Antonio Denarium
Antonio Oliverio Garcia de Almeida GOMM (Anápolis, 3 de março de 1964),[4] mais conhecido como Antonio Denarium, é um empresário e político brasileiro, filiado ao Progressistas (PP).[5] Atualmente é o governador do estado de Roraima, foi eleito governador pelo Partido Social Liberal (PSL) no segundo turno das eleições de 2018. No mesmo ano, nomeado pelo presidente Michel Temer, assume a responsabilidade de interventor federal no estado, passando a exercer todas as funções do cargo de governador. A posse do cargo oficial de governador do Estado ocorreu no dia 1º de janeiro de 2019.[6] Em setembro de 2021, filiou-se ao PP,[7] sendo reeleito no primeiro turno nas eleições de 2022. Em agosto de 2023, teve seu mandato cassado pelo TRE estadual de Roraima,[8] a decisão cabe recurso no TSE.[9] A decisão foi confirmada em novembro, ainda cabendo recurso.[10] Em Dezembro do mesmo ano foi cassado pela segunda vez[11], e em janeiro de 2024, pela terceira, ainda cabendo recurso.[12]
Antonio Denarium GOMM | |
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10.º Governador de Roraima | |
No cargo | |
Período | 1 de janeiro de 2019 até a atualidade |
Vice-governador | Frutuoso Lins (2019-2023) Edilson Damião (desde 2023) |
Antecessor(a) | Suely Campos |
Interventor Federal de Roraima | |
Período | 10 de dezembro de 2018 a 31 de dezembro de 2018 |
Presidente | Michel Temer |
Antecessor(a) | Cargo criado |
Sucessor(a) | Cargo extinto |
Dados pessoais | |
Nome completo | Antonio Oliverio Garcia de Almeida |
Nascimento | 3 de março de 1964 (60 anos) Anápolis, Goiás |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] Medalha do Pacificador[2] Grã-Cruz Ordem de Rio Branco.[3] |
Esposa | Simone Denarium |
Filhos(as) | Três |
Partido | PPS (2010-2018) PSL (2018-2020) PP (2021-presente) |
Biografia
editarAntonio Delarium nasceu em 3 de março de 1964 em Anápolis, Goiás. É filho de Valdivina e Olivério Almeida[13] e casado com Simone, com quem teve três filhos: Carolina, Gabriel e João Antônio.[14]
Desde os 25 anos de idade, Denarium tornou-se gerente titular do Banco Bamerindus e, em 1994, chegou a Roraima com o propósito de chefiar a filial da empresa no Estado, que posteriormente foi comprada pelo HSBC. No novo estado, atuou no setor financeiro, criando a Denarium Fomento Mercantil, e no setor agropecuário.[15][16][17] Em 2014, a companhia foi fechada e deu lugar a Denarium Empreendimentos Imobiliários, tendo em vista a administração de imóveis. Posteriormente, tornou-se diretor presidente do Frigo 10, maior frigorífico do Estado, e diretor da Coopercarne Cooperativa dos Produtores de Carne de Roraima.[18][17]
Carreira política
editarDenarium estreou na política em 2010, como candidato pelo Partido Popular Socialista (PPS), sendo primeiro suplente de Marluce Pinto (PSDB). A chapa, contudo, não foi eleita, perdendo para Romero Jucá (PMDB) e Ângela Portela (PT).[19]
Em 2018, filiado ao Partido Social Liberal (PSL), Denarium se candidatou ao governo de Roraima pela coligação Agora é Roraima com tudo, tendo como vice o médico Frutuoso Lins, do PTC.[20] No primeiro turno, alcançou a marca de 42,2% dos votos válidos contra 38,7% de José de Anchieta Júnior, ex-governador, e 11,1% de Suely Campos. Segundo diversos meios de comunicação, a chegada do político ao segundo turno foi impulsionada pela busca da renovação política num contexto de crise econômica brasileira e pelo apoio público ao candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro. Em 28 de outubro, elegeu-se governador com 53,3% dos votos válidos.[21]
Em 2010, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral possuir R$ 2,4 milhões.[19]. Já em 2018, declarou ao mesmo tribunal a posse de um patrimônio de R$ 15 milhões.[22]
Interventor federal
editarEm 7 de dezembro de 2018, em meio a uma grave crise financeira e de segurança pública no estado, Denarium foi nomeado pelo presidente Michel Temer como interventor federal em Roraima. A medida, negociada com a governadora Suely Campos, transferiu todos os poderes do governo estadual para Denarium, que na prática assumiu antecipadamente o cargo pelo qual foi eleito.[23][24]
Governador de Roraima
editarAliado de Jair Bolsonaro durante a campanha, o político defendeu o fechamento da fronteira com a Venezuela como forma de conter a crise imigratória, atribuindo aos venezuelanos a responsabilidade pelos casos de violência.[25] Em decorrência, as situações conflituosas na fronteira têm sobrecarregado a assistência de saúde do Estado, que decretou estado de calamidade pública na saúde em fevereiro de 2019. A intenção de Denarium com o alarme seria agilizar a compra de materiais necessários aos procedimentos médicos e remédios.[26]
Em agosto de 2019, o vice-governador de Roraima, Frutuoso Lins (SD), rompeu politicamente com Antonio Denarium. Segundo Lins, Antonio Denarium não tem realizado as promessas de campanha e sua posição no governo é decorativa. Apesar disso, Frutuoso não renunciou ao cargo.[27]
Em 2020, seguiu o presidente e desfiliou-se do PSL, partido na qual era filiado desde 2018. Em uma de suas redes sociais disse que seguirá o presidente na criação de seu partido.[28] Sua saída foi oficializada em maio de 2020.[29]
