→
α
{\displaystyle \alpha \vdash \beta \to \alpha \,\!}
1.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
Premissa
2.
β
{\displaystyle \beta \,\!}
Hipótese
3.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
1 R
4.
β
→
α
{\displaystyle \beta \to \alpha \,\!}
2,3 RPC
Utilizaremos o Modus Tollens como regra de inferência.
α
→
β
⊢
¬
β
→
¬
α
{\displaystyle \alpha \to \beta \vdash \neg \beta \to \neg \alpha \,\!}
1.
α
→
β
{\displaystyle \alpha \to \beta \,\!}
Premissa
2.
¬
β
{\displaystyle \neg \beta \,\!}
Hipótese
3.
¬
α
{\displaystyle \neg \alpha \,\!}
1,2 MT
4.
¬
β
→
¬
α
{\displaystyle \neg \beta \to \neg \alpha \,\!}
2,3 RPC
{
α
,
¬
α
}
⊢
β
{\displaystyle \left\{\alpha ,\neg \alpha \right\}\vdash \beta }
1.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
Premissa
2.
¬
α
{\displaystyle \neg \alpha \,\!}
Premissa
3.
α
∨
β
{\displaystyle \alpha \lor \beta \,\!}
1 E
4.
β
{\displaystyle \beta \,\!}
2,3 SD
¬
α
⊢
α
→
β
{\displaystyle \neg \alpha \vdash \alpha \to \beta }
1.
¬
α
{\displaystyle \neg \alpha \,\!}
Premissa
2.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
Hipótese
3.
β
{\displaystyle \beta \,\!}
1,2 CTR
4.
α
→
β
{\displaystyle \alpha \to \beta \,\!}
2,3 RPC
¬
(
α
∨
β
)
⊢
¬
α
∧
¬
β
{\displaystyle \neg \left(\alpha \lor \beta \right)\vdash \neg \alpha \land \neg \beta \,\!}
01.
¬
(
α
∨
β
)
{\displaystyle \neg \left(\alpha \lor \beta \right)\,\!}
Premissa
02.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
Hipótese
03.
α
∨
β
{\displaystyle \alpha \lor \beta \,\!}
2 E
04.
(
α
∨
β
)
∧
¬
(
α
∨
β
)
{\displaystyle \left(\alpha \lor \beta \right)\land \neg \left(\alpha \lor \beta \right)\,\!}
1,3 C
05.
¬
α
{\displaystyle \neg \alpha \,\!}
2,4 RAA
06.
β
{\displaystyle \beta \,\!}
Hipótese
07.
α
∨
β
{\displaystyle \alpha \lor \beta \,\!}
6 E
08.
(
α
∨
β
)
∧
¬
(
α
∨
β
)
{\displaystyle \left(\alpha \lor \beta \right)\land \neg \left(\alpha \lor \beta \right)\,\!}
1,7 C
09.
¬
β
{\displaystyle \neg \beta \,\!}
6,8 RAA
10.
¬
α
∧
¬
β
{\displaystyle \neg \alpha \land \neg \beta \,\!}
5,9 C
¬
(
α
∧
β
)
⊢
¬
α
∨
¬
β
{\displaystyle \neg \left(\alpha \land \beta \right)\vdash \neg \alpha \lor \neg \beta \,\!}
01.
¬
(
α
∧
β
)
{\displaystyle \neg \left(\alpha \land \beta \right)}
Premissa
02.
¬
(
¬
α
∨
¬
β
)
{\displaystyle \neg \left(\neg \alpha \lor \neg \beta \right)}
Hipótese
03.
¬
α
{\displaystyle \neg \alpha \,\!}
Hipótese
04.
¬
α
∨
¬
β
{\displaystyle \neg \alpha \lor \neg \beta }
3 E
05.
(
¬
α
∨
¬
β
)
∧
¬
(
¬
α
∨
¬
β
)
{\displaystyle \left(\neg \alpha \lor \neg \beta \right)\land \neg \left(\neg \alpha \lor \neg \beta \right)}
5,2 C
06.
¬
¬
α
{\displaystyle \neg \neg \alpha }
3,5 RAA
07.
α
{\displaystyle \alpha \,\!}
6 DN
08.
¬
β
{\displaystyle \neg \beta \,\!}
Hipótese
09.
¬
α
∨
¬
β
{\displaystyle \neg \alpha \lor \neg \beta }
8 E
10.
(
¬
α
∨
¬
β
)
∧
¬
(
¬
α
∨
¬
β
)
{\displaystyle \left(\neg \alpha \lor \neg \beta \right)\land \neg \left(\neg \alpha \lor \neg \beta \right)}
9,2 C
11.
¬
¬
β
{\displaystyle \neg \neg \beta }
8,10 RAA
12.
β
{\displaystyle \beta \,\!}
11 DN
13.
α
∧
β
{\displaystyle \alpha \land \beta \,\!}
7,12 C
14.
(
α
∧
β
)
∧
¬
(
α
∧
β
)
{\displaystyle \left(\alpha \land \beta \right)\land \neg \left(\alpha \land \beta \right)}
13,1 C
15.
¬
¬
(
¬
α
∨
¬
β
)
{\displaystyle \neg \neg \left(\neg \alpha \lor \neg \beta \right)}
2,14 RAA
16.
¬
α
∨
¬
β
{\displaystyle \neg \alpha \lor \neg \beta }
15 DN
DN - Dupla Negação
SD - Sislogismo Disjuntivo
C - Conjunção
S - Separação
E - Expansão
MP - Modus Ponens
BC - Bicondicionais para bicondicionais
RAA - Redução ao absurdo
RPC - Regra de prova condicional
Tabela: Regras de Inferência
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Wikilivros
Referências
↑ Kenneth H. Rosen: Discrete Mathematics and its Applications , Fifth Edition, p. 58.