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 Nota: Não confundir com a Segunda Batalha de Petélia (208 a.C.).

O Cerco de Petélia ou Primeira Batalha de Petélia foi realizado no final de 216 ou início de 215 de a.C. pelo exército cartaginês sobre a cidade de Petélia, em Brúcio[1][2].

Cerco de Petélia
Segunda Guerra Púnica
Data Fim de 216 a.C. - início de 215 a.C.
Local Petélia, Brúcio
Coordenadas 39° 15' 54" N 17° 02' 54" E
Desfecho A cidade se rendeu aos cartagineses depois de um cerco de 11 meses[1]
Beligerantes
  Petélia Cartago Cartago
Comandantes
Cartago Aníbal
Cartago Hanão
Cartago Himilcão
Forças
1 000 homens 5 000 homens
Petélia está localizado em: Itália
Petélia
Localização de Petélia no que é hoje a Itália

Introdução

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Depois da vitória dos cartagineses na Batalha de Canas (216 a.C.), uma grande revolta irrompeu entre os aliados romanos no sul da Itália. Aníbal dividiu seu exército, entregando a seu irmão, Magão Barca, a parte[3] que seguiu para Brúcio para travar contato com os novos aliados enquanto o próprio Aníbal seguiu com a outra parte para a Campânia. Os brúcios, habitantes, em sua maioria, dos povoados montanheses do sudoeste da Itália, queriam conquistar as populações gregas costeiras vizinhas da Magna Grécia[4]. Magão embarcou dali para Cartago para informar a capital sobre os êxitos e as novidades da guerra[5], deixando à frente do exército o general Hanão e seu mestre da cavalaria, Himilcão.

Petélia era uma cidade brúcia cuja localização é identificada variadamente entre os autores como sendo as modernas Strongoli e Petilia Policastro. Foi uma das poucas cidades brúcias a permanecer fiel a Roma e, por isso, foi atacada pelos cartagineses[6].

Formalizada a aliança com os brúcios no outono de 216 a.C., Hanão e Himilcão deram início às suas ações atacando o território de Petélia. Em Roma, pouco antes da substituição dos inúmeros senadores mortos em Canas por novos membros para permitir a realização das novas eleições consulares, chegou uma embaixada de Petélia pedindo ajuda contra os cartagineses e do resto das cidades de Brúcio[6]. O Senado respondeu que não haviam forças militares disponíveis para ajudar e, por isso, deixaram que eles decidissem por si sós o melhor curso de ação. Quando a embaixada retornou a Petélia, a decisão foi estocar mantimentos e melhorar as obras defensivas para melhor enfrentar um cerco[7].

As ações contra Petélia continuaram no início do cerco pelo próprio Aníbal[8][9], que havia invernado suas tropas na Campânia[10] e aproveitou o período para apoiar as operações no sul. Perante à ferranha defesa que encontrou, Aníbal resolveu circundar a cidade com um muro e entregou o comando das operações a Hanão[11].

Os defensores se desfizeram da população não combatente expulsando-a da cidade murada, melhorando assim as condições de resistência por limitar o compartilhamento dos escassos víveres com mulheres, crianças e idosos[12][13]. Depois de vários meses de cerco, a cidade finalmente caiu perante um assalto comandando por Himilcão, facilitado pela debilidade dos defensores, enfraquecidos pela fome[14]. Oitocentos habitantes sobreviveram à captura da cidade e foram todos realocados pelos romanos no final da guerra[15]. Acredita-se que o cerco tenha levado onze meses[16][9][13].

Lívio, porém, data a queda de Petélia antes do final do mandato consular de 216 a.C.[14][17].

Consequências

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Depois da queda de Petélio, Himilcão tomou, depois de enfrentar uma débil resistência, Cosência, a última cidade brúcia fiela a Roma[18]. Hanão se dirigiu então para a Campânia[4], onde deu início às operações contra as colônias gregas da Magna Grécia. Seu primeiro ato foi uma fracassada tentativa de fazer Régio mudar de lado[19], no que teve mais sorte Himilcão, que conseguiu a deserção de Locros[20].

O fracasso em Régio e o acordo com os locrenses causaram irritação entre os brúcios, que formaram um exército próprio[21] e iniciaram, por conta própria, um ataque à colônia grega de Crotona[22]. Porém, seu fracasso em tomar a cidadela obrigou os petélios a recorrer a Hanão, que, graças à mediação dos locrienses, conseguiu que os crotonenses abandonassem sua cidade para se refugiarem em Locros, entregando Cronoa aos brúcios[23].

Referências
  1. a b Políbio, Histórias VII, 1.3.
  2. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 30.1.
  3. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 1, 4
  4. a b Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 1, 1
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 11, 7
  6. a b Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 20, 4
  7. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 20, 10
  8. Apiano, Guerra de Aníbal 29, 1
  9. a b Políbio, Histórias VII, I, 3
  10. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 18, 9
  11. Apiano, Guerra de Aníbal 29, 5
  12. Valério Máximo, Nove Livros de Feitos e Dizeres Memoráveis VI, 6, 2
  13. a b Frontino, Estratagemas IV, 5, § 18
  14. a b Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 30, 1
  15. Apiano, Guerra de Aníbal 29, 9
  16. Ateneu, Deipnosofistas ("O banquete dos eruditos") XII, 36
  17. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 30, 13
  18. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 30, 5
  19. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 1, 2
  20. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 1, 4
  21. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 2, 2
  22. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 30, 5-6
  23. Lívio, Ab Urbe Condita XXIV, 3, 14-15

Bibliografia

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