Berbigão
Berbigão | |||||||
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Espécies denominadas berbigão e consumidas no Brasil: Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758), da família Cardiidae (acima);[2] Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1758) (à esquerda)[3][4] e Tivela mactroides (Born, 1778) (à direita),[5] ambas da família Veneridae.[6][7]
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Classificação científica | |||||||
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Berbigão (pl.: berbigões;[8] ou brebigão)[9] é o nome comum, ou denominação vernácula, em português, que pode ser dado às seguintes espécies ou gêneros de moluscos bivalves, marinhos e costeiros, utilizados na alimentação humana:[10][11][12][13][14]
Em Portugal
[editar | editar código-fonte]- Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[1][4][9][12][13] também denominado berbigão-comum-europeu[13]
- Gênero Cerastoderma Poli, 1795 - família Cardiidae;[15][16] denominados cockle (sing.), em inglês[17][18]
- Acanthocardia aculeata (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[19] denominado berbigão-de-bicos[9]
- Acanthocardia echinata (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[19] denominado berbigão-de-bicos[9]
- Acanthocardia paucicostata (G. B. Sowerby II, 1834) - família Cardiidae;[19] denominado berbigão-de-bicos[9]
- Acanthocardia tuberculata (Linnaeus, 1758) - família Cardiidae;[19] denominado berbigão-grande[9]
- Laevicardium crassum (Gmelin, 1791) - família Cardiidae;[20] denominado berbigão-lustroso[9]
- Laevicardium oblongum (Gmelin, 1791) - família Cardiidae;[20] denominado berbigão-lustroso[9]
No Brasil
[editar | editar código-fonte]- Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758); ex Trachycardium muricatum - família Cardiidae[2][4][12][13][21]
- Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767); ex Anomalocardia brasiliana - família Veneridae[3][4][7][10][11][12][13][22][23]
- Tivela mactroides (Born, 1778) - família Veneridae[5][6][7][24]
O agrônomo Eurico Santos, divulgador da fauna do Brasil,[25] afirma que "o nome dado ao marisco propagou-se por confusão" e ainda cita uma quarta espécie denominada berbigão, na América do Sul: Leukoma pectorina (Lamarck, 1818); por ele nomeada Chione pectorina e pertencente à família Veneridae.[4][26] Rodolpho von Ihering comenta, no seu Dicionario dos Animais do Brasil, esta denominação para Anomalocardia flexuosa e cita que "em Portugal dão êste nome à concha que aqui mencionamos sob mija-mija", outro nome dado para Dallocardia muricata.[10][12] O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa afirma que sua etimologia provém da palavra grega bérberi, significando concha com pérola; de "combinatória morfonológica e evolução não esclarecidas".[13] Carlos Nobre Rosa comenta que "os berbigões são muito procurados porque constituem bom petisco. Preparados com molho ou com arroz são bem saborosos. Por estes motivos encontram-se à venda nos mercados e bancas de ostras".[8]
Conservação
[editar | editar código-fonte]Embora fossem consideradas espécies comuns, durante o século XX,[7] em 2018 a Anomalocardia flexuosa e a Tivela mactroides foram colocadas no Livro Vermelho da fauna brasileira; publicado pelo ICMBio; consideradas, respectivamente, como espécie pouco preocupante (LC) e espécie deficiente de dados (DD).[6]
- ↑ a b «Cerastoderma edule (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c «Dallocardia muricata (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c «Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c d e SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 37. 144 páginas
- ↑ a b c «Tivela mactroides (Born, 1778)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c d ICMBio (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I (PDF). Brasília, DF: ICMBio/MMA. p. 464. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 355-367. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b ROSA, Carlos Nobre (1973). Os Animais de Nossas Praias 2 ed. São Paulo: Edart. p. 131. 192 páginas
- ↑ a b c d e f g h i da Silva, José Manuel Pedroso; Callapez, Pedro Miguel; Pimentel, Ricardo Jorge (2022). «Contribuição para um vocabulário vernáculo de nomes comuns e populares de moluscos portugueses: suas relações culturais, históricas e heráldicas» (PDF). Boletín de la Sociedad Española de Historia Natural, 116. p. 79. Consultado em 27 de novembro de 2022. Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2022
- ↑ a b c d BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 57-62. 182 páginas
- ↑ a b RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 284. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ a b c d e IHERING, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de Brasília. p. 139. 790 páginas
- ↑ a b c d e f HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 435. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X
- ↑ FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 250. 1838 páginas
- ↑ «Cerastoderma Poli, 1795» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021
- ↑ Santos, Cátia Sofia Pedro Caetano (2019). «Estado atual das populações de berbigão (Cerastoderma spp.) no estuário do Sado» (PDF). Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 1 páginas. Consultado em 1 de dezembro de 2022
- ↑ «cockle» (em inglês). Google Tradutor. 1 páginas. Consultado em 2 de fevereiro de 2021
- ↑ ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (Op. cit., pp.329-332.).
- ↑ a b c d e «Acanthocardia Gray, 1851» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de outubro de 2022
- ↑ a b «Laevicardium Swainson, 1840» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de outubro de 2022
- ↑ SANTOS, Eurico (Op. cit., p.42.).
- ↑ ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 10. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 22 de março de 2021
- ↑ CARVALHO, José Cândido de Mello (1995). Atlas da Fauna Brasileira 3 ed. São Paulo: Melhoramentos. p. 121. 140 páginas. ISBN 85-06-02079-4
- ↑ a b das Chagas, Rafael Anaisce; dos Santos, Werverton John Pinheiro; Melo, Adriana da Cruz; Gomes, Ana Carla de Araújo; Barros, Mara Rúbia Ferreira; Bezerra, Andrea Magalhães (2020). «Predação estereotípica e tamanho seletivo por gastrópodes no forrageamento de Tivela mactroides (Born, 1778) (Bivalvia: Veneridae)» (PDF) (em inglês). Bioscience. Vol. 9 nº 2. (UNISANTA/ResearchGate). p. 88. Consultado em 29 de março de 2021.
É conhecido por “guacuco” (Venezuela), “berbigão”, “marisco-de-areia”, “sapinhauá” e “crioulo”.
- ↑ Fioravanti, Carlos (março de 2015). «Prazer em descrever». Pesquisa FAPESP. Edição 229. 1 páginas. Consultado em 28 de novembro de 2022
- ↑ «Leukoma pectorina (Lamarck, 1818)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 29 de março de 2021