Pênalti
O pênalti, penalty, penalidade máxima (português brasileiro) ou grande penalidade ou penálti (português europeu) é a penalização máxima, nos desportos coletivos, que uma equipe sofre por conta de uma infração cometida durante uma partida.
Esta punição é adotada nos desportos coletivos em que o objetivo de pontuação é a marcação de um gol. Assim, como exemplo de esportes coletivos em que o Pênalti existe, tem-se: futebol e suas variantes (futebol de salão, futsal, futebol de areia, futebol de sete, showbol); hóquei e suas variantes (hóquei no gelo, hóquei na grama), e até mesmo no polo aquático.
No futebol
[editar | editar código-fonte]No futebol, o pênalti é a falta suprema para a equipe, enquanto o cartão vermelho é a punição máxima individual, aplicada para jogadores. Deve ser marcada toda vez que houver uma falta dentro da grande ou da pequena área que favoreça o time adversário ao do goleiro que defende a baliza de tal área.
Também pode ocorrer, quando ao final de um campeonato (ou de uma decisão), há necessidade de definir quem será o vencedor, devido as equipes estarem empatadas. Normalmente é decidido com 5 (cinco) pênaltis para cada equipe.
Para a cobrança de um pênalti a bola é colocada na linha de grande penalidade (no centro da meia-lua, em frente à baliza) e o duelo trava-se unicamente entre o rematador e o goleiro. Imediatamente após o remate o jogo prossegue naturalmente, o que significa que, por exemplo, se o guarda-redes defender a bola para longe da baliza e não a agarre, os jogadores, que esperam atrás da linha de remate, podem continuar a jogar e insistir no remate.
O pênalti é aplicado na maioria das modalidades de futebol, tais como futebol de campo, futsal, futebol de salão, futebol society, etc.
Quando ocorrido durante a partida pode ser cobrado em dois toques, desde que a bola seja rolada para frente e o segundo jogador a tocar nela esteja fora da área no momento da cobrança. No caso de decisão de resultado por pênaltis isso não é permitido.
História
[editar | editar código-fonte]A regra da penalidade máxima no futebol foi adicionada as regras gerais do esporte, em 3 de março de 1891.[1][2] O que pouca gente sabe é que, quando a marcação de pênalti surgiu, a bola podia ser batida de qualquer ponto a 11 metros do gol.[3]
Para o goleiro
[editar | editar código-fonte]Na regra do jogo de 1997/1998, o texto diz: “O goleiro defensor deverá permanecer sobre sua própria linha de meta, frente ao executor do tiro penal e entre os postes de meta, até que a bola esteja em jogo”.[4]
Ou seja, pode-se afirmar que um goleiro está sobre a linha de gol (como descrito na regra) se estiver “apenas” com um pé sobre a mesma. Portanto, se o goleiro der um passo em diagonal para direita ou esquerda com um dos pés na linha de gol, segue o jogo. Em caso de pulo para frente com os dois pés e posteriormente um passo em diagonal, volta a cobrança. Um passo para frente e mais um em diagonal, volta a cobrança.[4]
Infrações à regra
[editar | editar código-fonte]O resultado das infrações à regra, quando da cobrança do pênalti, estão no quadro abaixo:
Resultado da Cobrança | Sem violações | Violação cometida pelo ataque | Violação cometida pela defesa | Violação cometida pelo ataque e pela defesa |
---|---|---|---|---|
Bola entra no Gol | Gol | Necessidade de Nova Cobrança | Gol | Necessidade de Nova Cobrança |
Bola vai para fora | Tiro de meta | Tiro de meta | Necessidade de Nova Cobrança | Necessidade de Nova Cobrança |
Bola volta para o campo de jogo após ser rebatida, pelo goleiro, ou pela baliza | Jogo continua normalmente | Tiro livre indireto | Necessidade de Nova Cobrança | Necessidade de Nova Cobrança |
Goleiro defende e segura a bola | Jogo continua normalmente | Jogo continua normalmente | Necessidade de Nova Cobrança | Necessidade de Nova Cobrança |
Goleiro defende e a bola vai para fora | Cobrança de Escanteio | Tiro livre indireto | Necessidade de Nova Cobrança | Necessidade de Nova Cobrança |
Pênalti em dois toques
[editar | editar código-fonte]O pênalti em 2 toques, também chamado de pênalti indireto[5] é um tipo de cobrança de pênalti que ocorre quando o jogador que irá bater o pênalti não chuta a bola diretamente para o gol, mas dá um passe para frente, em diagonal, para que outro jogador complete a jogada.[6]
