Eli Cohen
Eliyahu Ben-Shaul Cohen (em hebraico: אֱלִיָּהוּ בֵּן שָׁאוּל כֹּהֵן, em árabe: إيلي كوهين; Alexandria,16 de dezembro de 1924 – Damasco,18 de maio de 1965), comumente conhecido como Eli Cohen, foi um espião israelense.
Eli Cohen אֱלִיָּהוּ בֵּן שָׁאוּל כֹּהֵן | |
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Nascimento | 16 de dezembro de 1924 Alexandria |
Morte | 18 de maio de 1965 Damasco |
Nacionalidade | Israel |
Progenitores | Mãe: Sofie Cohen Pai: Shaul |
Cônjuge | Nadia Majald |
Ocupação | Espião |
Ficou conhecido pelo seu trabalho de espionagem no período de 1961-1965, na Síria, onde desenvolveu relações íntimas com a hierarquia política e militar e tornou-se o conselheiro-chefe do Ministro da Defesa. As autoridades de contra-inteligência sírias finalmente descobriram a conspiração de espionagem e capturaram Cohen. Em 1965, sob a lei marcial de pré-guerra, condenaram-no à pena de morte. A inteligência que ele reuniu antes da sua prisão é reconhecida como tendo sido um fator importante no sucesso de Israel na Guerra dos Seis Dias.[1][2]
Nos anos que se seguiram à criação de Israel, muitas famílias judaicas deixaram o Egito. Embora seus pais e os três irmãos tenham partido para Israel em 1949, Cohen permaneceu no seu país natal para obter um diploma em eletrônica e para coordenar atividades judaicas e sionistas. Em 1951, após um golpe militar, iniciou-se uma campanha antissionista, e Cohen foi preso e interrogado sobre as suas atividades.[3][4]
Cohen participou de várias operações secretas israelenses no país durante a década de 1950, embora o governo egípcio nunca pudesse verificar e fornecer prova do seu envolvimento na Operação Goshen, uma operação israelense para passar judeus egípcios do país e reinstalá-los em Israel devido ao aumento da hostilidade naquele país[4]
Em 1955, uma unidade de sabotagem, constituída por cidadãos judeus egípcios e recrutada pela polícia secreta de Israel, operou contra o Egito e, na Operação Susannah, tentou destruir as relações egípcias com as potências ocidentais. A unidade bombardeou instalações americanas e britânicas, esperando que isso fosse considerado trabalho dos egípcios. Este evento é chamado de "Caso Lavon". As autoridades egípcias descobriram o anel de espionagem e depois de um julgamento, dois dos membros do grupo receberam a pena de morte. Cohen ajudou a unidade e estava implicado, mas nenhuma ligação entre Cohen e o acusado pôde ser encontrada.[3]
Após a crise de Suez, o governo egípcio intensificou a perseguição de judeus e expulsou muitos deles. Em dezembro de 1956, Cohen foi forçado a deixar o país. Com a ajuda da Agência Judaica, emigrou para Israel, chegando no porto israelita de Haifa num navio que partia de Nápoles, Itália.[3][5]
Em 1957, Cohen foi recrutado pelas Forças de Defesa de Israel e foi colocado em inteligência militar, onde se tornou um analista de contra-inteligência. O seu trabalho aborrecia-o e ele tentou juntar-se à Mossad. Cohen ficou ofendido quando a Mossad o rejeitou e renunciou à contra-inteligência militar.[4][6]
Nos dois anos seguintes, trabalhou como funcionário num escritório de seguros em Tel Aviv e casou-se com Nadia Majald, uma imigrante judia de origem iraquiana, em 1959. Tiveram três filhos, Sophie, Irit e Shai[7] e a família acabou por se estabelecer em Bat Yam.[4]
Cohen foi informado de que a Mossad decidiu recrutá-lo e passou por um curso intensivo de seis meses na escola de treino da Mossad. O seu relatório de pós-graduação afirmou que ele tinha todas as qualidades necessárias para se tornar um katsa, ou agente de campo.[3][4][8]
Foi-lhe então dada uma falsa identidade como empresário sírio que retornava ao país depois de viver na Argentina. Para estabelecer seu disfarce, Cohen mudou-se para a Argentina em 1961.[2][4][9][10]
Cohen foi considerado culpado pela prática de espionagem por um tribunal militar e sentenciado à morte sob lei marcial. Foi várias vezes interrogado e torturado.[11][12]
Cohen foi enforcado no Marjeh Square em Damasco em 18 de maio de 1965. No dia da execução, seu último desejo foi ver um rabino, o que foi atendido pelas autoridades.[12]
Em 2019, teve a sua história contada numa série do canal de streaming Netflix, intitulada "O Espião", onde é contada sua trajetória desde o recrutamento até sua morte.
- ↑ Inc, Time (9 de julho de 1971). LIFE (em inglês). [S.l.]: Time Inc
- ↑ a b «Folha de S.Paulo - Saiba mais sobre a história de Eli Cohen - 08/01/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 14 de novembro de 2017
- ↑ a b c d «Eli Cohen Official Web Site | Chronology | Sponsored by Maurice Cohen and the American Friends of Eli Cohen Memorial, Inc.». 19 de julho de 2011. Consultado em 14 de novembro de 2017
- ↑ a b c d e f «Morashá | BIOGRAFIAS - Eli Cohen, o espião mestre». www.morasha.com.br. Consultado em 14 de novembro de 2017
- ↑ «Eli Cohen | Israeli spy». Encyclopædia Britannica (em inglês)
- ↑ «Eli Cohen». www.saveisrael.com. Consultado em 14 de novembro de 2017
- ↑ Azoulay, Yuval (14 de maio de 2010). «Unending Agony for Legendary Spy Eli Cohen and His Widow». Haaretz (em inglês)
- ↑ Katz, Yossi (2010). A Voice Called: Stories of Jewish Heroism (em inglês). [S.l.]: Gefen Publishing. ISBN 9789652294807
- ↑ Kahana, Ephraim (19 de abril de 2006). Historical Dictionary of Israeli Intelligence (em inglês). [S.l.]: Scarecrow Press. ISBN 9780810865006
- ↑ N., Shulsky, Abram (2002). Silent warfare : understanding the world of intelligence 3rd ed., rev ed. Washington, D.C.: Brassey's, Inc. ISBN 9781574883459. OCLC 755569762
- ↑ «Eli Cohen - Chronology» (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2011. Cópia arquivada em 19 de julho de 2011
- ↑ a b Thomas, Gordon (2014). Gideon's Spies: The Secret History of the Mossad. [S.l.]: Aurum Press. ISBN 978-1781312810