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Pedro Amigo de Sevilha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Pedro Amigo)
Pedro Amigo de Sevilha
Nascimento século XIII
Betanços
Morte século XIV
Cidadania Espanha
Ocupação trovador

Pedro Amigo de Sevilha (ou Pedr'Amigo) foi um jogral galego, ativo na segunda metade do século XIII na corte do rei castelhano Afonso, o Sábio, em Sevilha.

Julga-se que fosse natural de Betanzos, estando referenciado como cónego das Sés de Oviedo e de Salamanca. O último documento onde surge referenciado é de 1308, pelo que se presume ter falecido após essa data.

Compôs trinta e seis cantigas que figuram nos Cancioneiros da Ajuda, Biblioteca Nacional e da Vaticana, a saber, quatro cantigas de amor, dez de amigo[1], dezoito cantigas de escarnho e maldizer, três tenções e ainda uma pastorela.

Uma das suas cantigas mais famosas é o diálogo entre mãe e filha sobre um pretedente desta, provavelmente um trovador:

– Dizede, madre, por que me metestes
en tal prison e por que mi tolhestes
que non possa meu amigo veer?
- Porque, filha, des que o vós conhocestes
nunca punhou ergu’en mi vos tolher.
E sei, filha, que vos trag’enganada
con seus cantares, que non valen nada,
que lhi podia quen quer desfazer.
- Non dizen, madr’, ess’en cada pousada,
os que trobar saben ben entender.
Sacade-me, madre, d’estas paredes
e veerei meu amigu’e veredes
que logo me met’en vosso poder.
- Non vos sacarei d’aquestas paredes,
nen m’ar venhades tal preito mover,
ca sei eu ben qual preito vos el trage
e sodes vós, filha, de tal linhage
que devía vosso servo seer.
- Coidades vós, madre, que é tan sage
que podess’el comigu’esso poer?
Sacade-me, madre, destas prijões,
ca non avedes de que vos temer.
- Filha, ben sei eu vossos corações,
ca non queren gran pesar atender.[2]

Outra cantiga de amigo bastante conhecida sua é:

Moiro, amiga, desejando
meu amigo, e vós no vosso
mi falades, e non posso
estar sempre en esto falando.
Mais queredes falar migo?
Falemos do meu amigo.
Queredes que todavia
eno vosso amigo fale
vosco e, se non, que me cale,
e non posso eu cada dia.
Mais queredes falar migo?
Falemos do meu amigo.
Amiga, sempre queredes
que fale vosco, e falades
no vosso amigo e cuidades
que posso eu; non o cuidedes.
Mais queredes falar migo?
Falemos do meu amigo.
Non avedes d'al cuidado
sol que eu vosco ben diga
do vosso amigo; e, amiga,
non posso eu, nem é guisado.
Mais queredes falar migo?
Falemos do meu amigo.
Notas

<references>

Wikisource
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