Paraquat
Paraquat Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | 1,1'-dimethyl-4,4'-bipyridinium dichloride |
Outros nomes | paraquat dichloride; methyl viologen dichloride; Crisquat; Dexuron; Esgram; Gramuron; Ortho Paraquat CL; Para-col; Pillarxone; Tota-col; Toxer Total; PP148; Cyclone; Gramixel; Gramoxone; Pathclear; AH 501. |
Identificadores | |
Número CAS | 1910-42-5 (dicloreto) 2074-50-2 (dimetilsulfato) | ,
SMILES |
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InChI | 1/C12H14N2.2ClH/c1-
13-7-3-11(4-8-13)12- 5-9-14(2)10-6-12;;/ h3-10H,1-2H3;2*1H/ q+2;;/p-2/fC12H14N2.2Cl/ h;2*1h/qm;2*-1 |
Propriedades | |
Fórmula molecular | C12H14Cl2N2 |
Massa molar | 257.16 g/mol |
Aparência | off-white powder |
Densidade | 1.25 g/cm3, solid |
Ponto de fusão | |
Ponto de ebulição |
> 300 °C[1] |
Solubilidade em água | high |
Riscos associados | |
MSDS | Oxford MSDS |
Principais riscos associados |
Toxic |
Riscos associados | |
Frases R | R24/25, R26, R36/37/38, R48/25, R35 |
Frases S | S1/2, S22, S28, S36/37/39, S45, S60, S61 |
Compostos relacionados | |
Compostos relacionados | 4,4'-Bipiridina |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
Paraquat, cujo nome comercial é Gramoxone 200 e a nomenclatura conforme a IUPAC é 1,1'-dimetil-4,4'-bipiridina-dicloreto é um viológeno. É um composto quartenário do amônio utilizado como herbicida e altamente perigoso para os humanos, caso ingerido. Esse composto sólido cristalino é instável em meio alcalino, solúvel em água, pouco solúvel em álcool e insolúvel em solventes orgânicos não polares.
História
[editar | editar código-fonte]O Paraquat foi produzido pela primeira vez, com propósitos comerciais pela Sinon Corporation, em 1961 para ICI, (actualmente pela Syngenta) e é hoje um dos herbicidas mais usados.
A União Europeia autorizou o uso do Paraquat em 2004. Na Suécia o Paraquat é proibido desde 1983, por causa da sua aguda toxicidade, ação tóxica irreversível e pelo grande risco de acidentes fatais. A Suécia apoiada pela Dinamarca, Finlândia e Áustria processaram a Comissão Europeia. Em 11 de julho de 2007 e o Tribunal de Primeira Instância da Comunidade Europeia anulou a diretiva que autorizava o Paraquat como substância ativa em defensivos agrícolas.[3]
"Estudo da toxicidade aguda, usando cobaias de laboratório, mostra que o Paraquat pode ser altamente tóxico por inalação, tendo sido classificado na Categoria I (o nível mais alto de todos) por seus efeitos agudos ao ser inalado. Apesar disso a EPA determinou que o tamanho das partículas usadas nas práticas agrícolas é de 400 a 800 μm e isso o coloca no âmbito do que é respirável. O Paraquat é tóxico (Categoria II) por via oral e moderadamente tóxico (Categoria III) por via dérmica. O Paraquat ocasiona irritações, de leves a graves, na pele e nas mucosas, e foi classificado como moderadamente tóxico, Categorías II e IV quanto a essas exposições."[4]
Toxicologia
[editar | editar código-fonte]A ingestão de Paraquat é altamente tóxica para seres humanos e outros mamíferos; causa síndrome de transtorno respiratório. Ainda não há antídotos contra o Paraquat. Por outro lado, a Terra de Fuller, quando administrada em até 20 minutos, pode ser o tratamento recomendado. Dependendo de como se tomou contato, o Paraquat pode causar a morte em menos de 30 dias. Diluído o produto, menor é o risco. O maior risco de envenenamento acidental ocorre durante a diluição ou ao serem enchidos os aparelhos para arpergimento.[5]
Um simples gole, mesmo que cuspido imediatamente, pode causar a morte ao propiciar o desenvolvimento de tecido fibroso nos pulmões e a consequente asfixia.[6] Ingerir Paraquat, durante alguns dias ou semanas, provoca lesões no fígado, pulmões, coração e insuficiencia renal que, normalmente, levam à morte, 30 dias após à ingestão. Quem for exposto por longo período, raramente sobreviverá. A exposição crônica pode causar danos graves aos pulmões, insuficiência renal ou doença cardíaca, além de deformações no esôfago. As mortes acidentais e o suicídio por ingestão de Paraquat são relativamente comuns. Ocorreram 18 mortes, na Austrália, por envenenamento causado por Paraquat, desde o ano 2000.[7]
A intoxicação induzida em ratos permitiu relacionar mecanismos degenerativos muito parecidos à doença de Parkinson.[8]
A exposição prolongada ao Paraquat causa danos aos pulmões e aos olhos, mas a EPA não encontrou efeitos danosos na fertilidade ou na reprodução. Muitos suspeitam de uma possível relação entre o uso do Paraquat e a Doença de Parkinson.
Primeiros socorros
[editar | editar código-fonte]As pessoas contaminadas ou expostas ao Paraquat, (com suspeita de ingestão ou de absorção) devem ser atendidas, imediatamente, por Pronto Socorro. Os primeiros socorros devem seguir as seguintes recomendações:
Proteger o paciente de qualquer contato com a susbtância. Remover as roupas e lavar o paciente com grande quantidade de água. Evitar contaminação secundária por contato. Estabilizar o paciente, mantendo-o em recinto bem ventilado. Só o pessoal médico especializado pode decidir qualquer conduta em cada caso específico. Conduzir o paciente a um hospital apropriado. Em caso de contaminação nos olhos, lavá-los com uma solução salina por, pelo menos, 15 minutos.
A pessoa que socorre a vítima exposta ao produto, deve usar medidas de proteção universais (luvas, avental plástico, máscara, ...) para evitar o contacto com o produto uma vez que o mesmo é altamente tóxico.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b «Paraquat dichloride». International Programme on Chemical Safety. Outubro de 2001
- ↑ EXTOXNET: Stoff- und Toxizitätsdaten (engl.).
- ↑ Corte de Primera Instancia de la Comunidad Europea, Boletín de Prensa No° 45/07
- ↑ EPA, [1], revito em 16 de agosto de 2007.
- ↑ PAN UK, Paraquat Arquivado em 26 de fevereiro de 2010, no Wayback Machine., revisada el 13 de outubro del 2006.
- ↑ Buzik, Shirley C.; Schiefer, H. Bruno; Irvine, Donald G. (1997). Understanding Toxicology: Chemicals, Their Benefits and Risks. Boca Raton: CRC Press. 31 páginas. ISBN 0-8493-2686-9
- ↑ "Poisoned Latrobe," Gary Stevens, Valley Express 8 de fevereiro de 2008.
- ↑ K. Ossowska, M. S'Mialowska, K. Kuter, J. Wieron'ska, B. Zieba, J. Wardas, P. Nowak, J. Dabrowska, A. Bortel, I. Biedka, G. Schulze and H. Rommelspacher (2006). «Degeneration of dopaminergic mesocortical neurons and activation of compensatory processes induced by a long-term paraquat administration in rats: Implications for Parkinson's disease». Neuroscience. 141 (4): 2155-2165. doi:10.1016/j.neuroscience.2006.05.039