Agostino Chigi
Agostino Andrea Chigi (29 de novembro de 1466[1]–11 de abril de 1520) foi um banqueiro e patrono das artes italiano do período renascentista.
Agostino Chigi | |
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Nascimento | 1 de dezembro de 1466 Siena |
Morte | 10 de abril de 1520 (53 anos) Roma |
Sepultamento | Basílica de Santa Maria do Povo, Tomb of Agostino Chigi, Capela Chigi, Monument of Agostino Chigi |
Ocupação | empreendedor, armador, banqueiro, mecena |
História
editarNascido em Siena, Agostino era filho do proeminente banqueiro Mariano Chigi, um membro da antiga e ilustre casa dos Chigi-Albani. Ele se mudou para Roma por volta de 1487 para ajudar o pai. Herdeiro de uma enorme fortuna, ficou ainda mais rico depois de emprestar uma enorme soma em dinheiro para o papa Alexandre VI e outros monarcas da época. Diferentemente da prática comercial usual na época, Agostino controlava diversos monopólios muito lucrativos na época, como o do sal marinho nos Estados Papais e no Reino de Nápoles e também o alume escavado em Tolfa[2], Agnato e Ischia di Castro, um componente essencial para a indústria têxtil.
Depois da morte de Alexandre VI, que era da família Bórgia, e de seu efêmero sucessor sienense, Pio III Piccolomini, Agostino ajudou a eleger o papa Júlio III, que o recompensou nomeando-o tesoureiro e notário da Câmara Apostólica e ligando-o à poderosa família della Rovere. A ligação pessoal entre o papa e seu banqueiro era muito próxima e Agostino acompanhou Júlio em suas campanhas militares em 1506 e 1510. No ano seguinte, Agostino foi enviado a Veneza para comprar o apoio veneziano para as forças papais na Guerra da Liga de Cambrai[3].
Agostino estabeleceu ligações econômicas com toda a Europa Ocidental e chegou a ter 20 000 empregados, recebendo de Siena o título de Il Magnifico[4].
Nesta época, Chigi, "indiscutivelmente o homem mais rico em Roma"[5], tornou-se um rico patrono das artes e da literatura, protetor de Pietro Aretino e outros, embora sua própria educação tivesse muitas lacunas, notavelmente sua falta de domínio do latim[6]. Sua amante veneziana, Francesca Ordeaschi, era a mais bela de Roma e os dois se casaram em 1519. Posteriormente, o papa legitimou os quatro filhos do casal[7]. Entre seus artistas protegidos estavam quase todas as principais figuras do início do século XVI: Perugino, Sebastiano del Piombo, Giovanni da Udine, Giulio Romano, Il Sodoma e Rafael.
Em Roma, as três encomendas de Chigi a Rafael são ainda hoje os mais importantes monumentos do artista: a capela em Santa Maria della Pace, sua capela mortuária (a Capela Chigi) em Santa Maria del Popolo e a vila suburbana conhecida desde 1579 como Villa Farnesina[8]. Esta esplêndida villa, que ele mandou construir às margens do Tibre, no Trastevere, leva hoje o nome de seus proprietários posteriores, da família Farnese. Para projetá-la, Chigi empregou o pintor sienense Baldassare Peruzzi, que na época não tinha quase nenhuma experiência como arquiteto. Sebastiano del Piombo, Giovanni da Udine, Giulio Romano, Il Sodoma e Rafael foram contratados para decorá-la. Rafael pintou ali seu famoso afresco "Triunfo de Galateia". Para demonstrar seu desprezo ao dinheiro, dizia-se na época que Chigi mandava jogar no rio toda a prataria utilizada em suas festas quando elas acabavam; porém, seus criados secretamente recolhiam todas as peças com redes presas às janelas. A villa, chamada de Viridario na época, servia de banco e residência, o que diferenciava Agostino de seus colegas em Roma, que geralmente viviam num piano nobile acima (mas sem ligação) de suas botteghe no nível da rua.
- ↑ Ingrid. D. Rowland, "The Birth Date of Agostino Chigi: Documentary Proof" Journal of the Warburg and Courtauld Institutes 47 (1984:192-193).
- ↑ Rowland 1986:678
- ↑ Felix Gilbert, The Pope, His Banker, and Venice (Harvard University Press) 1980.
- ↑ Giuseppe Cugnoni, Agostino Chigi il Magnifico, Roma 1878, baseado em sua edição anotada do manuscrito Chisiae Familiae Commentarij, escrita pelo seu sobrinho-neto Fabio (futuro papa Alexandre VII) em 1618 e revisada depois; atualmente na Biblioteca Vaticana (MS Chigi a.1.1); ver também Wilde Tosi, ed. Il Magnigico Agostino Chigi (Roma 1970).
- ↑ Ingrid D. Rowland, "Render Unto Caesar the Things Which are Caesar's: Humanism and the Arts in the Patronage of Agostino" Renaissance Quarterly 39.4 (Winter 1986: 673-730). Quando Chigi morreu, o conteúdo da sala-forte em sua villa foi avaliado em 900 000 ducados (p. 679 note 19).
- ↑ Rowland 1986:677 e nota 12.
- ↑ Num decreto publicado por Montenovisi, Agostino Chigi, p. 124, Documento III.
- ↑ Rowland 1986:673.