Este tipo de cobrança é permitido pelas Regras do Futebol, quando a partida ainda está rolando (na disputa de pênaltis, ela não é permitida). A "Regra 14" diz que o cobrador deve estar devidamente identificado e deve chutar a bola para frente. Nesse momento, a bola estará em jogo e em condição de disputa por todos os jogadores.[6]
A primeira vez que se tem notícia da cobrança de pênalti em 2 toques foi uma ocorrida em 1957, no jogo entre as seleções da Bélgica e da Islândia, válido pelas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo. O belga Henri Coppens tocou a bola para frente para que seu companheiro André Piters completasse a jogada.[7] O lance, porém, só seria imortalizado em 1982, pelo holandês Johan Cruijff.[7] Não é garantido nem provável que este tenha sido o primeiro lance do género, mas é o primeiro a estar registado em vídeo.[8]
Decisões por pênalti
[editar | editar código-fonte]A cobrança de pênaltis também é prevista no regulamento de algumas competições futebolísticas, quando a igualdade no marcador insiste em prevalecer, geralmente em jogos decisivos ou eliminatórios. É cobrada uma série de cinco pênaltis para cada equipe, até que uma seja declarada vencedora por ter feito pelo menos um gol a mais do que o rival, ou se este não puder alcançar a igualdade. Somente podem cobrar pênaltis jogadores que estejam atuando na partida; atletas expulsos não estão autorizados a participar das penalidades. Durante estas, os jogadores de ambas as equipes permanecem no círculo central, com exceção dos goleiros, que esperam pelas cobranças na grande área.[9]
Caso o empate persista após a cobrança das cinco tentativas de cada lado são dadas chances adicionais, uma para cada time, até que um dos dois times acerte a cobrança tendo o outro falhado, sendo assim declarado o vencedor.
Ao contrário do pênalti cobrado durante o jogo, o pênalti cobrado em uma decisão por pênaltis não pode dar origem a rebote, isto é: uma vez que o goleiro tenha defendido a cobrança um outro jogador não pode tocar na bola para lançá-la de novo contra a meta.
O Brasil tem várias apresentações bem sucedidas em penalidades máximas em copas do mundo, inclusive consagrando-se campeão ao vencer seleção italiana, na final da copa de 1994 contra Itália e na semifinal da Copa de 1998, contra a Holanda.
Análise estatística das cobranças
[editar | editar código-fonte]Onde é melhor bater?
[editar | editar código-fonte]Em Abril de 2009, a Revista Super Interessante publicou uma matéria dizendo que "uma pesquisa descobriu, após analisar 286 cobranças de pênalti feitas em campeonatos internacionais, que o melhor é chutar a bola no meio, pois em 93,7% das vezes o goleiro pula para os lados." Isso porque ele, goleiro, é influenciado pelo que os cientistas chamam de "tendência à ação": prefere tomar a iniciativa e pular, porque a cobrança e os xingamentos da torcida por tomar um gol sem ter saído do lugar serão maiores do que se ele tiver se esticado todo.[10] Já para os Matemáticos da Universidade John Moores, em Liverpool, que analisaram várias cobranças de pênalti, disseram que a maneira perfeita de bater um pênalti, é batendo uma bomba no alto do gol.[10]
Recordes e curiosidades
[editar | editar código-fonte]- Maior número de pênaltis batidos (e convertidos) numa disputa de pênaltis: 34 cobranças - Em 29.12.2001, num jogo amador, o Littletown FC e Storthes Hall cobraram 17 vezes cada um, e converteram todos. O jogo foi encerrado assim mesmo, com empate de 17x17, por falta de luz.[11]
- Maior número de pênaltis batidos (e convertidos) numa disputa de pênaltis (Futebol profissional): 28 cobranças - No Guinness Book, o relato com o maior número de cobranças foi registrado em 1987, quando Aldershot e Fulham jogaram na Inglaterra e cobraram 28 pênaltis, com vitória do primeiro por 11 a 10.[11]
- Maior número de pênaltis batidos (e desperdiçados) numa disputa de pênaltis: O Livro dos Recordes registra um jogo de 1998, válido pela Copa Sub-10 da Derby Community League, na Inglaterra, quando Mickleover Lightning Blue Sox e Chellaston Boys B. Nos pênaltis, o Blue Sox venceu por 2 a 1, com inimagináveis 63 cobranças desperdiçadas e apenas três convertidas – 35 foram defendidas e 28 foram para fora.[11]