No mesmo ano, por meio de um rede social, informou que havia contraído o Covid-19. O governador se isolou junto a sua família.[30]
Em agosto de 2023, teve seu mandato cassado pelo TRE estadual de Roraima por distribuir cestas básicas durante as eleições de 2022, quando se elegeu para exercer seu segundo mandato à frente do Executivo estadual. A decisão foi confirmada em novembro, ainda cabendo recurso.[10] Em Dezembro do mesmo ano foi cassado pela segunda vez, essa por executar reformas nas casas de eleitores roraimenses, por meio do programa “Morar Melhor”, em 2022 — ano de eleição.[11] Já em janeiro de 2024, foi cassado pela terceira vez, essa junto de sua chapa, acusado de ter usado mais de R$ 90 milhões em recursos públicos para se reeleger em 2022. A relatora, no caso, também pediu sua inegibilidade por 8 anos.[12]
A Assembleia Legislativa de Roraima aceitou no dia 2 de julho um pedido de impeachment contra Denarium. As denúncias foram apresentadas em 19 de junho por Rudson Leite e Fábio Almeida, lideranças políticas no estado.[31]
Desempenho Eleitoral
editarAno | Eleição | Partido | Cargo | Coligação | Votos | % | Resultado | Ref |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2010 | Estaduais em Roraima | PPS | 1° Suplente Senador Titular: Marluce Pinto (PSDB) |
União por Roraima (PSDB, DEM, PMDB, PR, PPS, PTN) |
90.938 | 21,42% (3º Lugar) |
Não eleito | [32] |
2018 | Estaduais em Roraima | PSL | Governador Vice: Frutuoso Lins (PTC) |
Agora é Roraima com Tudo (PSL, PTC, PRB, PRP, PROS, PSC, PPL e PATRI) |
113.468 (1º Turno) |
42,27% (1º) |
Eleito | [33] |
136.612 (2º Turno) |
53,34% (1º) | |||||||
2022 | Estaduais em Roraima | PP | Governador Vice: Edilson Damião (REPUBLICANOS) |
Roraima Trabalhando e Deus Abençoando (PP, REPUBLICANOS, PSD, PRTB e UNIÃO) |
163.167 | 56,47% | Eleito | [34] |
Controvérsias
editarCompra de votos
editarAntonio Denarium e Frutuoso Lins enfrentaram um processo de cassação na Justiça Eleitoral por suposta compra de votos e caixa 2 movido pelos candidatos que perderam a eleição para o cargo de governador de Roraima no 2° turno, José de Anchieta (PSDB), falecido, e Abel Galinha (DEM). Em outros processos de cassação a chapa também é acusada de abuso de poder econômico, praticar fraude e corrupção. Todos os processos tem em comum a citação de uma planilha supostamente criada para controlar arrecadações e gastos ilícitos.[35][36] Em julho de 2020, por 4 votos a 3, o TRE de Roraima julgou as acusações improcedentes por falta de provas e embasamento nas denúncias.[37]
Nepotismo
editarAntonio Denarium nomeou sua irmã, Vanda Garcia de Almeida, e seu sobrinho, Samuel Garcia de Oliveira, nas secretarias de Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes) e Cultura (Secult), ambas geridas por cunhadas do governador. As nomeações tiveram forte repercussão, sendo amplamente entendidas como nepotismo. Após protestos, o governador recuou e exonerou seus familiares.[38]
Pedidos de impeachment
editarEm março de 2019, o senador Telmário Mota (Pros) deu entrada em um pedido de impeachment sobre a gestão do governador Antonio Denarium. Na acusação, o senador afirmava que Denarium teria incorrido em crime de responsabilidade quando tratara de acordos políticos com o grupo guerrilheiro paramilitar Tupamaros, em meio aos conflitos na fronteira com a Venezuela. Em pronunciamento dado à imprensa, o governador reiterou que tratou apenas de questões comerciais com os membros do movimento revolucionário, não envolvendo, portanto, nenhuma quebra legislativa ou risco à segurança nacional.[39]
No total, o governador chegou a ter sete pedidos protocolados[40], sendo que o último desses, em junho de 2024, foi aceito e levou à abertura do processo de impeachment em julho.[41][42]
Superfaturamento na Saúde
editarEm meio a pandemia da COVID-19, descobriu-se suspeitas de superfaturamento por parte do secretário da saúde, na compra de respiradores e de ampolas cirúrgicas por parte da SESAU-RR ( Secretaria de Estado da Saúde de Roraima). O estado comprou 30 aparelhos, custando cerca de R$ 200 mil cada, após comprar outros 50 aparelhos ao custo de R$ 44 mil cada.O governador de Roraima acabou exonerando pela internet o secretário, Francisco Monteiro Neto. O vice-governador, Frutuoso Lins (SD), pediu à Polícia Federal, Ministério público Federal, Ministério Público de Roraima e ao Tribunal de Contas apurações sobre o caso.[43][44] Pelos fatos expostos, no dia 6 de maio de 2020, seis deputados estaduais protocolaram um pedido de impeachment sobre a gestão do governador.[45][46]
Apreensão de drogas
editarEm janeiro de 2024, 200 quilos da droga skank teria sido apreendida pela polícia civil em uma fazenda de propriedade do governador.[47]
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Bibliografia
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- TSE (2018). «Antonio Delarium: detalhamento dos bens». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 8 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 17 de julho de 2019
- Valor Econômico (2018). «Empresário tenta surfar na popularidade de Bolsonaro». Consultado em 18 de julho de 2019. Cópia arquivada em 18 de julho de 2019
Ligações externas
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