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Sabellida

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaSabellida
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Annelida
Classe: Polychaeta
Ordem: Canalipalpata
Subordem: Sabellida
Famílias
Ver texto.

Sabellida é uma subordem de animais marinhos pertencente a classe dos Polychaetas e ao Filo Annelida. Conhecidos como verme-espanador, são organismos sedentários - e, portanto, pertencente ao clado Sedentaria [1] , abrigados por tubos mucosos ou calcários. São de vida livre e, em sua maior parte, são anelídeos micrófagos[1] , suspensívoros e detritívoros, além de sua diversidade ser de cerca de 460 espécies[2].

São caracterizados por uma coroa radiolar, bem como a separação do corpo em região torácica e abdominal [3] e em sua maioria são encontrados isoladamente [4]; porém, podem encontrar-se em colônias, como gêneros da família Sabellariidae e Serpulidae.

Morfologia Externa.

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Em geral, são animais de pequeno porte, com número de segmentos corporais variavel e caracterizados por redução do prostômio, o qual é fundido com o peristômio, geralmente formando uma coroa tentacular, resultante da modificação dos palpos[5] - radíolos [6], além de abrigar os principais orgãos cerebrais e do sentido (processo de cefalização).  Além disso, os parapódios apresentam-se comumente reduzidos ou substituídos por pregas simples com “uncini” - ramo dotado de pequenas cerdas dentadas quitinosas, de pequeno tamanho[4] , com a função de ancorar o animal em tubos ou galerias. Essas, em relação aos outros poliquetas, seriam as neurocerdas, no tórax, ou notocerdas, no abdômen.[5]

Estão incluídos no grupo de Polychaetas sedentários com alto grau de modificações corpóreas - o mesmo que inclui a ordem Terebellida. [4] -, tendo, como exemplo, a perda do órgão bucal em algumas espécies [5](quando esta se apresenta, encontra-se na região ventral do animal)[3]. Além disso, como pertence a esse grupo, apresentam uma flexível cutícula externa e epiderme colunar.[5]

Os organismos que compõem a subordem Sabellida têm, como característica geral, a presença de um tubo. Este pode apresentar diversas conformações físicas e constituições, como muco e calcário. No geral, tubos mais simples, feitos de muco, são pouco duradouros; em oposição, tubos calcários necessitam de glândulas específicas para serem formados e apresentam maior resistência e durabilidade[4].

Tubo calcário de Ditrupa arietina, pertencente a família Serpulidae.

Como exemplo da diversidade, temos que a família Sabelariidae possuem orgãos que ajudam no manuseio de grãos de areia para a formação de tubos por sedimentos. Além disso, há um opérculo organizado por cerdas especializadas, as quais fecham a câmara do tubo em situações de perigo. Já em Sabellidae, os componentes do gênero Hypsicomus possuem tubos de parede espessa e translúcida, enquanto em Serpullidae, há a presença de glândulas para a produção de tubos mucosos. Por fim, animais da família Oweniidae geralmente possuem tubos livres, os quais são formados por grãos de areia, fragmentos de concha ou espículas de esponjas.[4]

Os uncini são cerdas modificadas em estruturas quitinosas, em forma de pequenas placas dentadas, com a função de ancorar o animal no interior dos tubos e galerias[4]. Essas estruturas são organizadas lado a lado em uma única linha e dispostos transversalmente, em relação ao eixo longo do corpo. As bordas dentadas dos uncini são direcionadas anteriormente, para a realização da fixação do animal em relação ao tubo, impedindo que sejam puxados para fora por seus predadores.[3]

Coroa Radiolar de Anamobaea orstedii, pertencente a família Sabellidae.

Coroa Radiolar.

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Do ponto de vista fisiológico, a coroa radiolar é a primeira forma de respiração nas famílias Sabellidae e Serpulidae, além ser importante do ponto de vista da alimentação por suspensão - [5] as partículas suspensas na água são retidas nas pínulas. No caso da família Sabellidae, as partículas retidas são encaminhadas para o canal ciliado, o qual possui um formato de funil que seleciona partículas de tamanho suficiente para não serem rejeitadas. As de menor tamanho são encaminhadas para a boca, enquanto as medianas são armazenadas no saco ventral - que também abriga o muco; com o movimento do animal, o muco e as partículas são liberadas em forma de cordões, possibilitando o crescimento do tubo mucoso.

Também é a principal região de contato com o meio, visto que agrupa a maior parte dos fotorreceptores do animal[5], sendo estes variáveis entre simples ocelos a olhos compostos, os quais são essenciais, mesmo que não formem imagem, para a proteção do animal - o qual enconde-se dentro do tubo.

