COVID-19 e povos indígenas no Brasil
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Diversos levantamentos de dados sobre a COVID-19 e povos indígenas no Brasil foram produzidos por instituições vinculadas a estes povos.[2][3] A atuação do governo Jair Bolsonaro foi descrita como um genocídio.[2][4][5][6] Em agosto de 2020, havia no país um total de 652 indígenas mortos e ao menos 23.453 infectados.[7] Em abril de 2021, o número de mortes alcançou 1 039, e mais de 52 mil indígenas foram infectados.[8]
A Secretaria Especial de Saúde Indígena reconhece que os povos indígenas são mais vulneráveis a viroses, especialmente a infecções respiratórias como a covid-19.[9]
Impactos
[editar | editar código-fonte]Alguns dos impactos nos povos indígenas são a morte dos anciãos, o risco das mulheres indígenas não retornarem aos estudos e o possível aumento dos casos de gravidez na adolescência.[10] Até abril de 2021, o número de mortes alcançou 1 039, e mais de 52 mil indígenas foram infectados.[8]
Genocídio
[editar | editar código-fonte]Para alguns pesquisadores, a atuação do governo Bolsonaro em relação aos povos indígenas e povo preto já pode ser descrita como um genocídio, pois existiu a intenção de aumento da taxa de morte entre essa população por parte do Estado. Esta intenção pode ser evidenciada por um esvaziamento das medidas de proteção aos povos, enfraquecimento dos órgãos de apoio e fiscalização, os recorrentes discursos depreciativos a esses povos por parte do governo, o veto a leis de demarcação de terras indígenas, os extensos e numerosos incêndios florestais em 2020, assim como a falta de medidas eficientes baseadas na ciência para combater a COVID-19.[2][6][4][5]
O Governo Federal é o principal agente transmissor do vírus entre os povos indígenas. A omissão na construção de ações eficazes de enfrentamento a pandemia, a negligência na proteção dos trabalhadores e usuários do Subsistema de Saúde Indígena e a construção de políticas que favorecem a invasão dos territórios indígenas são os principais fatores desse contexto de violações.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Primeira indígena a ser vacinada é técnica de enfermagem e tem 50 anos». 17 de janeiro de 2021. Consultado em 17 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 17 de janeiro de 2021
- ↑ a b c COMITÊ NACIONAL PELA VIDA E MEMÓRIA INDÍGENA (2020). Nossa luta é pela vida; Covid-19 e povos indígenas: O enfrentamento das violências durante a pandemia. apiboficial.org
- ↑ «COVID-19 e os Povos Indígenas». COVID-19 e os Povos Indígenas. Consultado em 22 de novembro de 2020
- ↑ a b HERNÁNDEZ, Jimena de Garay; CASTRO, Amanda Motta; CAETANO, Marcio Rodrigo Caetano (2020). hdl:11086/16128. Necropolíticas do Governo Bolsonaro -Gênero, classe e raça no contexto da pandemia. Revista de Estudios Internacionales, Vol.2, Nro. 1, enero-junio de 2020. ISSN: 2683-720X.
- ↑ a b Barreto, R.C (2020). doi:10.1007/s41603-020-00126-y. The COVID-19 Pandemic and the Ongoing Genocide of Black and Indigenous Peoples in Brazil. Int J Lat Am Relig 4, 417–439.
- ↑ a b BRAGATO, Fernanda Frizzo; ALMEIDA, Marco Antônio Delfino de; KESTENBAUM, Jocelyn Getgen (2020). Povos Indígenas, Genocídio e Pademia no Brasil. Revista Culturas Jurídicas.
- ↑ Azevedo', 'Luiz Calcagno, Sarah Teófilo, Denise Rothenburg, Alessandra (10 de agosto de 2020). «Com 652 indígenas mortos por covid, aldeias vivem drama da pandemia». Brasil. Consultado em 22 de novembro de 2020
- ↑ a b PEREIRA, Marco Antonio (2021). Dia do Índio: data comemorativa é marcada pelo avanço da covid-19 entre as tribos do Brasil. Jornal do Brasil.
- ↑ Miotto, Tiago (20 de abril de 2020). «Pandemia do novo coronavírus e os povos indígenas». Consultado em 22 de novembro de 2020
- ↑ «'Há a preocupação de que as jovens indígenas não retornem às escolas', diz a ativista Alice Pataxó». 13 de agosto de 2020. Consultado em 15 de janeiro de 2021. Cópia arquivada em 27 de dezembro de 2020
- ↑ ARTICULAÇÃO DE POVOS INDÍGENAS DO BRASIL. apiboficial.org
