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Notas do Subterrâneo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Записки из подполья
Cadernos do Subterrâneo [PT]
Notas do Subterrâneo
Memórias do Subsolo
Notas do Subsolo
 [BR]
Notas do Subterrâneo
Capa de edição de 1866
com ortografia pré reforma
Idioma Russo
País Russia
Gênero Novela
Editora Época
Editor Mikhail Dostoiévski e Fiódor Dostoiévski
Formato Revista
Lançamento 1864
Edição brasileira
Tradução Axel de Leskoschek
Editora José Olympio
Lançamento 1961

Notas do Subterrâneo (BR) (também traduzido como Memórias do Subsolo ou Notas do Subsolo) ou Cadernos do Subterrâneo (PT)[1] (em russo pré-reforma ortográfica: Записки изъ подполья e pós-reforma ortográfica: Записки из подполья, com transliteração: Zapíski iz pódpol'ia) é um curto romance de Fiódor Dostoiévski, publicado em 1864.

Para Walter Kaufmann, esta obra faz de Dostoiévski o principal precursor do existencialismo.[2] Apresenta-se como um excerto das memórias de um empregado civil aposentado que vive em São Petersburgo. O livro, com cerca de 150 páginas (a depender da edição) é dividido em duas partes, a primeira intitulada "O Subterrâneo", contém 11 capítulos, e a segunda parte "A Propósito da Neve Derretida", possui 10 capítulos.

O personagem anônimo (chamado geralmente de Homem subterrâneo) é caracterizado como um homem amargo e isolado. O mesmo encena na primeira parte do romance um grande monólogo com a intenção de "comover" de alguma forma seu leitor. A autopercepção do leitor das Notas é descrita pelo autor como de suma importância no exercício da leitura, pois o discurso do narrador é "moldado" por seu receptor, dessa forma o seu monólogo é, na verdade, uma evocação sistemática de discursos alheios que são parodiados de forma zombeteira e crítica.

O personagem chega a dizer que é um homem mau, ou age como tal, mas que pode ser agradado e visto como uma pessoa de bem. Essa incapacidade de se livrar do peso moral o aflige, ao que o mesmo diz que os homens sanguinários eram cultos e inteligentes (reforçando as ideias de Raskolnikov em Crime e Castigo), e que ele mesmo gostaria muito de encontrar um motivo para dar sentido a sua vida, como os chamados "homens de ação". Ele conclui que "o melhor é não fazer nada".

Na segunda parte, nomeada de "A propósito da neve molhada", há três episódios que relatam de uma forma concreta como o anti-herói é encurralado socialmente pelos discursos e ações de uma sociedade. Essa narrativa é exposta sistematicamente com uma visão da consciência do protagonista, num dos melhores exemplos do recurso literário fluxo de consciência.

Grafia do título da obra

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Atualmente a grafia em russo do título da obra Notas do Subterrâneo é Записки из подполья.[3][4] Na época, entretanto, da publicação das primeiras edições - como a edição original da revista Época de 1964[5] e outras posteriores, como a própria Polnoe sobranie sochinenii v 30 tomakh - o título correto era Записки изъ подполья.[6] Houve, portanto, supressão do Ъ, sinal forte usado no final da preposição из. A supressão ocorreu devido a reformas linguísticas de 1918, dentro da revolução bolchevique.[7][8] A diferença de grafia é portanto apenas uma questão da forma ortográfica correta de se escrever na língua russa. Hoje, devido as reformas ortográficas, só é correto o uso do título Записки из подполья, sem o sinal forte Ъ.[9]

Crítica, recepção e influências

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O Homem subterrâneo tornou-se uma influência para diversas personagens criadas em trabalhos posteriores. Alguns exemplos disso são Nikolai Levin, personagem do romance Anna Karenina, de Leo Tolstoi, a personagem Mersault, do romance O Estrangeiro, de Albert Camus; Gregor Samsa, personagem do romance A Metamorfose, de Franz Kafka; e Moses Herzog, personagem do romance Herzog, de Saul Bellow.[10]

O livro também influenciou fortemente o filme Taxi Driver (1976).[11][10][12] Sobre isso, seu diretor Martin Scorcese disse: "[...]Eu fiz muita leitura ao longo dos anos, e passei uma vida no cinema em certo sentido, assistindo muitos filmes. Mas um dos primeiros livros que eu li e causaram um forte impacto em mim, que eu realmente quis fazer (filmar) ou fazer versões - ou outras versões de outras obras deste autor - é Notas do Subsolo de Dostoiévski. Então, essa é a coisa mais próxima que eu cheguei a fazer.[...]".[12]

Referências

Bibliografia citada

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Obras completas
  • Dostoiévski, Fiódor (1972–1980). Polnoe sobranie sochinenii v 30 tomakh (komplekt iz 33 knig). Leningrad: Institutom russkoy literatury (Pushkinskim domom) Akademii nauk SSSR. ISBN 978-9662842340 

* (Ф. М. Достоевский. Полное собрание сочинений в 30 томах (комплект из 33 книг). Институтом русской литературы (Пушкинским домом) Академии наук СССР).

** (F.M. Dostoevsky, Obras Completas em 30 volumes (um conjunto de 33 livros) pelo Instituto de Literatura Russa (Casa Pushkin) da Academia de Ciências da URSS).

Artigos
Sítios virtuais

Ligações externas

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