Morfologia interna

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Possuem um par de nefrídeos excretores anteriores com um único poro, sendo o caráter taxonômico que o colocava como grupo irmão de “Pogonophora[7], além de inúmeros dutos posteriores que possuem a função de gonodutos[5]. Como sistema digestório, apresentam um simples tubo, suportado pelo mesentério dorsal e parte dos septos entre os segmentos[5].

Além disso, como dito anteriormente, as trocas gasosas ocorrem pelos radíolos[5].

Em primeiro lugar, os sablidos podem apresentarem-se de duas formas: serem dióicos, possuindo sexos separados, ou hermafroditas - característica que refere-se a indivíduos que podem gerar espermatozoides e óvulos de forma viável e simultaneamente -, tendo como exemplo desta última as famílias Sabellidae e Serpulidae. Além disso, a reprodução pode ser sexuada ou assexuada.[5]

No caso de reprodução sexuada, esta é depende da água, visto que o esperma é liberado e nada até a fêmea - a qual o detecta e o armazena nas espermatecas. Já no caso de ser assexuada, como em Serpulidae e Sabellidae, ocorre o fênomeno da paratomia, a qual é caracterizada pela subdivisão do corpo, formando um indivíduo completo e reconhecível, e regeneração das partes perdidas.[5]

Por fim, seu desenvolvimento é larval e é resultante de uma larva trocófora.

A subordem Sabellida apresenta como maior parte das formas de vida seres bentônicos, cujo habitat é limitado pela linha de maré alta.

Em casos como os de Sabellariidae do gênero Phragmatopoma, há uma ocupação abundante dos níveis de maré média, organizando-se em colônias que abrigam uma grande diversidade de animais - sendo a principal família e gênero formador dos recifes de areia no Brasil. Neste nível, também é comum colônias da família Sabellidae, cuja formação se assemelha a franjas sob pedras submersas, e que também se encontram em abundância em locais de águas calmas e que estejam ricos em partículas orgânicas.

Já os Branchiommas (família Sabellidae) e Hydroides (Família Serpulidae) possuem hábito de vida incrustante, localizados, por exemplo, sob madeiras de casco de navios ou pilares de pontes.

Taxonomia e Filogenia

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A classificação aqui adotada segue um estudo filogenético com base em caracteres morfológicos do fim do século XX, realizado por Rouse & Fauchald, 1997.Segundo ele, Sabellida é uma subordem de Polychaeta.

A Canalipalpata - a qual não é fortemente suportada - é a que agrupa animais com “palpos estriados” (“grooved palps”)[7], agregando, portanto, as subordens Sabellida, Terebellida e Spionida.

Por fim, Sabellida é uma subordem a qual possui cinco famílias principais, de acordo com a filogenia mais aceita e descrita por Rouse e Fauchald em 1997.

Sabellida 
Filogenia de Sabellida.

Oweniidae

Siboglinidae

Sabellariidae

Sabellidae

Serpulidae

Cladograma baseado em Rouse e Fauchald (1997).
  1. a b Purschke, Günter; Bleidorn, Christoph; Struck, Torsten (2014). «Systematics, evolution and phylogeny of Annelida – a morphological perspective». Memoirs of Museum Victoria. 71: 247–269. doi:10.24199/j.mmv.2014.71.19 
  2. Brusca, Richard C; et al. (2016). Invertebrates. [S.l.]: Sinauer Associates 
  3. a b c Ten Hove, H. A; Kupriyanova, H. K. (2009). Taxonomy of Serpulidae (Annelida, Polychaeta). Auckland, New Zealand: Magnolia Press 
  4. a b c d e f Amaral, A. Cecília Z., and Edmundo F. Nonato. (1996). Annelida Polychaeta: características, glossário e Chaves Para famílias e gêneros Da Costa Brasileira. [S.l.]: Editora Da Unicamp 
  5. a b c d e f g h i j k Beesley, P.L; Ross, G.J.B; Glasby, C.J. (2000). Polychaetes & Allies. [S.l.]: Australian Biological Resources Study/CSIRO Publishing 
  6. Fauchald, Kristian (1977). The Polychaete Worms: Definitions and Keys to the Orders, Families and Genera. [S.l.]: atural History Museum of Los Angeles County 
  7. a b Rouse, G. W.; Fauchald, K. (1997). «Cladistics and polychaetes». Zoologica Scripta (em inglês). 26 (2): 139–204. ISSN 0300-3256. doi:10.1111/j.1463-6409.1997.tb00412.x 
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