Recordes Individuais
[editar | editar código-fonte]- Melhores "cartéis" individuais:
Jogador | Aproveitamento | Ref. |
---|---|---|
Ledio Pano | 100% (50 cobranças, 50 gols) | [12] |
Peter Noble | 100% (28 cobranças, 28 gols) | [13] |
Matt Le Tissier | 98% (49 cobranças, 48 gols) | [14] |
Rickie Lambert | 97% (35 cobranças, 34 gols) | [15] |
Vladislav Stoyanov | 96% (25 cobranças, 24 gols) | [12] |
Néstor Ortigoza | 93,4% (61 cobranças, 57 gols) | [16] |
Leighton Baines | 91% (11 cobranças, 10 gols) | [17] |
Raphael Veiga | 89% (29 cobranças, 26 gols) | [18] |
- Mais pênaltis perdidos numa única partida - Martín Palermo (3)[19]
No polo aquático
[editar | editar código-fonte]Esta seção não cita fontes confiáveis. (Maio de 2023) |
O pênalti também faz parte das regras do polo aquático. Muito similar com o futebol, ele é cobrado pela equipe que teve um participante prejudicado na área do gol. O pênalti nessa modalidade é considerado como uma falta grave, já que o indivíduo acaba impedindo a realização de um provável gol do adversário.
No polo, os remates de pênalti são cobrados da linha de 5 m.
Hóquei no gelo
[editar | editar código-fonte]Esta seção não cita fontes confiáveis. (Maio de 2023) |
No hóquei, o pênalti é mais conhecido por Tiro Penal. Ele é cobrado da seguinte forma: ficam no rinque apenas o patinador que vai cobrar e o goleiro que vai tentar defender. O juiz põe o disco no centro do gelo, o jogador o domina e deve ir controlando em direção ao gol, até chutar quando e como bem entender.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Futebol, 150 anos». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «No dia da invenção do pênalti no futebol, veja algumas das cobranças mais bizarras - Notícias». Terceiro Tempo. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «Por que os times de futebol têm 11 jogadores?». Super. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ a b «Blog do Gaciba » Pênalti: O que é permitido ao goleiro? » Arquivo». sportv.globo.com. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «Pênalti 'indireto' de Messi e Cruyff surgiu há mais tempo, com belga». O Globo. 15 de fevereiro de 2016. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ a b wp.clicrbs.com.br/ Pênalti em dois toques é legal, mas gol de Suárez foi irregular
- ↑ a b «Há 31 anos um génio do futebol fez história na marca de penálti». Maisfutebol. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ desporto.sapo.pt/[ligação inativa] A história do 'penálti à Cruyff', de Coppens a Pereirinha
- ↑ «Folha Online - Esporte - Para criador de disputa de pênaltis, suíços e ingleses desonraram a invenção - 03/07/2006». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ a b «A ciência de bater o pênalti perfeito». Super. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ a b c «Times cobram 56 pênaltis para definir o campeão na várzea - Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: futebol,várzea». Jornal Diário do Grande ABC. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ a b «Masters from the penalty spot - UEFA.com». web.archive.org. 1 de maio de 2018. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ clitheroeadvertiser.co.uk/ Burnley legend Noble hopes Clarets can end bad run
- ↑ Sportsmail. «THE LIST: Football's greatest penalty kings - Nos 10-1». Mail Online. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ Shergold, Adam (3 de agosto de 2014). «Rickie Lambert's long-standing penalty record comes to an end». Mail Online. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «O carrasco da marca da cal | Blog Latinoamérica Fútbol Club». globoesporte.com. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ Dey, Umid Kumar. «The 9 best penalty takers in world football». www.sportskeeda.com (em inglês). Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «Quantos gols de pênalti Raphael Veiga tem no Palmeiras? | Goal.com Brasil». www.goal.com. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «Palermo repete façanha e perde três pênaltis». goal.com. 23 de setembro de 2009. Consultado em 20 de junho de 2011